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Universidade Federal de Goiás
Abertura simpósio na FM

Simpósio discute uso da informática em saúde

Em 29/11/19 13:48. Atualizada em 02/12/19 13:53.

Evento contou com participação de representantes do SUS e governo estadual

Gustavo Motta

Discutir sobre a melhoria e transformação da saúde por meio da utilização adequada das tecnologias da informação e comunicação. É com esse objetivo que a Comissão de Governança da Informação em Saúde da Universidade Federal de Goiás (CGIS/UFG) realizou a 3ª edição do Simpósio de Informática em Saúde, com abertura na última quinta-feira (28) e atividades nessa sexta (29) no Teatro Asklepiós da Faculdade de Medicina (FM/UFG). 

A Vice-Reitora Sandramara Matias Chaves, presente na ocasião, apontou a importância de se abordar a informatização dos atendimentos em saúde e aproveitou para destacar que a nova unidade do Hospital das Clínicas deve ser concluída em 2020. “Esse será o maior hospital universitário do país - com 20 andares e uma nova UTI (Unidade de Terapia Intensiva) com 100 leitos. Ao todo, serão 600”. O evento também contou com a presença dos secretários de saúde em Goiás e Paraná, Ismael Alexandrino e Carlos Alberto Preto. O diretor do Departamento de Informática do SUS (Datasus), Jacson Venâncio de Barros, também esteve presente e realizou uma palestra sobre a atual Estratégia de Saúde Digital no Brasil.

Sandramara simposio
Sandramara Matias Chaves: UFG terá maior hospital universitário do país (Fotos: Carlos Siqueira)

 

Estratégia de Saúde

O representante do SUS destacou algumas iniciativas passadas que construíram as bases para a estratégia atual. Uma delas é a Portaria do Ministério da Saúde (MS) 2073/2011, que regulamenta a comunicação entre distintos sistemas informacionais. Conforme a portaria, esses padrões deverão constar em um documento chamado “Catálogo de Padrões de Interoperabilidade de Informações de Sistemas de Saúde (CPIISS)”, que ainda deve ser publicado pelo Datasus, com acesso disponibilizado à sociedade.

Já a Política Nacional de Informação e Informática em Saúde, publicada em 2016, adiciona que tanto usuários quanto profissionais são as “partes interessadas” nesse processo. Além disso, o texto aponta que os dados informatizados podem subsidiar atividades de gestão, vigilância e atenção à saúde das pessoas. Uma ferramenta que pode facilitar esse processo é o “gov.br”, pelo qual o Governo Federal propôs a reunião de todos os dados cadastrais dos cidadãos em uma plataforma única.

Com base nesses antecedentes, o MS definiu qual é a Estratégia de Saúde Digital no Brasil, o que Jacson conceituou como o “uso de recursos de Tecnologia da Informação e Comunicação para produzir e disponibilizar informações confiáveis, sobre o estado de saúde para quem precisa, no momento em que precisa”. Essa estratégia é capaz de agilizar atendimentos e poupar recursos financeiros, especialmente porque permitiria a qualquer médico ter acesso ao histórico de um paciente, “o que evita a repetição de exames, como também torna desnecessário o usuário do serviço ter que contar toda a trajetória do seu quadro de saúde sempre que visitar um médico”.

Isso porque todas as informações sobre exames, testes, consultas e atendimentos médicos registrados desde o início da vida do indivíduo podem ficar registrados em uma plataforma de fácil acesso ao profissional. No entanto, para que essa situação seja alcançada, é preciso digitalizar serviços em todas unidades de saúde no país, como também é necessário promover uma comunicação entre os diferentes sistemas que já existem. Para isso, o MS criou o Programa Conecte SUS, com objetivo de informatizar os postos de atendimento.

O estado de Alagoas, onde 80% das unidades não têm prontuário eletrônico, foi escolhido para ser o primeiro a receber a iniciativa, sediando assim um projeto piloto. Segundo o diretor do Datasus, cerca de 11% dos exames solicitados no estado não chegam a ser verificados pelos profissionais. “Podemos evitar fraudes e gastos desnecessários com exames repetidos”, aponta. Para Jacson, é importante situar o Brasil na saúde do século 21, com tecnologia que permita o melhor funcionamento dos serviços. “Por isso, criamos a Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS), que tem objetivo de proporcionar trocas de informação entre diferentes sistemas”.

