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Universidade Federal de Goiás
Arvore fotovoltaica noite

UFG instalou 25 mil lâmpadas LED e começa produção de energia solar

Em 20/11/19 12:22. Atualizada em 21/11/19 11:59.

Seminário também abordou sustentabilidade, gestão de resíduos e qualidade de atendimentos

Gustavo Motta

A Universidade Federal de Goiás (UFG), por meio do seu Programa de Eficiência Energética, realizou a troca de antigas lâmpadas fluorescentes por 24.961 equipamentos de LED, além da instalação de placas solares para produção de energia. O levantamento foi realizado pelo engenheiro Ivan Pertile durante o II Seminário de Manutenção - Sustentabilidade, evento promovido pela Secretaria de Infraestrutura (Seinfra/UFG).

Realizado ao longo da manhã e tarde da última terça-feira (19) no Centro de Cultura e Eventos Professor Ricardo Freua Bufáiçal, o encontro contou com a participação de servidores e trabalhadores terceirizados para discutir o atendimento às demandas de infraestrutura da Universidade, além de abordar ações para gestão de resíduos e práticas ambientalmente sustentáveis. É nesse contexto de preocupação com o uso dos recursos ambientais que a Instituição destacou o que tem sido realizado para a economia de energia elétrica.

Seminário de Manutenção
Seminário reuniu servidores e profissionais terceirizados para discutir sustentabilidade e serviços de manutenção e gestão de infraestrutura. (Foto: Carlos Siqueira)

 

Eficiência Energética

A substituição das lâmpadas faz parte das ações promovidas pelo Programa de Eficiência Energética da UFG, criado em 2018, que obteve 7,6 milhões de reais em investimentos da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Além da troca de iluminação, ocorrida tanto no Câmpus Colemar Natal e Silva, quanto no Samambaia, foi realizada a instalação de placas solares para produção de energia fotovoltaica.

“A troca das lâmpadas e a instalação dos painéis ocorreu no ano passado, entre abril e dezembro”, destacou o Secretário de Infraestrutura, Marco Antônio de Oliveira. Já a produção de energia foi iniciada no meio do ano, conforme o titular da secretaria. A ação foi realizada pela empresa Deode Energia, da qual Ivan Pertile é representante, e começou em junho do ano passado com a instalação de uma “árvore solar” localizada em frente ao Centro de Eventos.

Arvore fotovoltaica
Árvore fotovoltaica foi erguida no ano passado e abriga 10 painéis solares. Ao fundo, Centro de Eventos

Economia

São ao todo 2.478 painéis fotovoltaicos, distribuídos em quatro prédios: Centro de Cultura e Eventos, Biblioteca Central, Escola de Música e Artes Cênicas (Emac/UFG) e Centro de Aulas da Escola de Engenharia Civil e Ambiental (EECA/UFG). Além disso, Ivan conta que foram instalados 120 equipamentos para monitorar o consumo local de eletricidade. “Isso permite obter informações sobre onde se gasta mais, até para se promover campanhas direcionadas à economia”, completou.

UFG - Usina Solar Fotovoltaica (1) Foto: Carlos Siqueira
Painéis instalados no teto do Centro de Cultura e Eventos

Além de consumir menos, a iluminação LED têm maior vida útil. “Enquanto as lâmpadas antigas podiam ficar ligadas por cerca de 6.500 horas, as novas têm duração de até 25 mil, o que equivale a quase quatro vezes mais tempo de funcionamento”. Com menos consumo e melhor aproveitamento, Ivan aponta que se as lâmpadas LED gastassem tanto quanto as fluorescentes, seria possível o funcionamento de 9.968 salas de aula em período de atividades - contra 4.679 obtidas com a iluminação mais antiga.

A previsão é de que a UFG deixe de gastar até 1.227 megawatts-hora por ano (MWh/ano), o que equivale ao consumo de 690 usuários residenciais, enquanto as placas de energia fotovoltaica devem produzir 1.212 MWh/ano. O watt (W) é a unidade utilizada para se medir a potência de um aparelho (o que varia de acordo com cada equipamento), sendo que a quantidade de energia para fazer funcionar um aparelho com potência de 1 W durante 1 hora é o que se chama de watt-hora (Wh). Cada MWh significa mil Wh.

Financeiramente, conforme a última edição publicada do Anuário Estatístico de Energia Elétrica (referente a 2017), o custo médio do MWh é de R$ 420,33. Assim, seria possível economizar mais de meio milhão de reais por ano: R$ 515.744,91; e deixar de pagar R$ 509.439 em contas graças à própria geração de energia. Ivan ainda apontou algumas ações que podem ser tomadas no dia a dia para se otimizar a economia, como o uso de chuveiros na posição de verão durante os dias mais quentes, e a importância de se fechar portas e janelas durante o uso de ar condicionado.

