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Universidade Federal de Goiás
Música na educação infantil

Educar por meio da música

Em 21/03/19 18:27. Atualizada em 15/04/19 14:56.

Pesquisa mostra importância da educação musical para o desenvolvimento humano

Por Letícia Santos

Fotos: Carlos Siqueira e Víctor Martins

Manifestação cultural ou mecanismo para expressar sentimentos e opiniões, a música é um item fundamental na afirmação da cultura em uma sociedade. Quando fomentada desde cedo, as crianças também usufruem dessa oportunidade, sobretudo na formação da educação. Uma das maneiras adotadas para impulsionar jovens e crianças no aprendizado é por meio da inserção da música na escola. Na antiguidade Platão já dizia que “a música é um instrumento educacional mais potente do que qualquer outro”.

Música na educação infantil

O professor de música, Renato Borges, desenvolveu pelo programa de pós-graduação em Educação da Universidade Federal de Goiás (UFG) uma pesquisa de mestrado que busca analisar as tendências pedagógicas e a necessidade da educação musical para o desenvolvimento humano. A dissertação aponta para a necessidade de socialização e ensino dos conhecimentos musicais elaborados pela humanidade na Educação básica. Além do se fazer apreciar e produzir música em âmbito referente às condições de vida e de acesso à cultura.

Segundo o professor, a música, quando utilizada como ferramenta de conhecimento a ser ensinado na escola, contribui para o desenvolvimento de habilidades e capacidades de pensamentos que muitos educadores acreditam serem inatos ou muito difíceis de desenvolver, como, por exemplo, a criatividade e a imaginação. “O ensino de música na escola de Educação Básica é, portanto, conhecimento clássico que deve ser transmitido a todas as crianças e jovens, de forma a contribuir para o desenvolvimento da imaginação e da criatividade, sendo que apresentar e ajudar os estudantes a assimilarem objetos de conhecimento ainda inexistentes em suas vidas é impulsionar o desenvolvimento”.

Música na educação infantil

No processo de ensino e aprendizado, segundo Renato, a percepção musical não se desenvolve de maneira espontânea e fixar o trabalho pedagógico no cotidiano musical dos alunos não é a melhor alternativa no ensino de música na escola. “Comumente acreditamos que a melhor forma de iniciar a criança na aprendizagem musical é colocá-la para ouvir canções infantis cujas melodias são compostas por duas ou três notas, com um ritmo repetitivo. Compreendemos, à luz da teoria histórico-cultural, que haverá muito mais desenvolvimento da percepção auditiva se a criança ouvir Luiz Gonzaga e Beethoven do que somente a Galinha Pintadinha”.

Estilos musicais específicos são reproduzidos a todo momento nos dias atuais pela conhecida indústria cultural. Gêneros como o funk carioca e a música sertaneja universitária se fazem presentes em quase todas plataformas musicais popularizadas. Para o professor, não se trata de juízo de valor, porém, esses estilos musicais apresentam simplicidade no que se refere a produção de técnicas musicais. “Todos estamos expostos ao que a mídia nos oferece, lembrando que se trata de um repertório musical quase sempre determinado pela indústria cultural, portanto, nossa memória musical está repleta de vivências musicais simplificadas, repetitivas e parecidas, no que diz respeito aos aspectos formais, rítmicos, melódicos e harmônicos.”

Música na educação infantil

Nos ambientes escolares as músicas precisam ser escolhidas com o intuito de promover a reflexão. De acordo com a pesquisa, nem todo ensino proporciona o desenvolvimento. “Qualquer forma de abordagem da música na escola não necessariamente levará ao desenvolvimento da percepção auditiva, da imaginação e da criatividade”, afirma Renato. Se faz necessário por parte do educador, deve-se escolher a abordagem que proporciona essa perspectiva crítica. “Selecionar os conteúdos escolares que melhor poderão contribuir para o desenvolvimento da imaginação e da criação das crianças e jovens é dar condições para sua humanização”, expõe.

A música acaba se transformando em um ciclo de novos aprendizados. Músicas trabalhadas em salas de aula viabilizam um vasto leque de metodologias educacionais para que professores incluam novos conceitos e reflexões na formação escolar dos alunos. “Quanto mais amplo e complexo o repertório musical trabalhado pela educação escolar, maior será o desenvolvimento da percepção auditiva e consequentemente da imaginação e da criatividade”, finaliza Renato. Importantes discussões podem surgir e assim, estabelecer conexões entre aprendizado e abordagens de estudo.

Na Rádio Universitária:

A repórter Gabriela Tavares realizou uma matéria especial sobre a importância da Música para as crianças e como ela pode ser um aprendizado importante mesmo para os adultos. Confira a matéria:

 

 

Fonte: Secom UFG

Categorias: destaque Humanidades