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Universidade Federal de Goiás

<máquinas no comando>

Em 26/04/16 16:43. Atualizada em 28/04/16 15:33.

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<máquinasnocomando>

Texto: Wanessa Olimpio | Ilustração: Freepick

Casa automatizada, através de dispositivos móveis conseguem

 

Vivemos cada vez mais conectados a aparelhos tecnológicos, smartphones, tablets e computadores. A relação homem-máquina já se tornou rotina e muitos não conseguem mais se separar de seus dispositivos. Porém, os dispositivos também estão interagindo entre si, sem a mediação de uma pessoa. Dessa forma, já é possível se imaginar vivendo em um ambiente com objetos que se comunicam uns com os outros ou que, só de te observar, reajam e façam alguma coisa por você. Na UFG, diversos pesquisadores desenvolvem estudos nessa área, chamada de Internet das Coisas. 

“A Internet das Coisas é um conceito utilizado para designar determinados objetos que podem cumprir o papel de emissores e receptores de informações com base em uma série de padrões de interface. São máquinas que se comunicam e são incorporadas em uma série de produtos”, explica o professor Cleomar Rocha, coordenador do Laboratório de Pesquisa, Inovação e Desenvolvimento em Mídias Interativas (Media Lab). Segundo ele, atualmente há uma quantidade de máquinas online que supera o número de pessoas. Por isso “a rede não é somente dos humanos, mas é uma rede que estabelece uma série de relações, inclusive homem e máquina, máquina e máquina e homem e homem mediado por máquina”.


Céu na terra

Imagine uma geladeira que avalie os produtos que estão acabando e, a partir de alguns comandos pré-selecionados, faça uma lista de compras. Ou ainda, se esse eletrodoméstico avaliasse as possibilidades de refeições que poderão ser feitas com os ingredientes encontrados. Para que isso ocorra é necessário que a transmissão de informações se efetive plenamente. No âmbito da pesquisa, no Brasil, há um único espaço que proporciona a avaliação de programas que comandam esses objetos. O professor do Instituto de Informática (INF) da UFG, Bruno Silvestre, é um dos coordenadores adjuntos do projeto TestBed: Céu na Terra, um ambiente para teste de aplicações para redes de sensores sem fio.

A iniciativa, que é a primeira do tipo no país, funciona em um auditório na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), através de uma parceira entre essa universidade, a UFG e a Pontifícia Universidade do Rio de Janeiro (PUC-Rio). O espaço funciona como um laboratório para que pesquisadores de outras instituições testem estudos. O Céu na Terra possui um portal em que um pesquisador que se interesse em testar o seu estudo se cadastra. Após o cadastro, o usuário coloca o algoritmo responsável pelo desenvolvimento do programa. De qualquer local em que essa pessoa esteja, o programa é testado no auditório no Rio de Janeiro e tem seu resultado divulgado.

O professor Bruno Silvestre explica que o projeto não é 100% perfeito, mas é melhor do que o uso do simulador. “Fizemos uma interface web de tal forma que o pesquisador possa subir o código e selecionar o que ele quer usar e depois fazer o pedido para rodar o experimento. Em seguida, ele coleta os dados e pode analisar realmente se algo melhorou ou piorou”. Segundo o pesquisador, o auditório é programado como uma “casa inteligente”, por exemplo, onde cada aparelho assume o papel de um objeto, como uma lâmpada, ar-condicionado, rádio ou televisão. O projeto é voltado para o ensino e para a pesquisa. “Você pede ao aluno que ligue um rádio e ele faz com que ligue, acendendo uma luz para mostrar que ligou ou desligou”, detalha o pesquisador.

O aluno de Ciências da Computação da UFG, Douglas Veronez, foi um dos estagiários que trabalhou durante dois anos no projeto Céu na Terra. “A ideia era criar um ambiente de teste, que compõe uma rede de pequenos sensores sem fio com a capacidade de se comunicar uns com os outros. O problema é que nem todo mundo tem como comprar esses equipamentos para testar as aplicações. Então o meu objetivo era desenvolver aplicações para poder testar na infraestrutura que íamos oferecer”, explicou o estudante.

Douglas Veronez ressalta que a participação no projeto foi muito importante para a sua formação acadêmica. “A experiência faz aumentar a habilidade de resolver problemas e melhora a expressão escrita, porque você tem que escrever bastante. Ensinar como a pessoa usa a aplicação, o TestBed. É fundamental para a vida do cientista e do profissional”. O TestBed: Céu na terra já está em andamento há quatro anos e é financiado pela Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP), organização social que provê internet em todas as universidades públicas e em algumas da rede privada no Brasil.

 

Para ler o arquivo completo em PDF clique aqui

 

Categorias: universidade internet das coisas Edição 78