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Universidade Federal de Goiás

Mestrado explora a visão contemporânea e a interdisciplinaridade no fazer musical

Em 07/11/13 10:19. Atualizada em 24/11/14 14:13.

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Publicação da Assessoria de Comunicação da Universidade Federal de Goiás 
ANO VII – Nº 63 – OUTUBRO – 2013

Mestrado explora a visão contemporânea e a interdisciplinaridade no fazer musical

Seminário Nacional de Pesquisa em Música possibilitou discussão de temas relacionados às três linhas de pesquisa do Programa de Pós-Graduação em Música da UFG

Texto: Erneilton Lacerda | Foto: Carlos Siqueira

 

No ano em que a Universidade Federal de Goiás sediou a edição regional do Seminário Interdisciplinaridade, o Programa de Pós-graduação em Música da Escola de Música e Artes Cênicas (Emac) realizou a décima terceira edição do Seminário Nacional de Pesquisa em Música (Sempem), dando maior destaque à interdisciplinaridade. Esse é um reflexo das próprias linhas de pesquisa oferecidas pelo programa de pós-graduação Stricto Sensu da Emac.

O objetivo da interação entre disciplinas e áreas do saber, em níveis de complexidade diferentes, é oferecer aos alunos uma visão geral do mundo, com um conhecimento compreendido e apreendido como construções histórico-sociais. É nesse sentido que atuam os docentes orientadores do mestrado em Música.

O coordenador do mestrado, Carlos Henrique Costa, considera que todas as linhas de pesquisa levam as discussões para o fazer musical contemporâneo, “tendo em vista que a música tem uma grande herança, advinda dos primórdios da produção artística, que vem desde a Grécia antiga até a atualidade. A música, por meio da história, nos traz uma bagagem admirável”. No entanto, ele admite, tais fundamentos devem ser contextualizados com a atualidade, considerando a era da comunicação instalada, o desenvolvimento da tecnologia e o pensamento social atual.

“A visão contemporânea desse fazer musical, de música barroca ou romântica, por exemplo, necessita de uma reflexão. É uma das abordagens que tomamos para direcionar as pesquisas em nosso programa de pós-graduação”, afirma o professor. Nesse sentido Carlos Henrique Costa cita como exemplos as produções bibliográficas dos laboratórios de produção sonora, que associam música e tecnologia, e piano em grupo da Emac.

mestrado musica

Professores na abertura da décima terceira edição do Sempem

Outro destaque que os participantes do Sempem puderam acompanhar foram as discussões sobre bioética, área que investiga as condições necessárias para uma administração responsável da vida humana e sempre presente nos projetos dos professores e mestrandos. “É uma área muito ligada à pesquisa em Música, pois os processos envolvidos têm como cerne os seres humanos, suas ações e interações, principalmente na musicoterapia, que tem como uma de suas áreas interdisciplinares a Saúde. Normalmente, nas pesquisas em performance é observada quando da aplicação de entrevistas com compositores e instrumentistas”, explica Carlos Henrique Costa.

A coordenadora geral do Sempem, professora Claudia Regina Zanini, corrobora com essa ideia ao afirmar que “a pesquisa em Música, por envolver seres humanos e ambientes sonoros, precisa pensar a questão da bioética”. E a interdisciplinaridade, de acordo com a coordenadora, manifesta-se nas próprias disciplinas do mestrado em Música, “pois incluem estudos que interligam saberes, como nas disciplinas Psicologia da Música e Música, Cultura e Sociedade”. “Os alunos estão sempre fazendo conexões entre as diversas áreas do conhecimento. O performer tem que estar em sintonia com o que está acontecendo na sociedade”, conjectura.

Sempem - A décima terceira edição do Sempem ocorreu entre os dias 2 e 4 de outubro. Sob o tema Ações e interações do fazer musical na contemporaneidade, o Sempem realizou sete recitais, cinco minicursos, três mesas-redondas, duas conferências, uma masterclass, seis sessões de comunicação oral e uma sessão de pôster. O seminário recebeu cerca de 150 inscrições de participantes e 100 ouvintes.

O curitibano João Alexandre Straub é mestrando em Música pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) e veio a Goiânia especialmente para o evento. Ele contou como ficou sabendo sobre o seminário: “Um colega de Pelotas (Rio Grande do Sul), que faz mestrado na UFG, enviou-me o link com a chamada para apresentações de trabalho e eu me interessei. Vim pela troca de experiências e informações, já que muitas pessoas estão apresentando trabalhos que podem ter relação com o meu projeto. Os minicursos também têm temáticas diversificadas, o que pode fazer com que aprendamos sobre a pesquisa em Música no Brasil e no exterior”.

Poster música

Mestrando em Música pela UFPR, João Alexandre Straub, compartilhou experiências no Sempem

Claudia Regina Zanini assinala ainda o crescimento do evento a cada nova edição, com a participação de professores e estudantes de pós-graduação, mas também de graduação, inclusive de outros Estados. “É importante ressaltar que, em 2013, o Sempem propôs discussões acerca das ações e interações do fazer musical na atualidade, por entender que, por meio de ações e interações, estabelecem-se as funções do músico na contemporaneidade”, afirmou. Para exemplificar, a professora cita uma das conferências, A Saúde do Músico: desafios para as práticas de formação, com o professor Sérgio Figueiredo Rocha, da Universidade Federal de São João Del Rei, que “trouxe uma temática importante para a área e relacionou aspectos da formação do músico, de sua saúde mental e física, da neurociência da música, ou seja, saberes em prol de um conhecimento mais aprofundado do tema, de uma forma interdisciplinar”.

Para a diretora da Escola de Música e Artes Cênicas, professora Ana Guiomar Rêgo Souza, as temáticas do décimo terceiro Sempem apontaram para o mesmo percurso que pautou a criação tanto da Pósgraduação em Música da UFG, quanto do próprio seminário: a busca por diálogo e pela interdisciplinaridade. “Apesar de serem discutidos desde a década de 1980, os temas deste seminário ainda são um desafio. É sempre oportuno e conveniente que insistamos em nossos simpósios e encontros sobre a importância do diálogo entre as áreas, sobretudo na pesquisa em Música”, declarou.

Linhas de Pesquisa

1) Música, criação e expressão - pesquisas sobre processos de criação musical, performance musical, composição e outras interfaces da música com processos de criação e expressão.

2) Música, educação e saúde - pesquisas sobre musicoterapia, processos educacionais em música, psicologia da música e outras interfaces da música com educação e saúde.

3) Música, cultura e sociedade - pesquisas sobre abordagens históricas, culturais, filosóficas, sociais e antropológicas em música, musicologia, processos de significação musical e a inter-relação da música com áreas afins.

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63 p12 244 Kb 81a3f8f16e10c57dd11e6bde1cefeab4