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Universidade Federal de Goiás

Crescimento e avanços na gestão institucional marcam reitorado

Em 21/01/14 16:19. Atualizada em 24/11/14 14:13.

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Publicação da Assessoria de Comunicação da Universidade Federal de Goiás 
ANO VII – Nº 64 – NOVEMBRO / DEZEMBRO – 2013

Entrevista: Crescimento e avanços na gestão institucional marcam reitorado

Texto: Silvânia Lima | Foto: Vinícius de Morais

Ao encerrar suas funções diretivas na Universidade Federal de Goiás, onde cumpriu mandato no cargo de reitor em duas gestões consecutivas (2006-2013), Edward Madureira Brasil se mostra satisfeito com os progressos e o lugar que a universidade ocupa hoje no Estado de Goiás e no Brasil. Em entrevista, Edward Madureira faz um breve balanço de sua gestão, dos desafios que permanecem para a UFG e fala dos seus planos futuros.

Edward Madureira Brasil

Entre os objetivos e desafios presentes ao assumir a UFG, em que a instituição avançou?

Houve uma mudança na percepção interna do papel e da importância da universidade e também na percepção externa, seja pela sociedade, seja pelos seus diferentes atores, como governo, empresas, organizações formais e informais. Estamos em um importante período de consolidação da instituição como uma das principais do país, em diversos níveis. A UFG passou a ser vista em diferentes ambientes como uma instituição de elevado nível de protagonismo, que tem muito a colaborar com o sistema federal de ensino superior como um todo.

Isso se deu pela combinação de vários fatores. Cito quatro deles, sem hierarquização: a herança de solidez institucional; o fato de estarmos na gestão em um momento de implementação de uma política de governo, que permitiu grandes investimentos nas Instituições Federais de Ensino Superior (Ifes), especialmente por intermédio dos programas de interiorização (2005-2011) e do Programa de Expansão e Reestruturação das Ifes (Reuni - 2007); o ambiente muito favorável que permitiu conseguirmos motivar as pessoas em torno de um objetivo, que efetivamente participaram da elaboração de um projeto institucional maior, e pelo trabalho da equipe da gestão da administração central, juntamente com dirigentes das unidades acadêmicas, pautado pelo diálogo, a grande ferramenta que deu coesão e permitiu a construção de um projeto coletivo.

Em sua opinião, o corpo efetivo da universidade soube aproveitar as oportunidades?

A instituição estava preparada para um salto. Como disse, a solidez de sua história, o investimento na qualificação de seu pessoal e a mudança cultural com a consolidação dos ambientes de pesquisa permitiram avanços significativos em todas as áreas do conhecimento. Em 2005, tínhamos 11 cursos de doutorado e hoje alcançamos 28, o número de programas de pós-graduação stricto sensu aumentou de 28 para 68. Claramente, isso não se faz de um dia para o outro. Na pesquisa, a UFG recebeu o Prêmio SciVal como reconhecimento por ser a instituição que teve maior crescimento da produção científica de 2007 a 2011. O sentimento de pertencimento dos membros da comunidade e o querer fazer com que a instituição cresça são muito importantes. Penso que avançamos na gestão, contribuindo também para a criação de uma cultura de respeito à autonomia das unidades, dos órgãos e setores, ao mesmo tempo, integrando-os.

Quais são as marcas que sua gestão deixará na história da UFG?

A principal marca se constitui no fato da comunidade perceber a sua força e a capacidade transformadora que a universidade tem quando as pessoas se imbuem da sua responsabilidade. Tenho convicção de que a essência da UFG está nos seguintes fatores: competência, isenção, credibilidade. Esse conjunto de valores tem o poder de promover grandes transformações. Dessa forma, podemos inferir que a universidade é o agente mais estratégico para o desenvolvimento do Estado e, por conseguinte, o conjunto de universidades o é para o desenvolvimento do país. Hoje, há essa percepção na UFG.

Do ponto de vista físico, é inegável que a grande obra da gestão foi o Centro de Cultura e Eventos Professor Ricardo Freua Bufáiçal, no Câmpus Samambaia, não só pela grandeza da obra, mas, sobretudo, pelo simbolismo da democratização das formaturas.

A instituição expandiu fisicamente e em números. E o seu papel de formação crítica, ela também tem evoluído nesse aspecto?

A universidade expandiu sim, fisicamente, o que não faltaram foram obras nesse período em todos os câmpus da UFG. E essa é a forma mais visível para as pessoas. A instituição se interiorizou, expandiu numericamente em quaisquer aspectos que possamos analisar: quantitativo de professores, de alunos, de cursos de graduação e pós-graduação, de projetos, de trabalhos científicos publicados. Isso sem deixar de dar atenção a um aspecto importante: a inclusão. A universidade incluiu de forma efetiva, responsável, para além, até mesmo, das determinações do governo. Há outro aspecto sobre o qual não descuidou, a UFG melhorou a sua qualidade sob quaisquer indicadores que possamos avaliar, nas avaliações dos cursos, nas publicações científicas qualificadas e conceituadas e outros, por órgãos oficiais e não oficiais. Quanto à formação, penso que, com todas essas coisas acontecendo simultaneamente na universidade, estamos contribuindo com a formação de cidadãos mais críticos e conscientes do seu papel na universidade. Para além da educação formal, quem convive na universidade, na completa acepção da palavra, pratica e executa ensino, pesquisa, extensão e cultura em sua integridade, cresce sua visão crítica. Assim, está intrínseca na atividade acadêmica essa formação.

