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Universidade Federal de Goiás

Teoria de Campos

Em 01/02/12 16:53. Atualizada em 21/08/14 11:44.

 

 
Suas curiosidades científicas respondidas pelos especialistas da UFG

 

Teoria de Campos

 

Raniê Solarevisky

Explicar o que é “campo” pode parecer um desafio, se excluirmos o tapete verde em que desfilava o rei Pelé. “A ideia de 'campo' é muito antiga. 'Campo' é algo distribuído no espaço”, explica o professor Ardiley Torres Avelar, coordenador da primeira Oficina Nacional de Teoria de Campos. O evento, organizado pelo Instituto de Física da UFG em parceria com as Universidades Federais da Paraíba e do Rio de Janeiro, foi realizado entre os dias 6 e 9 de abril em Goiânia, no Papillon Hotel.

 

Perceber, por exemplo, que um pedaço de metal é atraído por um ímã que está à distância, quando não há nenhuma ligação visível entre eles, forçou a mente dos cientistas a procurar respostas. Na verdade, o ímã modifica o espaço em torno dele, criando um campo magnético; esse campo, que passa pela posição do metal, atrai o objeto metálico”, explica Ardiley Torres.

Gráficos simuladores de campos

A teoria de campos é fundamental na Física, já que serve como suporte para uma série de teorias conhecidas, como a da relatividade, de Albert Einstein, e boa parte da mecânica quântica. Ao mesmo tempo, também é uma área de estudos muito ampla, de acordo com o professor. “Estudos que se valem da teoria de campos vão desde a descrição de campos em níveis elementares (prótons e elétrons, por exemplo) até elaboradas teses de cosmologia. É uma questão de escala. Se queremos estudar o movimento da Terra em torno do Sol, por exemplo, para esse fenômeno, a Terra se torna uma partícula”, explica.

 

O uso da teoria de campos nos estudos sobre partículas elementares, por exemplo, demonstrou a existência da anti-matéria. A ideia gerou aplicações práticas na medicina, como o aparelho usado no Hospital Araújo Jorge para detectar e mapear tumores em pacientes com câncer. Uma substância contendo pósitrons (antimatéria) e que se agrega ao tumor, é injetada na corrente sanguínea do paciente. Quando os elétrons (matéria), que fazem parte da constituição do tumor, encontram-se com os pósitrons, emitem raios-gama, que são detectados pelo aparelho, determinando a localização e a forma exata do tumor.

 

Com o objetivo de promover o diálogo entre as diversas linhas de pesquisa da teoria de campos, concebeu-se a Oficina. Participaram do evento 47 pesquisadores, entre representantes de todo o país e estrangeiros, e uma segunda edição já está planejada para o ano que vem, em Florianópolis. “Embora todos usem as mesmas técnicas fundamentais, tratamos de assuntos específicos. O evento não só gera integração e fomenta colaborações, mas também serve para organizar a categoria politicamente”, comenta o professor.

 

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