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Universidade Federal de Goiás

Atenção especial à população afrodescendente em Goiás

Em 14/06/10 07:03. Atualizada em 21/08/14 11:45.
A UFG é uma das integrantes da Rede Goiana de Pesquisa em Saúde da População Negra, que desenvolve projeto sobre anemia falciforme

Por Angélica Queiroz (Ascom/UFG)

 

Fazer um levantamento da realidade da saúde da população afrodescendente de Goiânia portadora de anemia falciforme e sistematizar essas informações em um repositório de dados é o principal objetivo do projeto, desenvolvido pela Rede Goiana de Pesquisa em Saúde da População Negra. Segundo a coordenadora da Rede, Rosângela Hatori Rocha, do Instituto de Ciências Biológicas da UFG, trata-se de uma caracterização da população afrodescendente portadora de anemia falciforme atendida nos serviços de saúde pública de Goiânia, que trata pacientes de todo o estado.

 

Com a triagem dos pacientes falcêmicos atendidos no Hemocentro, no Hospital Materno-Infantil e no Hospital das Clínicas/UFG, os pesquisadores terão a exata dimensão, em dados estatísticos, do problema de saúde pública que é a anemia falciforme em Goiás. Depois de reunir e analisar esses dados, a Rede pretende divulgar os resultados para a sociedade civil e os profissionais de saúde por meio da publicação em revistas científicas e materiais educativos, além de promover seminários, palestras e simpósios.

 

Rosângela Hatori explica que esse trabalho possibilitará ações para melhorar a da qualidade de vida dos portadores de anemia falciforme. “Espera-se que todos os objetivos do projeto sejam alcançados. Esta é uma pesquisa de base, necessária para se conhecer a realidade dos portadores de anemia falciforme tratados nos serviços de saúde pública (SUS) de Goiânia”, esclarece. Além disso, a coordenadora da Rede espera que essa iniciativa desencadeie outras pesquisas voltadas para a produção de conhecimento das especificidades da população afrodescendente no estado.

 

 Rede Goiana de Pesquisa em Saúde da População Negra

 

A Rede Goiana de Pesquisa em Saúde da População Negra está vinculada ao Programa de Fortalecimento da Ciência lançado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg) em 2008. Integram a Rede a Universidade Federal de Goiás, a Secretaria de Estado da Saúde e duas organizações não governamentais: Grupo de Mulheres Negras Dandara no Cerrado e Grupo de Mulheres Negras Malunga.

 

Recursos humanos dessas instituições e entidades formam uma equipe multidisciplinar, composta por profissionais (graduados, especialistas, mestres e doutores) de diversas formações na área de saúde pública: médico, geneticista, psicólogo, dentista, assistente social e biólogo, além do corpo técnico de laboratório e técnicos em enfermagem. Esse grupo atua nas atividades de pesquisa e no suporte técnico operacional em todas as etapas do processo de produção do conhecimento científico.

 

São desenvolvidas atividades diversas, envolvendo produção de conhecimentos científicos com aplicabilidade a curto, médio e longo prazo, relacionados ao processo saúde-doença que atingem, de forma especial, a população afrodescendente do estado de Goiás. A coordenadora da Rede ressalta que a atenção aos aspectos especiais e temas de interesse da população afrodescendente é uma reinvindicação antiga dessas populações.

 

Rosângela Hatori esclarece que as peculiaridades das doenças que atingem especificamente a população afrodescendente já fizeram despertar para a necessidade de criação de programas específicos - o da anemia falciforme é o primeiro deles. Segundo explica a coordenadora, a atenção especial justifica-se por ser esta uma doença incidente que já apresenta sinalizadores estatísticos suficientes e convincentes para justificar sua prioridade como problema de saúde pública. Porém, a coordenadora da Rede destaca que, embora a doença falciforme predomine entre os afrodescendentes, a miscigenação frequente da população brasileira, especialmente no estado de Goiás, possibilita que se encontrem pessoas de pele branca portadoras dessa forma de anemia.

 

Confira o conteúdo impresso no Jornal UFG, aqui.

 

Fonte: Ascom/UFG