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Universidade Federal de Goiás
Fake News

Projeto Politizar discute combate às fake news

Em 28/09/20 09:32. Atualizada em 28/09/20 09:33.

Painel de debate gerou reflexão sobre jornalismo político e a disseminação das notícias falsas

Amanda Birck

O Simpósio Politizar, realizado em parceria com a Assembléia Legislativa de Goiás (Alego) e a Câmara Municipal de Goiânia, movimentou em seu último dia de evento, sexta-feira (26/09), o painel IV com o tema “Jornalismo político e o combate à desinformação”. Mediado pelo professor e secretário de Comunicação da UFG, Sálvio Juliano, o debate contou com a participação dos jornalistas Fabiana Pulcineli (O Popular), Márcia Reverdosa (jornalista independente) e Gabriel Pernambuco (publicitário jornalista independente). A transmissão ocorreu ao vivo no canal do YouTube da UFG.

Painel Politizar

Em reflexão a respeito da disseminação de notícias falsas, a jornalista Fabiana Pulcineli, com a primeira palavra, comentou sobre uma maior possibilidade de relacionar a falta de informação com o momento em que o país vive. “Não tem nada melhor para ilustrar desinformação e tentativas de combate à desinformação do que esse momento de pandemia”. Segundo Pulcineli, porém, o esforço que os veículos de informação realizam para conter correntes falsas mostram ser em vão diante de seu crescimento e da impossibilidade de seu monitoramento.

A jornalista Márcia Reverdosa, em seguimento à fala de Pulcineli, chamou a atenção para o que acredita ser uma falta de transparência pública. Para ela, a desinformação torna-se ainda mais desenfreada quando vinda de altos cargos, que refletem no público devido ao poder da palavra. “É uma ação de governo. Você está se comunicando com os canais do governo e eles estão repetindo essas narrativas mentirosas: você institucionaliza a desinformação.”

Responsabilidade jornalística

Para Gabriel Pernambuco, o combate à disseminação de notícias falsas envolve a diferenciação do fazer jornalístico visto na atualidade. Segundo ele, é necessário ressignificar a função política do jornalismo como um todo, que implica em modificar a forma como perguntas são feitas e pensadas, evoluindo em direção à autocrítica. “O jornalista é a construção de uma narrativa que busca a factualidade e a verdade, mas nós não somos donos disso. Acho que o jornalismo se apropriou deste lugar e deixou de cumprir funções básica”, disse.

Márcia Reverdosa, em relação à responsabilidade incumbida aos jornalistas, comenta sobre como a autocrítica, de fato, é importante e deve ocorrer. Para ela, o profissional deve reconstruir-se na maneira de se comunicar com o público, sendo as relações instituídas mais importantes do que os textos publicados e veiculados, tornando a informalidade uma ferramenta de desconstrução. “É a nossa parte e é a parte que temos que cumprir. Se a gente quer privilegiar a verdade, nós temos que vivê-la de alguma maneira e temos que promovê-la”.

Métodos de contenção

A forma de enfrentar a desinformação, para Fabiana Pulcineli, deve ocorrer progressivamente e ser iniciada desde cedo. Segundo a jornalista, a questão deve ser trabalhada de modo educativo, inclusive nas escolas com a análise crítica da mídia, incentivando as pessoas a checarem as informações antes de repassá-las. Márcia Reverdosa acredita que um entendimento próprio deve ser feito, além da checagem da confiabilidade de sites e de notícias, que não devem ser assinadas por pseudônimos e não podem possuir fontes de financiamento excluso. 

Gabriel Pernambuco, ainda a respeito das ferramentas de contenção de notícias falsas, reflete sobre uma autoconsciência do consumo. Para ele, o público deve estudar mais aquilo que lê e ao que é exposto diariamente, entendendo a função jornalística. “É um exercício de olhar para dentro. De entender suas próprias características, as que estão sendo colocadas ali para você, porque de uma forma ou outra, é uma imposição o acesso à informação (...) e é entender isso como um processo, e se posicionar de uma forma mais autônoma”.

O Politizar é um projeto de extensão da UFG em parceria com a Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) que promove uma simulação da assembleia com Deputados, Assessores e Jornalistas. Todos os painéis de debates do Simpósio estão disponíveis no canal do YouTube da UFG.

Fonte: Secom-UFG

Categorias: Humanidades FCS