Um dos últimos atos de sua gestão foi a atualização do Estatuto da UFG. O que ele traz de novo?

O dia 29 de novembro de 2013 entra definitivamente para a história da UFG, pois nesse dia foi aprovada, após dois anos de trabalho de uma comissão e seis reuniões envolvendo os três conselhos superiores, a versão final do novo Estatuto da UFG. Esse documento, que agora segue para a análise do MEC e, na sequência, do Conselho Nacional de Educação (CNE), traz como mudança principal o conceito de universidade regional que reconhece, no principal marco legal da universidade, a sua natureza multicâmpus. A partir da sua implementação, a representatividade dos chamados câmpus fora de sede da universidade se torna proporcional ao seu tamanho, entendido esse tamanho como número de cursos de graduação e pós-graduação, bem como de estudantes. Além disso, avança-se muito no quesito autonomia desses câmpus e muitas questões administrativas e acadêmicas locais passam a ser definidas nas instâncias regionais, ficando para os conselhos superiores as definições das políticas de caráter institucional. O estatuto estabelece ainda novos parâmetros para a criação de unidades acadêmicas e flexibiliza uma série de aspectos nas rotinas da universidade.

Cite alguns dos momentos mais significativos que guardará da sua gestão?

A posse no cargo de reitor no dia 6 de janeiro de 2006; a aprovação e adesão da UFG ao Reuni, que foi o maior programa de expansão da história das Ifes; a inauguração do Centro de Cultura e Eventos Professor Ricardo Freua Bufáiçal, no final de 2008, com a presença de ex-reitores, diretores das unidades e comunidade universitária, bem como deputados federais e senadores que contribuíram efetivamente para a concretização daquela obra; a primeira formatura nele realizada, as grandes formaturas subsequentes, com mais de quatro mil pessoas, ocorrendo de maneira solene e democrática, sem pirotecnia; a retomada das obras do Hospital das Clínicas (HC); a cerimônia em homenagem aos 50 Anos da UFG no Congresso Nacional, proposta pela então deputada federal Raquel Teixeira; as solenidades de colação de grau das turmas especiais de Pedagogia, Licenciatura Indígena e Direito, esta última ocorrida na Cidade de Goiás, no mês de agosto de 2012; as audiências anuais dos reitores das Universidades Federais com o Presidente Lula, em especial a do dia 20 de julho de 2010, em que tive a oportunidade de representar o grupo como presidente da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes); a entrega da Medalha de Honra UFG para ex-alunos, lançada este ano e que ocorrerá de quatro em quatro anos, sendo um homenageado por unidade acadêmica e três indicados pelo reitor, e a inauguração do Centro Regional para o Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (CRTI), que marca o início do Parque Tecnológico Samambaia.

O que o senhor define como desafios para a próxima gestão?

No âmbito da UFG, considero como desafios: planejamento da oferta das disciplinas para aproveitar mais o potencial do quadro docente; revisão e adequação dos projetos pedagógicos dos cursos, cujas cargas horárias, via de regra, são muito grandes; normatização do aproveitamento de estudos, principalmente, do exterior; continuar promovendo a expansão da UFG, dado ao seu papel estratégico, ocupando com novos câmpus espaços ainda não ocupados, como o norte e o nordeste de Goiás; continuar investindo nos diversos segmentos da sociedade; perseguir a excelência em todas as atividades.

No âmbito externo, ou seja, as ações que dependem mais do governo, vejo como desafios já claramente constituídos: buscar formas de valorizar mais as licenciaturas, onde temos uma crise na procura e permanência; a recomposição e valorização do quadro técnico-administrativo, cujo déficit está em torno de 800 a 1 mil profissionais, e nossa bandeira permanente, a autonomia universitária, principalmente, nos processos de compra e contratação de obras. Nossa autonomia, praticamente, restringe-se ao âmbito acadêmico, do ponto de vista financeiro, não há quase nenhuma e isso pode gerar de desperdícios a riscos mais sérios de comprometimento da qualidade da produção acadêmica. Precisamos dar passos mais firmes com relação à autonomia universitária.

Quais são seus planos futuros?

Continuar trabalhando pela universidade. Pretendo experimentar o caminho político, filiei-me ao Partido dos Trabalhadores (PT) pelo qual devo me candidatar nas próximas eleições, embora ainda não tenha a definição sobre o cargo que irei concorrer. Independente disso, depois de passar o cargo de reitor, reassumo minhas atividades docentes na Escola de Agronomia (EA). Aposentadoria, só compulsória.

Categorias: entrevista Edward Madureira Brasil Reitor

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