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Universidade Federal de Goiás
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UFG desponta na criação de aplicativos móveis

Em 01/06/16 12:07. Atualizada em 08/06/16 10:24.

Tecnologia em ascensão é versátil e pode ajudar em diversos objetivos, como no combate a endemias e responsabilidade social

Renato Rodrigues

A UFG tem se destacado no desenvolvimento de aplicativos para dispositivos móveis em diversas áreas, como saúde, cultura e responsabilidade social. Instalados em smartphones ou tablets, algumas destas novas ferramentas tecnológicas foram viabilizadas por meio dos Centros de Empreendedorismo e Incubação da UFG, Proine, Regional Goiânia; Athenas, Regional Catalão; e Beetech, Regional Jataí, que apoiam projetos na área de inovação.

A gerente do Proine, Emília Rosângela Pires da Silva, explica que aplicativos que ainda estão em fase de concepção recebem apoio para o desenvolvimento do Produto Mínimo Viável (MVP), que é uma versão ou protótipo de um modelo de negócios, e aqueles que já tem o produto pronto, recebem apoio para a inserção no mercado. Emília Rosângela avalia que na área de Tecnologia da Informação (TI) há uma oferta em grande escala de novos produtos e ferramentas digitais, principalmente devido à facilidade de inovação e criação de novos produtos nesta área. “O empreendedor necessita apenas de um computador e seu conhecimento, enquanto outras áreas demandam anos de pesquisa, desenvolvimento e testes para se chegar a um produto final”, acrescenta.

Emília Rosângela destaca que o Proine atua no sentido de estimular a formação de competências empreendedoras para contribuir com a proposição de projetos passíveis de se transformar em novos empreendimentos, como o UFG Empreende, subprograma destinado à comunidade acadêmica, que busca estimular a cultura do empreendedorismo, desenvolver conhecimentos e habilidades para a criação de novos negócios. No programa são realizadas oficinas com atividades lúdicas, estimulando o desenvolvimento de atitudes empreendedoras no ambiente acadêmico, seja para a criação de novos negócios ou na preparação do indivíduo para o mercado de trabalho.

 

Bim

Bim

Pensando em amenizar o desgaste emocional de crianças que necessitam se submeter à hemodiálise, a professora do Instituto de Ciências Biológicas da UFG, Renata Mazaro e Costa, idealizou um aplicativo em 3D especial para pacientes a partir dos três anos de idade. O projeto foi construído em parceria com profissionais do Hospital das Clínicas (HC), da Faculdade de Nutrição (Fanut) e do Laboratório de Tecnologia da Informação e Mídias Educacionais (LabTIME), além do curso de Psicologia da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC).

A hemodiálise é um procedimento em que uma máquina limpa e filtra o sangue, fazendo parte do trabalho que o rim doente não consegue fazer. Quem precisa do procedimento passa, em média, 12 horas por semana (4 horas por dia, três vezes na semana) ligado a uma máquina. Se a rotina, as restrições alimentares e os efeitos colaterais não são simples para um adulto, para uma criança é ainda mais difícil. Atualmente, 14 pacientes pediátricos precisam se submeter a esse tratamento somente no HC.

O aplicativo Bim é um amiguinho virtual com doença renal e precisa ser cuidado para não ficar doente. A criança é a responsável por garantir todos os cuidados que ele precisa para sobreviver, como dar bebida, comida, remédio e banho. Além disso, fazer com que Bim frequente às sessões de hemodiálise e durma bem. Se o amigo virtual já estiver saudável, a criança tem a opção de acessar alguns minijogos no próprio dispositivo. Caso Bim fique doente, a criança então terá que levá-lo ao hospital e ficará impedida de jogar por um tempo. “A ideia é que a criança, enquanto brinca, aprenda sobre a doença”, explica Renata Mazaro. Responsável pelo desenvolvimento do aplicativo, o designer Igor Avelar do LabTIME, ressalta que o Bim traz uma nova perspectiva para a criança, fazendo com que ela entenda um pouco mais sobre o comportamento dos familiares, médicos e enfermeiros que lidam diariamente com a hemodiálise. “Ela passa de paciente a cuidadora”, pontua.