A ideia é criar um Prontuário Único do paciente por meio da troca de informações entre os diferentes níveis de atenção à saúde. “Isso permite a continuidade no acompanhamento de como está a saúde do usuário”. Para isso, o Datasus vai criar o Portal Conecte SUS, por onde todo profissional vai ter acesso aos dados clínicos dos pacientes. No entanto, Jacson avalia que essa comunicação também demanda uma mudança na cultura dos servidores, que precisam entender a necessidade de se contribuir pela evolução da saúde pública com a utilização adequada das novas tecnologias.

Jacson Venancio
Jacson Venâncio: informatização evita fraudes, economiza tempo e gastos em saúde

Abertura

O evento teve uma solenidade de abertura, que contou com apresentação de músicas clássicas e formação de uma mesa para início das atividades. O momento musical ficou por conta das professoras da Escola de Música e Artes Cênicas (Emac/UFG), Consuelo Quireze Rosa e Maria Lucia Roriz, que formaram um dueto em piano.

Dueto de musica Simposio Tecnologia Saude
Consuelo Quireze Rosa (esquerda) e Maria Lucia Roriz (direita) realizaram apresentação musical com piano

Em seguida, a presidente do simpósio, professora Renata Dutra Braga, recebeu a Vice-Reitora Sandramara Matias Chaves; o Secretário de Estado de Saúde em Goiás, Ismael Alexandrino; a professora Silvana de Lima Vieira dos Santos, coordenadora do CGIS/UFG; além de Jacson Venâncio, para a formação de uma mesa em abertura ao evento.

Renata destacou que o momento atual tem proporcionado a aparição de tecnologias como a impressão 3D, o atendimento móvel e o aprendizado de máquinas, que têm promovido uma revolução na qualidade da atenção em saúde. Além disso, a presidente do simpósio destacou o lançamento do e-book “Estrada Goiana da Informação em Saúde: uma concepção”.

Jacson elogiou a iniciativa da UFG em ofertar a primeira graduação em Inteligência Artificial do país, enquanto Ismael Alexandrino destacou a importância de se avançar na aplicação de tecnologias para a saúde pública em Goiás: “precisamos acabar com os prontuários de papel e digitalizar todas as informações de atendimento”, apontou.

Silvana de Lima Vieira dos Santos afirmou que a missão da CGIS/UFG é “contribuir para que a Universidade seja referência em diretrizes na área de informatização da saúde e capacitação de recursos humanos para a operação de sistemas”. A comissão foi criada em 2011, e conta com representantes das áreas de Medicina, Odontologia, Farmácia, Nutrição, Enfermagem, Musicoterapia, Saúde Pública, Educação Física e Tecnologia da Informação, além de membros da saúde pública municipal de Goiânia e do governo estadual.

Mesa de abertura simposio
Na mesa: da esquerda à direita, Ismael Alexandrino, Sandramara Matias Chaves, Jacson Venâncio, e Silvana de Lima Vieira dos Santos. Em pé: Renata Dutra Braga 

Evento

O Simpósio de Informática em Saúde chegou à 3ª edição com o tema “Saúde digital: os desafios para os profissionais e gestores da área da saúde”. O evento é uma realização da CGIS/UFG, com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg). A iniciativa tem como meta o fortalecimento da Estratégia de Saúde Digital nos estados, por meio de um convênio firmado em 2018, entre a UFG e os governos de Goiás e do Paraná.

O simpósio ainda abriga a 1ª Mostra Científica de Informação e Informática em Saúde, realizada durante o evento na Faculdade de Medicina da UFG. Silvana Pereira dos Santos apontou que a escolha do tema foi um grande desafio: “a GCIS/UFG entende que a implementação da comunicação digital é o maior desafio para o atendimento na área, porque ainda exige a formação de pessoas com competências para lidar com as tecnologias, e nos demanda refletir sobre questões estruturais e éticas do exercício profissional”.

 

Fonte: Secom/UFG

Categorias: Saúde