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Universidade Federal de Goiás
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Um novo olhar para a aposentadoria

Em 22/02/17 15:35. Atualizada em 02/03/17 10:34.

Autora do livro "Um novo olhar para a Aposentadoria e a Terceira Idade", Maria Ferreira, escreve sobre o assunto

Maria Ferreira

*Maria Ferreira | Foto: Adriana Silva

 

Por todo período de trabalho, somos condicionados a um estilo mais “seguro” de trabalhar, que é ser um assalariado, com uma rotina, registro em carteira. E que, em um belo dia irá se libertar desse trabalho rotineiro, gozar a vida, viajar, desfrutar do lazer, aproveitar o tempo com a família, com a conquista da aposentadoria. Porém, muitas pessoas e instituições não se preparam para essa nova fase da vida, para a chegada da aposentadoria, para vivenciar o que chamamos de desengajamento da vida do trabalho. Essa preparação para a aposentadoria precisa iniciar na juventude, com projetos palpáveis e reais, facilitando assim a execução dos mesmos, preparando para o momento em que deixa de trabalhar para colher os frutos do plantio. E a qualidade e quantidade desses frutos dependem, exclusivamente, do que foi plantado ao longo dos anos. Quando se é autônomo, também se faz necessário um ajuste para a de busca de alternativas de viver bem o trabalho ao se aposentar, dando continuidade àquilo que conquistou ou criou, passando o bastão para seus sucessores.

Há pessoas que sonham com a aposentadoria... e por que não? Depois de tantos anos de trabalho, ter uma vida sem preocupações, horários, chefe, trânsito, preparo de aulas, alunos malcriados, excesso de trabalho... Difícil ou fácil aposentarse? Depende da pessoa, do tipo de trabalho que exerce, do ambiente, dos colegas, da valorização. No começo vem a euforia. Depois, ficamos meio perdidos, pelo próprio hábito do trabalho, do convívio com as pessoas, da sequência de ações já tão bem conhecidas. Depois, há o sentimento do vazio, pois produzir é algo que dá sentido à vida. Há pessoas que se aposentam e inventam mil coisas para fazer, quando o salário disponibiliza, fazendo tudo que não tinham tempo antes: aprender uma língua estrangeira, aulas de violão, hobbies, etc. Outras conseguem um novo trabalho: vender passagens e pacotes turísticos, abrir uma livraria, uma floricultura, fazer trabalhos manuais para vender, fazer bolos para adoçar a vida, etc.

Aposentadoria é um processo, no qual o trabalhador volta para casa e vai conviver com a família; é a separação dos colegas e, ainda, ter seu salário rebaixado, sem os incentivos que lhe proporcionavam uma melhor qualidade de vida. Estes fatores devem ser analisados antes de qualquer decisão, pois o ato de aposentar é um passo largo e definitivo. Verificar se seu lar está receptível com sua volta. Se suas finanças serão suficientes para uma vida digna, sem comprometer saúde, lazer e outros. No aspecto psicológico – se não vai sentir um vazio por estar fora do convívio social. Estes fatores devem ser lidos e experimentados juntamente com profissionais capacitados, para que juntos, concluam o melhor futuro. Concluindo que é chegada a hora do término do trabalho formal, aposente-se e volte para casa, onde terá um milhão de tarefas lhe esperando: uma família, uma comunidade, um corpo exigindo um rejuvenescimento, entre outros.

Ao pensar em aposentadoria, não tome decisões precipitadas, pois uma vez assinada, o processo é irreversível. As grandes organizações já estão projetando bons programas de preparação para a aposentadoria dos seus servidores. Nestes programas, devem constar temas que visem o apoio junto à família, à sociedade, nutrição, exercício físico, lazer, apoio psicológico, orientação financeira, trabalho voluntário e ainda a valorização do profissional como pessoa. O rompimento com as relações de trabalho tem impacto indiscutível, ainda que varie de pessoa para pessoa. A aposentadoria implica bem mais que um simples término de carreira. A interrupção das atividades praticadas durante anos, o rompimento dos vínculos e a troca de horários cotidianos representam imposições de mudança no mundo pessoal e social. Essa mudança vai depender da forma como cada sujeito pretende organizar sua vida pessoal, com propostas de rotina para sua nova vida.

Não importa se você aposenta ou continua no trabalho, o importante é estar de bem consigo, pois a vida é só uma e devemos buscar a felicidade sempre.

 

* Maria Ferreira de Souza Vieira é servidora técnico-administrativa em assuntos educacionais da Faculdade de Odontologia.

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O Jornal UFG não endossa as opiniões dos artigos, de inteira responsabilidade de seus autores.

Fonte: Ascom UFG

Categorias: artigo Aposentadoria Edição 85