A intenção é de que o aplicativo, em breve, seja disponibilizado gratuitamente para que qualquer pessoa possa fazer o download em tablets e smartphones. No entanto, antes disso, o aplicativo passará por uma fase de validação junto ao público-alvo. Nessa fase, as crianças em tratamento no HC receberão tablets com o software instalado e uma equipe de alunos de pós-graduação, de iniciação científica e de extensão universitária farão o acompanhamento para avaliar o efeito do aplicativo na qualidade de vida desses pacientes. No momento, a professora busca recursos para adquirir esses equipamentos, que serão doados ao final da validação, e também desenvolver os novos minijogos para incrementar o aplicativo.

 

Sangue do Bem

Sangue do Bem

Um aplicativo desenvolvido na Regional Catalão foi projetado para aumentar o número de doadores no banco de sangue do município. O Sangue do Bem surgiu a partir da observação de postagens nas redes sociais que pediam a doação para alguma pessoa da família ou conhecido, mas que nem sempre despertavam o interesse de possíveis doadores. Fernando Henrique da Silva, aluno do programa de pós-graduação em Modelagem e Otimização da Regional Catalão e idealizador do projeto, com a ajuda de Douglas Kurtz Zaltron, estudante de Engenharia de Software da Universidade de Rio Verde (UniRV), notou que poucas destas postagens surtiam efeito, principalmente devido à falta de informações sobre o processo de doação de sangue e à forma de construção das postagens, que pouco incentivavam os leitores a ajudar.

Os estudantes observaram, em uma campanha feita na empresa em que um deles trabalhava, que muitas pessoas, mesmo com um bom perfil, sequer sabiam como doar sangue. Por isso, decidiram pensar em uma solução para o problema. “Pensamos em tornar fácil o contato das pessoas com a doação de sangue, tornar os usuários mais próximos e trabalhar o apelo pessoal e social de uma forma mais direta”, explica. A ferramenta foi premiada em terceiro lugar na 2ª Olimpíada de Empreendedorismo Universitário da UFG.

O aplicativo visa auxiliar o usuário nas informações básicas de doação, por meio de um feed, campanhas e notícias sobre o assunto, com as opções “Doar para alguém”, para listar pessoas que precisam de doação e indicar um doador e “Buscar doadores”, que serve para fazer o pedido de doação. É possível também selecionar o item “Registrar doação”, quando o aplicativo abre a câmera do dispositivo móvel e aguarda o usuário fotografar o adesivo fixado no hemocentro, validando a doação. Em “Hemocentros” são listados os locais disponíveis para doação de sangue, incluindo a opção de traçar a rota ou ligar diretamente para a sede do hemocentro. Por último, no campo “Informativo”, são mostrados todos os requisitos exigidos para estar apto a realizar a doação de sangue. O aplicativo Sangue do Bem ainda está em fase de testes e em breve será disponibilizado para outras cidades de todo o País.

Baixar o APP: <https://goo.gl/mxfxRT>.
Site do Projeto: <http://sanguedobem.com.br/>.
Fotos Ação Social: <https://drive.google.com/open?id=0B-MN1fQ1FILEM2t5WTRzMjU4ejg>.

 

DoeAlimento.org

DoeAlimento.org

A possibilidade de unir as novas tecnologias com a filantropia resultou no aplicativo DoeAlimento.org, desenvolvido por um professor e pesquisador do Curso de Medicina Veterinária da Regional Jataí. Thiago Carreo, idealizador do projeto, afirma que existem atualmente muitas pessoas que desejam fazer alguma boa ação, mas não sabem onde, nem como, ou não tem tempo para transformar a intenção em realidade. “A ideia surgiu por conta disso, o aplicativo DoeAlimento.org é uma ferramenta na qual usuários podem fazer doações de cestas básicas a pessoas ou instituições de caridade utilizando o celular”, explica.

Para desenvolver o aplicativo, o pesquisador contou com a participação de Daniel Leonardo de Souza Teixeira, aluno do curso de Ciência da Computação, que cuidou da parte de desenvolvimento do software. Carreo comenta que ainda precisa da colaboração de mais pessoas para viabilizar a parte logística do projeto. “Buscamos alguém que possa contabilizar as doações, realizar cotação de preços e que fique responsável por garantir as compras e entregas das cestas básicas”, acrescenta. A ideia do professor é vincular a ferramenta a um projeto de extensão universitária como forma de conseguir este apoio.