“Também é importante avaliar o quanto um aparelho gasta de energia antes de ser comprado, e isso pode ser feito procurando o selo do Procel, que vem junto ao produto”, afirmou, se referindo aos selos do Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica. Entre outras dicas estão: desligar aparelhos da tomada quando não estiver utilizando, não guardar alimentos quentes na geladeira, optar pelo uso de lâmpadas LED, evitar ligações entre acessórios de “T” para plugar equipamentos, e não fazer pausas no uso do ferro de passar roupas.

Ivan seminario seinfra
Ivan Pertile: novas lâmpadas têm vida útil quatro vezes maior

Saiba mais: Pesquisa da UFG descobre como economizar até 75% de energia em celulares e TVs

Confira o Atlas de Energia Elétrica do Brasil, publicado pela Aneel

UFG Sustentável

O Diretor de Extensão e professor Emiliano Lôbo de Godoi realizou uma apresentação geral do Programa UFG Sustentável, “uma ferramenta de planejamento com objetivos, ações, metas, prazos de execução e mecanismos para monitoramento e avaliação com fins de estabelecer práticas sustentáveis e racionalizar gastos na Universidade”. A iniciativa leva em consideração os 17 objetivos do desenvolvimento sustentável, definidos pelas Nações Unidas.

“Entre esses objetivos, está a noção de que a sustentabilidade vem ligada à erradicação da pobreza. Por isso, antes de falar sobre meio ambiente, precisamos melhorar a qualidade de vida das pessoas, cuidando da Universidade”, alega. Entre ações a serem desenvolvidas a curto prazo, está o plantio de mil mudas no viveiro mantido pela Escola de Agronomia (EA/UFG) previsto para a próxima sexta-feira (22).

A política ambiental da Universidade foi traçada no Plano de Gestão de logística Sustentável (PLS) publicado em 2013. O documento foi elaborado por uma comissão coordenada pelo professor Emiliano. “Foi uma grande conquista nossa, e estamos partindo de alguns eixos temáticos para desenvolver nossas atividades, como a Campanha Campus Limpo, realizada em junho”. Além disso, o diretor de extensão conta que medidas para redução de gastos têm sido tomadas, como no consumo de energia e na gestão de resíduos.

Entre os gastos estruturais, estão aqueles necessários para a manutenção de toda o suporte físico que recebe os 28.664 graduandos e 4.130 pós-graduandos: “atualmente, cada estudante nos custa 2.630 reais. Por isso a necessidade de se reduzir, por exemplo, o que gastamos com o envio de resíduos sólidos para o aterro sanitário, sendo essa uma medida ambiental de responsabilidade social e financeira”.

Emiliano Godoi
Emiliano Godoi: "antes de falar sobre meio ambiente, precisamos melhorar a qualidade de vida das pessoas"

Saiba mais: Projeto da UFG busca conscientizar sobre descarte de medicamentos

Resíduos

O Diretor de Meio Ambiente da Seinfra José Maurício Ogata abordou a atual medida de segregação dos resíduos da UFG, que promove a separação entre lixo orgânico e reciclável. “Antes, percebemos que havia uma produção mensal de 500m³ de lixo, sendo que isso era enviado para o Aterro Sanitário de Goiânia”, o que equivale ao mesmo volume ocupado por 500.000 litros de água. No entanto, o que se notou  é que 90% de todo esse material poderia ser destinado à reciclagem.

Por isso, a Seinfra optou pela divisão dos resíduos entre recicláveis e orgânicos, ao invés da clássica separação por cores. “Nós também começamos uma retirada de lixeiras dos espaços de trabalho, para se estimular que a produção do lixo seja reduzida, porque a facilidade do acesso a um ponto de descarte tende a fazer com que as pessoas o utilizem de modo indiscriminado”. Nesse sentido, foi estabelecida uma meta anual, para que o envio de resíduos ao aterro seja reduzida em 50%. “Para 2020, queremos chegar a 30%”, completou.

José Ogata destacou que a UFG tem gastado meio milhão de reais apenas com destinação de lixo ao aterro. “A ideia é produzir menos, para pagar menos e direcionar mais matéria prima que pode ser reciclada às entidades cooperativas”. O Decreto 5.940/2006 obriga órgãos da administração pública federal a promover a coleta seletiva e destinar seus resíduos a associações desse tipo.

José Ogata
José Ogata abordou separação e destinação de resíduos na UFG

Iniciativa

O II Seminário de Manutenção - Sustentabilidade foi promovido pela Seinfra com objetivo de promover uma discussão sobre sustentabilidade e a qualidade dos serviços em infraestrutura na UFG. O diretor de manutenção da secretaria, Murilo Cândido de Oliveira, destacou a importância de se trabalhar pelo atendimento preventivo, por meio de revisões e trocas de peças que viabilizem a continuidade operativa da estrutura universitária. “Um exemplo de nossa atuação é que, até o momento, já atendemos cerca de 10.000 Ordens de Serviço apenas nesse ano”, avalia.

Fonte: Secom/UFG

Categorias: Tecnologia