O Esqueleto (e a Esqueleta) no cinema
Pollyana Reis
Cinquenta anos é uma idade difícil para quase todo indivíduo, principalmente numa sociedade que privilegia tanto a juventude. Mas isso não vale para o sr. Esqueleto, que está em plena forma no seu 50º aniversário. Porém, o seu casamento está em crise. A sra. Esqueleta está insatisfeita com a relação e deseja mais espaço na vida do marido e no seu show, é claro. Foi com esse impasse que começou o 50º Show do Esqueleto da Faculdade de Medicina (FM) da UFG, no último dia 14, no Teatro Rio Vermelho, do Centro Cultura e Convenções.
Cada edição do Show do Esqueleto é organizada pela turma do segundo ano de Medicina. Destsa vez foi a turma 58 que usou o cinema para fazer piada, sátiras, mas também falar de coisa séria no show iniciado em 1961 por Heitor Rosa e alguns colegas. A intenção dos criadores era fazer o “pior show do mundo”, usar o humor para criticar a ditadura militar e dar boas-vindas aos calouros. A performance acabou virando tradição na FM.
Este ano o tema do show foi o cinema. filmes hollywoodianos como Grease – nos tempos da Brilhantina, Rocky, um lutador, Chicago e as produções brasileiras Tropa de elite, Auto da Compadecida, entre outros, serviram de pano de fundo para as sátiras sobre a vida de vestibulando, calouro e veterano. Entre números musicais e situações cômicas, os alunos conseguiram arrancar risos da plateia, composta, na sua maioria, por familiares e colegas da faculdade.
A parte séria do show ficou a cargo do Sr. Esqueleto e da Sra. Esqueleta, que fizeram reflexões sobre o papel do ser humano no mundo, sobre a comodidade da sociedade em relações de abuso de poder, discutiram sobre ser mais importante o seu nome ou o que você faz, entre outros temas. Por fim, os alunos homenagearam o professor Heitor Rosa, um dos criadores do show e ex-diretor da FM, com o grande prêmio da noite, o “Oscar”. O senhor e a senhora Esqueleto entregaram a estatueta exaltando a importância do professor para a faculdade, Depois foi a vez do tradicional número das “baleiras”, com os alunos da turma 58 vestidos de mulher.
A Esqueleta
Exatamente como a Sra. Esqueleta queria para si, gradativamente as estudantes da FM vem ganhando espaço no show. À medida que, a cada ano, o número de mulheres no curso também aumenta. No ano de 2003, por exemplo, um trio de alunas comandou a direção geral do evento. As médicas Patrícia Parreira, Renata Ferreira e Mônica Nascimento conseguiram inscrever o Show do Esqueleto como projeto de extensão e, assim, conseguiram apoio da Escola de Música e Artes Cênicas (Emac) para fazer a direção artística.
Segundo informou Patrícia Parreira, também em 2001 e 2002 duas mulheres dirigiram o show, Larissa Simões e Ana Lúcia, respectivamente. A ex-aluna Ana Lúcia é apontada por Patrícia como responsável por fazer renascer o Show do Esqueleto, pois conseguiu levá-lo de volta para o Teatro Goiânia, mesmo sem apoio e patrocínio. Algumas edições o Show do Esqueleto restringia-se a uma pequena apresentação no auditório da Faculdade de Educação. Essa mudança, de acordo com Patrícia Parreira, tornou mais fácil trabalhar com o show.
Conforme a opinião de Patrícia Parreira, o Show do Esqueleto é um espaço do curso de Medicina em que as grandes amizades são construídas ou consolidadas, pela convivência, pelos desafios e por ser o maior momento de integração da turma.
Fonte: Ascom/UFG