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Universidade Federal de Goiás
movimentos sociais

Seminário discute Movimentos Sociais contemporâneos

Em 18/11/20 18:27. Atualizada em 25/11/20 10:11.

No último dia de evento, pesquisadores debatem as influências do neoliberalismo na repressão e burocracia estatal

Maria Eugênia Nalini

Não há como pensar na relação entre movimentos sociais e estado sem considerar suas dinâmicas conflituais internas, especialmente quando se trata do sistema capitalista como o compositor das lutas de classes e das relações de poder. Para discutir a constituição dos movimentos sociais contemporâneos, ocorreu no dia 18/11 a terceira e última mesa-redonda do seminário "Movimentos Sociais e Sociedade Moderna" do Núcleo de Estudos e Pesquisa em Movimentos Sociais (Nemos) da Universidade Federal de Goiás (UFG).

Com a mediação de Gabrielle Andrade e a participação de Gabriel Teles, doutorando em Sociologia pela Universidade de São Paulo (USP) e mestre em Sociologia pela UFG, e do professor Nildo Viana, doutor em Sociologia pela Universidade de Brasília (UNB) e componente da Faculdade de Ciências Sociais (FCS) da UFG, todos membros do Núcleo, foi discutido, em formato de exposição e debate, o tema “Movimentos Sociais contemporâneos”. A transmissão ocorreu ao vivo no canal do YouTube do Núcleo.

 

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O evento promoveu um momento de debate com internautas



Em uma discussão a respeito dos diversos ramos de movimentos sociais influenciados pela política neoliberalista, Gabriel Teles pontua que há uma carência de estudos no que tange às consequências dessa administração nas mobilizações sociais, principalmente quando se trata de questões gerais e estruturais dos movimentos. Para uma exibição didática, Teles utiliza o conceito de Nildo Viana para definir que movimentos sociais são “mobilizações de determinados grupos derivadas de certas situações que geram insatisfação, senso de pertencimento e determinados objetivos''.

Já para a definição de neoliberalismo, o pesquisador o aborda como uma “manifestação contemporânea do estado capitalista”, especificamente no que se refere a predominância do mercado, as privatizações, a administração partidária de gastos públicos e as consequentes desigualdade social e exploração capitalista.

Papel Estatal

Teles afirma que não há como pensar na relação entre movimentos sociais e estado sem considerar suas dinâmicas conflituais internas, especialmente quando se trata do sistema capitalista como o compositor das lutas de classes e das relações de poder. Dessa forma, relacionando os dois temas, o doutorando expõe que o estado neoliberal não possui um conjunto de políticas estatais voltadas para o bem-estar social, mas uma constituição de doutrinas repressivas e burocráticas, para que os movimentos não entrem em conflito com os governos hegemônicos.

Isso visa a amenização de reivindicações mais extensivas, não aproximando-se de resoluções concretas para as questões base dos movimentos sociais. Nesse sentido, Gabriel Teles defende: “Não basta somente analisar a relação de movimentos sociais e neoliberalismo, mas buscar como os movimentos podem contribuir para a destruição não só do estado neoliberal, mas da sociedade capitalista que o gera”.

Subjetivismo

Em um segundo momento, o professor Nildo Viana expôs que o conhecimento é gerado como um produto da relação entre sujeito e objeto, tecendo um diálogo sobre como a elaboração de conhecimentos se agrega nos âmbitos objetivistas e subjetivistas. Ele expõe que as ideias podem ser meros reflexos da realidade quando objetiva, ou uma criação do sujeito, constituindo o subjetivismo.

Ao longo da abordagem, o professor trata do paradigma subjetivista, que é como uma forma de pensar e recombinar percepções, como um modelo que transforma os indivíduos e os grupos em sujeitos do conhecimento cognitivo que produzem o saber. Isso, consequentemente, transforma os indivíduos em sujeitos políticos. No entanto, Viena reitera que “é fundamental entender que nós temos consciência do conteúdo do pensamento, mas não temos consciência do modo de pensar”.

O Nemos é um núcleo de pesquisa da Faculdade de Ciências Sociais da UFG, de caráter acadêmico e sem fins lucrativos, que objetiva viabilizar os meios de realização de ensino, pesquisa, extensão e eventos na área de sociologia e afins.

Fonte: Secom UFG

Categorias: Humanidades FCS