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Universidade Federal de Goiás
modelagem covid

Diminuição do isolamento social pode aumentar necessidade de leitos em Goiás até fim de junho

Em 04/05/20 17:49.

Análise foi realizada a partir de dados de isolamento dos municípios de Goiás em abril

Kharen Stecca

Um grupo de pesquisadores da Universidade Federal de Goiás publicou uma nota técnica que analisa o modelo de expansão espaço temporal da COVID-19 em Goiás a partir de dois cenários de isolamento social. Um relativo ao índice de isolamento realizado entre os dias 21 e 27 de abril (o cenário verde no estudo) e um com números relativos aos dias 14 e 27 de abril (cenário vermelho).

Os dois cenários, segundo os pesquisadores, podem ser considerados otimistas, pois incluem um alto isolamento social proporcionado pelas medidas de governo implementadas. Conclui-se que houve redução da velocidade de transmissão em abril de 2020 com as medidas adotadas. Também observou-se que houve uma redução gradual do isolamento social ao longo do tempo e ainda não é possível avaliar qual será o impacto na taxa de transmissão efetiva nas próximas semanas. Mas se esse número impactar no número reprodutivo da infecção (Re) e a tendência se manter em maio, no início de junho haverá crescimento da necessidade de leitos hospitalares e leitos de UTI em Goiás, podendo crescer nos próximos meses. Estima-se que serão necessários entre 440 e 1380 leitos clínicos no final de maio, e entre 1550 e 3950 leitos clínicos no final de junho no cenário verde (maior isolamento social) e uma demanda entre 511 e 1600 leitos clínicos no final de maio, e entre 5740 e 11060 leitos clínicos no final de junho no cenário vermelho (diminuição gradual do isolamento social). O aumento deverá ocorrer com atraso de aproximadamente 20 dias, com maior impacto no final de junho.

Grafico leitos

 

No entanto, os pesquisadores alertam que é preciso chamar atenção dos gestores que, caso haja grandes mudanças nessas tendências, desencadeando grandes reduções nos níveis de isolamento, o modelo irá projetar diferenças mais acentuadas entre os dois cenários, com potencial aumento no número de casos e internações hospitalares.

Os números utilizados no estudo são obtidos via isolamento social estimado via telefonia celular. De acordo com os dados colhidos até agora, o estudo pressupõe que a redução do nível de distanciamento social promove, até 11 dias depois, um aumento detectável no número de novos casos confirmados de COVID-19.

Alertas - As estimativas do estudo são úteis para prever demanda de leitos hospitalares convencionais e de UTI em todo o Estado. O estudo também alerta para o perigo de flexibilização seletiva de medidas de distanciamento social em municípios menores, por isso sugere manter as mesmas medidas de isolamento social para todo o estado de Goiás. Até agora o estudo sugere que o isolamento social pode achatar a curva epidêmica, mas ainda não se sabe ao certo quando será possível flexibilizar essas medidas com segurança. Só com base nos dados colhidos ao longo do tempo poderá ser avaliado as previsões para uma flexibilização futura.

Futuras simulações - Para os próximos passos do modelo ABM-COVID-GO-III, é possível simular diversos cenários para responder à diferentes perguntas relacionadas às políticas públicas relevantes no contexto da pandemia de COVID-19. É possível, por exemplo, avaliar alternativas da flexibilização de medidas de restrição impostas, ao longo do tempo, por setores, por grupos de idade, entre outros, considerando condições locais como estrutura etária, matriz de contato social da população e densidade populacional associado a cada segmento e setor econômico-produtivo.

Simulação entre municípios - O estudo também mostrou por meio de uma simulação eletrônica como a COVID-19 se espalhou entre os municípios goianos desde o início da pandemia e como pode chegar a todos os municípios até o final de junho de 2020. O que enfatiza a necessidade de manter o isolamento social em todos os municípios goianos de forma igualitária. Veja o vídeo:


Confira o estudo completo aqui.


Confira o site do grupo. 

 

Fonte: Secom UFG

Categorias: Saúde