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Universidade Federal de Goiás
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Decisão de mudar de curso precisa ser bem pensada

Em 01/07/10 01:59. Atualizada em 21/08/14 11:45.
Levar em consideração que a satisfação total é inalcançável e procurar orientação vocacional são os principais conselhos do especialista ouvido pelo Jornal UFG On-line

Por Angélica Queiroz

 

A modernidade prega o direito sagrado ao prazer imediato. Como consequência, as pessoas estão cada vez mais intolerantes com qualquer descontentamento. Altair José dos Santos, psicanalista e coordenador do Núcleo de Estudos e Coordenação de Ações para a Saúde do Adolescente (Necasa) da UFG, lembrou que “uma dose de insatisfação é inerente à condição humana”. Ele explicou que nenhum curso vai deixar o aluno plenamente satisfeito. Segundo ele, se alguém diz que está totalmente feliz com o que faz, provavelmente não está analisando por todos os ângulos. Em todas as áreas de atuação sempre haverá aspectos que agradam a uns e desagradam a outros.

 

Considerada essa condição prévia, é necessário que o aluno faça uma revisão da sua história. Assim, ele precisará analisar o motivo que o levou a escolher o curso que está fazendo, o que ele espera, o que não está atendendo às suas expectativas, entre outros fatores. Se o problema é pressão da família ou amigos, a recomendação é sempre o diálogo. “É preciso expor com clareza a sua opinião, mas também é válido ouvir os argumentos do outro”, ressaltou Altair dos Santos. Só depois desse processo de reflexão o estudante estará apto a decidir se realmente não está no lugar certo.

 

O aluno insatisfeito com seu curso, antes de abandoná-lo, também precisa analisar se não está sendo precipitado. “Muitas vezes o aluno desiste não porque está no curso errado, mas porque não entende o percurso que precisa fazer”, destacou o psicanalista. Todos os cursos precisam passar por eixos fundamentais antes de entrar nas matérias específicas. Muitos alunos, ansiosos, ficam insatisfeitos e, por não saberem esperar, acham que estão no curso errado. “O que eu percebo é que o aluno nem sempre entende o valor da formação básica no início do curso”, diz Altair dos Santos.

 

Uma recomendação do psicanalista é que o estudante procure uma orientação vocacional. “Esse processo ajuda o aluno a se conhecer melhor em relação às suas possibilidades profissionais”, explicou. Em muitos casos, essas orientações incluem contato com a realidade profissional. Se o aluno pretende cursar odontologia, por exemplo, ele pode ser orientado a passar um dia em um consultório de dentista  para ver como é o dia-a-dia da profissão.

 

Mercado de Trabalho – Muitos alunos decidem pela mudança porque se decepcionaram com o mercado de trabalho.  No entanto, é preciso conciliar esse fator com a satisfação pessoal. “É importante que o estudante pense em ganhar dinheiro com algo do que ele goste”, ressaltou Altair dos Santos. Para o psicanalista, é muito difícil que alguém se saia bem desempenhando uma função com a qual não tem a menor afinidade. Mesmo para quem pensa em prestar concurso público vale o conselho: “é muito complicado dedicar-se a uma rotina de estudo sobre um tema de que você não gosta”, lembrou.

 

Além disso, o mercado de trabalho tem muito de imprevisível. Um curso com bom retorno financeiro hoje pode não ser mais promissor amanhã. A Engenharia Civil, por exemplo, era uma área estagnada dez anos atrás, mas hoje, com o aquecimento do mercado imobiliário brasileiro, voltou a ser uma área em expansão no mercado de trabalho. Por isso, a dica é sempre levar em conta, mesmo que minimamente, o desejo e a afinidade de cada um com a área a ser escolhida.

Confira o conteúdo imprenso no Jornal UFG, aqui.

Fonte: Ascom/UFG