O idealizador do aplicativo também prevê disponibilizar o Doe Alimento para ajudar na doação de cestas básicas para alunos carentes da própria UFG. “Além do combate à fome, certamente promoveríamos também a educação”, observa. Ele planeja propor uma parceria com a assessoria estudantil no sentido de garantir a iniciativa. Thiago Carreo defende que existe um grande desafio a ser superado por pesquisadores que pretendem desenvolver aplicativos. “É difícil encontrar pessoas que tenham capacitação mínima para atuar nessa área e, principalmente, que tenham comprometimento”, pontua. O professor lembra que, na área de tecnologia, normalmente os alunos que se destacam acabam recebendo propostas de estágios remunerados ou mesmo de trabalho em empresas e nem sempre dispõem de tempo para participar de projetos da própria Universidade.

Para baixar o DoeAlimento.org, que já está pronto, basta acessar o Google Play. A ferramenta está disponível para dispositivos móveis que utilizam a plataforma Android. Ao entrar no aplicativo, a primeira opção a marcar é a que mostra para qual instituição deseja fazer a doação da cesta. Em seguida, escolher o tipo e quantidade de cestas e realizar o pagamento do pedido. “É bem simples e intuitivo”, completa Thiago Carreo.

 

aedeszero

 

#UFGAedesZero

Outro aplicativo móvel que está em fase de testes, o #UFGAedesZero, pretende ser uma arma a mais no combate ao mosquito transmissor da dengue. Para mapear os pontos críticos de focos de criadouro do mosquito, o Laboratório de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação em Mídias Interativas da UFG (Media Lab), em parceria com o Grupo Integrado de Ações contra a Dengue (Giad) desenvolveu um aplicativo – #UFGAedesZero – que deve ser utilizado por esses agentes durante as vistorias. No aplicativo, os agentes poderão detalhar a localização dos locais críticos e abrir uma Ordem de Serviço para o Centro de Gestão do Espaço Físico da UFG (Cegef).

O professor Marcelo Ricardo Quinta, do Instituto de Informática (INF), um dos idealizadores do aplicativo, explica que era necessário saber a dimensão da proliferação dos focos da dengue para adotar as medidas de combate. Os primeiros testes do #UFGAedesZero foram feitos com a colaboração de servidores do Cegef e membros do Giad. Em campo, o aplicativo iniciou o mapeamento de focos do mosquito visando facilitar o trabalho do Cegef na remoção dos criadouros. “Ao abrir o aplicativo, é mostrado um mapa que é centralizado na posição que o usuário se encontra e com a ajuda do GPS é possível registrar onde está o foco”, destaca Marcelo Quinta.

O professor esclarece ainda que o usuário pode navegar entre os pinos e ver quais são os focos existentes já catalogados. Na tela do dispositivo, cada cor tem um significado específico. A cor azul representa que não é possível identificar o criadouro, a amarela que existe água parada, a vermelha indica a presença de ovos, larvas ou do próprio mosquito. Já a cor roxa aponta que será necessária uma intervenção do Cegef e a verde mostra que apesar de o foco ter sido encontrado, o problema já foi resolvido.

Marcelo Quinta lembra que se um agente encontrar algum foco, basta tocar no mapa (não no pino) e registrar o local, o tipo do problema e a descrição da situação. “Ainda é possível apontar se o problema já foi resolvido e pedir que um representante do Cegef vá até o local tomar as medidas de eliminação do foco”, afirma. Para facilitar a comunicação entre a pessoa que encontra o criadouro e o servidor que irá ao local para combatê-lo, o Cegef dispõe de uma versão do aplicativo que gera uma ordem de serviço com os dados de quem detectou o problema. Ao terminar de eliminar o foco, o servidor responsável pela ordem de serviço entra com a senha e já marca o ponto como resolvido. Os dados gerados pelo aplicativo estão abertos para ajudar no trabalho do Giad e, futuramente, poderão ser usados em pesquisas e estudos da Universidade.

Categorias: Inovação Edição 79