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Universidade Federal de Goiás
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A importância da filosofia na educação

Em 21/08/19 12:33. Atualizada em 21/08/19 13:36.

Professor da Universidade de Sevilha, na Espanha, discutiu o papel da filosofia na emancipação do pensamento

Letícia Santos

A Faculdade de Educação da Universidade Federal de Goiás, realizou na última segunda-feira (19/08), a palestra “A filosofia e a educação em comunidades de risco”. A discussão fez parte de diversas oficinas criativas, ministradas por José Barrientos-Rastrojo, professor e pesquisador da Universidade de Sevilha, na Espanha.

Em sua apresentação, o professor buscou caracterizar os processos de exclusão social. Para isso, José se referiu ao termo “reconhecimento”, como uma etapa na qual as pessoas conseguem dar um rosto, uma face a outras pessoas. Ele explicou que quando certos grupos de pessoas não são reconhecidos, correm o risco de exclusão social. Para exemplificar sua definição, o professor citou o processo de reconhecimento de mulheres escritoras na Filosofia. “A Filosofia também é composta por mulheres, por isso elas precisam de uma face dentro da história da Filosofia. Isso afirma a importância do processo de reconhecimento”.

Segundo o professor, com o processo de reconhecimento, também está o processo de desprezos, no qual são divididos em três. O primeiro seria o próprio desprezo, na qual as pessoas são prejudicadas e não conseguem desenvolver uma compreensão positiva de si mesmo. A segunda definição apresentada seria a exclusão e a privação de direitos. “A privação de direitos socialmente válidos significa ferir as pessoas em suas expectativas, de serem reconhecidas como sujeitos capazes de formar juízos morais. Um exemplo seria privar alguém do direito a educação”. O terceiro e último desprezo corresponde a injúria, na qual o professor define como o contrário de prestígio social.

Em sua fala, José também citou processos de exclusão social. A repressão institucional das tradições culturais foi um dos processos apresentados por ele. Segundo o pesquisador, as pessoas devem responder a essa repressão, desenvolvendo o pensamento crítico, para que assim, conquistem a emancipação. Outro processo apresentado foi a falta de comunicação e entendimento entre as pessoas, o que estimularia o pensamento individualista. “Para combater essa prática, seria viável reafirmar a importância do pensamento comunitário”, afirmou.

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Fotos: Pedro Rodrigues

 

O professor também destacou a importância da filosofia na sociedade. Para ele, é preciso treinar as pessoas para o desenvolvimento do pensamento crítico, da prudência ética e da autoconsciência. Assim, as pessoas descobririam o seu lugar no mundo, longe de qualquer manipulação de pensamento. “É necessário desenvolver a liberdade de expressão e preparação para as circunstâncias vagas da vida”. Em sua apresentação, o professor também apresentou o projeto BOECIO, que consiste em oferecer oficinas de filosofia para mais de 500 presos, em diferentes lugares do mundo. O estudo já é realizado na Espanha, Brasil, México, Argentina, Israel, Turquia e Estados Unidos. “Nosso objetivo é analisar a efetividade de oficinas de filosofia, se elas desenvolvem virtudes éticas e dianoéticas nesses 500 presos”, finalizou. Para os seus próximos planos, o professor reafirmou seu desejo de estender o projeto para jovens e crianças, em centros de menores infratores.

 

Fonte: Secom UFG

Categorias: Humanidades