Icone Instagram
Icone Linkedin
Icone YouTube
Universidade Federal de Goiás
casa Cora icon

Media Lab moderniza Museu Casa de Cora Coralina

Em 01/06/16 11:59. Atualizada em 08/06/16 10:23.

UFG presenteia a população com uma nova experiência tecnológica na residência da poetisa

Weberson Dias

Versos de Cora Coralina saem de uma velha máquina de escrever e saltam em uma parede branca. Poemas escorrem na água da bica. Na fumaça da antiga chaleira, mais poemas… É este o cenário que o novo Museu Casa de Cora Coralina oferece aos seus visitantes. Desde o dia 22 de março, a exposição permanente Cora Coralina: Coração do Brasil, marca uma nova concepção de museu, que deixa de expor o modo de vida de Cora e apresenta a poesia num espaço moderno, relembrando três décadas de falecimento da poetisa e doceira Cora Coralina e celebrando os 60 anos que Cora retornou de São Paulo para morar definitivamente em Goiás.


Todo o projeto de modernização contou com o apoio da Universidade Federal de Goiás (UFG), por meio de um convite feito à equipe do Laboratório de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação em Mídias Interativas (Media Lab). As intervenções midiáticas foram desenvolvidas em cinco ambientes da casa: sala de espera, cozinha, bica, sala de escrita/documentação e sala de saída. Ao novo caráter implantado na Casa em quatro meses de trabalho, o professor Cleomar Rocha caracteriza como uma experiência sensível, pulsante, uma forma de incorporar a poesia a novos sistemas multimídia em seu estado vibrante, visual e sonoro.

“Queremos proporcionar a todos uma nova dimensão interativa de experiência sensível, uma vida pulsante. Agora aqui será a Casa da Poesia, porque a poesia projeta-se no que Cora chamava de triângulo da vida: terra, água e ar. O novo museu de Cora não olha apenas para um passado, mas cria perspectivas de um futuro a partir de mídias interativas. Durante a visitação, fica evidente que o futuro via tecnologia está cada vez mais presente no passado que forma a Casa”, detalha Cleomar Rocha.

 

Depois de quatro meses fechado para reforma, o Museu Casa de Cora Coralina foi reinaugurado no dia 22 de março 

Depois de quatro meses fechado para reforma, o Museu Casa de Cora Coralina foi reinaugurado no dia 22 de março


Revitalização

O evento de reinauguração contou com a presença de familiares da poetisa e doceira Cora Coralina, cognome de Ana Lins dos Guimarães Peixoto Bretas (1889-1985), a “Aninha” da Casa Velha da Ponte. A revitalização é fruto do Programa de Apoio ao Patrimônio Brasileiro da Caixa Econômica Federal – Biênio 2015/2016 – que destinou um valor de R$ 290.000,00 mil ao projeto, o único aprovado na Região Centro-Oeste. Um detalhe interessante: foi de Cora a primeira conta da Agência Vila Boa da Caixa na cidade.

Esta é a segunda intervenção com patrocínio da Caixa. A última foi há sete anos. Outras três propostas de intervenção estão previstas no Museu. O alcance da poesia de Cora Coralina foi relembrado pela diretora do Museu, antiga amiga de Cora que vê a poetisa “presente” em todos os cantos da Casa. “Como a Casa recebe turistas do Brasil inteiro e do exterior, eles poderão vivenciar e imergir nessa poesia, pois agora o museu é vivo!”, destaca Marlene Velasco.

A Universidade Federal de Goiás (UFG) sempre esteve presente na vida e obra de Cora Coralina. Desde 1983, a poetisa é doutora honoris causa pela UFG (Resolução Consuni n°001/1982). A Universidade também editou os primeiros livros de Cora, entre eles a segunda edição do livro Poemas dos Becos. “A obra de Cora, nossa poetisa maior, é um patrimônio imensurável para Goiás, para o Brasil e até para o mundo”, justifica a pró-reitora adjunta de Extensão e Cultura, Flávia Maria Cruvinel.


Valorização

A reformulação tem também parceria com a Prefeitura Municipal da Cidade de Goiás. “Por meio da literatura, Cora cantou nossa cidade para o mundo e, por causa dela, recebemos tantos vistantes, o que fomenta nosso turismo. O município deve muito à Cora, grande mulher, grande poetisa, e nada mais justo que devolver este presente, valorizando-a”, observa a prefeita da cidade, Selma Bastos.

Para um dos netos de Cora, Paulo Sérgio Sales, cumpre-se o que ela já ditava: que suas poesias seriam revisitadas pelas futuras gerações. “Ela tinha a visão de que as gerações futuras apreciariam sua mensagem melhor que aquelas que presenciaram ela em vida. Percebemos um interesse cada vez maior pelas mensagens de Cora e essa nova apresentação do Museu valoriza e reconhece a sua obra, trazendo-a para o século XXI. Estamos vendo aqui a tecnologia realçar a poesia”, elogia, agradecendo a importância da UFG na vida de Cora.


Museu

O Museu Casa de Cora Coralina está localizado ao lado da ponte sobre o Rio Vermelho, em frente a Cruz do Anhanguera, na Cidade de Goiás, e funciona desde 1989, quando abriu suas portas pela primeira vez ao grande público. Importante por preservar a memória e divulgar a obra de Cora Coralina, a partir da exposição de espaços da casa onde estão peças de roupas, móveis, quadros de fotos antigas, utensílios domésticos, livros, cartas recebidas, bem como fotos de personalidades que viveram ao lado de Cora, como Vicente e Maria Grampinho.

Categorias: Edição 79 Cultura #Cultura