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Universidade Federal de Goiás
André Cançado

PANORAMA

Em 21/06/19 14:37. Atualizada em 21/06/19 14:38.

Educação cívica e o papel do Projeto Politizar

*André Luiz Cançado Motta

André Cançado

Os atuais panoramas das relações sociais humanas estão impondo um ritmo de adaptação acelerado e difuso para o comportamento da sociedade. Com cada vez mais conexões e informações, o desafio é entender de que modo podemos nos relacionar para construir instituições e comportamentos que edifiquem no coletivo aquilo que é benéfico. Essa talvez seja uma provocação elementar do ser humano, que sempre buscou, em sua ponderação racional, a melhoria de si mesmo e do outro. Muito embora isso talvez nem sempre tenha se concretizado.  No entanto, com nossa atual capacidade de organização, difusão de ideias e conceitos, é chegada a hora de tornar-nos grandes protagonistas do futuro que queremos.

Para além da utopia, enxergamos esse futuro cada vez mais palpável através da educação cívica e, por conseguinte, política. A constante evolução dos direitos, tratados, costumes, hábitos, regras e instituições tem garantido a milhares de pessoas, outrora excluídas, seu espaço reconhecido e aceito. Aqueles que fazem política, os “policy makers”, são cada vez mais pressionados por um conjunto consciente de indivíduos que se propõem a inovar e revolucionar os hábitos e costumes da sociedade. Mesmo assim, ainda há muito a ser feito.

Compreendemos que os espaços políticos possuem fisiologismos e vícios nocivos ao bem comum da população. Apesar do cenário otimista, de ver como a sociedade avançou e se organizou de maneira hábil e qualificada (em comparação ao passado), limitar esse quadro a somente o que é bom torna-se omissão e prejuízo: outros milhões ainda sofrem pelo que o poder público deveria fazer, mas, por descaso e desinteresse pelo o que é do coletivo não o faz.

Sendo assim, iniciativas que capacitem os indivíduos pelos quatro cantos do país a lutar por seus interesses de forma responsável, ética e coletiva é o que possibilita usarmos os novos tempos (e seus desafios) de maneira propositiva e benéfica. Aqueles que não usam o poder para o bem devem ser cobrados por isso. Logo, a educação cívica de todos os indivíduos é cada vez mais importante e possível, graças a projetos reconhecidos por trazerem ao público ensinamentos que outrora pareciam distantes ou mesmo monótonos e tediosos demais.

É o caso do Projeto Politizar, um projeto de extensão da Universidade Federal de Goiás que conta com parceria da Assembleia Legislativa do Estado de Goiás. De forma emocionante e interessante, o projeto oferece aos estudantes selecionados simularem o processo legislativo adotado na Assembleia Legislativa do Estado de Goiás, onde atuarão como Deputados Estaduais, Assessore(a)s Parlamentares e Jornalistas, ao longo de uma semana, devendo esses propor e formarem leis, pareceres e alianças. É um curso intensivo e prático de formação cívica de intensa politização.

Essa iniciativa de alunos da Universidade Federal de Goiás traz para o centro do debate a importância de não negar a política e, sim, fazer parte dela, tornando-a instrumento de transformação das pessoas que nela entram e se envolvem. Os valores democráticos e a importância de conservá-los, mesmo em tempos tão tumultuados e incertos, revela que basta boas iniciativas, com os recursos que os novos tempos trouxeram, para motivar jovens e familiares a compreenderem que a política é um instrumento de ação e mudança para uma sociedade melhor. Por isso, vamos politizar?

André Luiz Cançado Motta é graduado em Eletrotécnica pelo Instituto Federal de Goiás (IFG) e graduando em Relações Internacionais pela Universidade Federal de Goiás (UFG) e coordenador do Projeto Politizar

Fonte: Secom UFG

Categorias: colunistas