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Universidade Federal de Goiás
Estandes Conpeex

Conpeex no Centro de Eventos: uma volta ao mundo de poucos passos

Em 17/10/19 17:09. Atualizada em 21/11/19 08:55.

Estandes reforçam a importância do conhecimento que a Universidade produz

 

Gustavo Motta

Entre os dias 16 e 23 de outubro, a Universidade Federal de Goiás recebe a 16º edição do Congresso de Pesquisa, Ensino e Extensão (Conpeex), com uma extensa programação. E quem chega ao Centro de Cultura e Eventos Professor Ricardo Freua Bufáiçal no Câmpus Samambaia, encontra uma série de estandes repletos de informações e conhecimentos produzidos a serviço da comunidade.

Exemplo é o trabalho do Projeto de Extensão em Educação Ambiental desenvolvido pela Escola de Agronomia (EA/UFG) sob coordenação das professoras Simone Sales e Heloina Faleiro. “O nosso trabalho consiste em visitas a escolas de ensino fundamental, com a realização de atividades pedagógicas para conscientizar sobre a preservação do meio ambiente", destaca a participante do projeto, Maria de Siqueira Virgílio, que também comemora o início de atividades com jovens e adultos em unidades do Centro Estadual de Referência e Excelência em Dependência Química (Credeq).

“Trabalhamos muitos temas, como reciclagem, descarte adequado do lixo, criação de hortas, cuidados com plantas, entre outros”. Entre criações lúdicas, como um chão de amarelinha com temas ambientais, se destacam algumas mudas de plantas, que têm chamado a atenção dos visitantes. “Na quarta, distribuímos mudas de ipês branco e amarelo, e nessa quinta, entregamos plantas de ipê rosa e jatobá”, conta a estudante, avisando que, para ganhar uma plantinha é necessário participar de atividades realizadas no local.

Estande Conpeex EA/UFG
Maria de Siqueira Virgílio e Heloina Faleiro (coordenadora) com mudas no estande do Projeto de Extensão em Educação Ambiental (Foto: Carlos Siqueira)

 

E, se para preservar o meio ambiente é preciso conhecimento, o Projeto Biodiversidade para Alimentação e Nutrição (BFN) montou um espaço com informações sobre vegetais, frutos, caules e raízes comestíveis que podem ser encontrados nas vegetações da Região Centro-Oeste. “Estamos apresentando e destacando o valor nutritivo e a composição química desses alimentos”, aponta o professor Rodrigo Barbosa, da Faculdade de Nutrição (Fanut/UFG).

Quem passar pelo estande ainda vai encontrar duas publicações que estão à exposição - um livro de receitas que levam legumes da flora regional, e um catálogo de espécies encontradas nas regiões brasileiras. O docente acredita que “quando apresentamos novas opções de consumo, estimulamos a produção local, a diversidade alimentar e o desenvolvimento econômico“. O BFN é uma iniciativa internacional que tem o objetivo de interligar biodiversidade e nutrição, sendo coordenado no Centro-Oeste pela professora da Fanut/UFG, Raquel Santiago.

Livros Conpeex
Quem visitar estande do Projeto Biodiversidade para Alimentação e Nutrição vai encontrar informações sobre alimentos que podem ser encontrados na vegetação do Centro-Oeste, como mangaba e caju do Cerrado

 

Outra estrutura que propõe uma reflexão sobre a relação humana com o meio ambiente foi montada pelo Projeto UFG Sustentável. Gleidson Calixto é coordenador de resíduos da UFG e conta que “estão sendo apresentadas propostas para economia de energia, produção de telhas ecológicas, separação de resíduos orgânicos e recicláveis", entre outras,  com objetivo de promover a sustentabilidade. Uma delas é a compostagem, destaque no espaço, que consiste em uma atividade para o aproveitamento de material orgânico com objetivo de produzir fertilizantes naturais.

Danillo de Oliveira, colaborador da Secretaria de Infraestrutura (Seinfra/UFG), explica que a compostagem pode ser realizada com o uso de baldes que acumulam cascas de frutas e verduras, às quais são adicionadas minhocas que aceleram a decomposição material e produzem o húmus, um tipo de adubo. “Para essa produção, é necessário adicionar uma camada de material orgânico com as minhocas e, por cima, uma cobertura de fibras secas, como folhas ou tipos de palha, que retém a umidade no recipiente e impedem o acúmulo de moscas”, ressalta.

Essa organização por camadas pode se repetir alternadamente no recipiente até seu topo, onde ele é fechado. Por baixo, o especialista recomenda que se faça alguns furos, por onde sai um líquido escuro - o chorume, que também serve para fertilizar o solo. “Assim, produzimos um fertilizante sólido e outro líquido, ambos extremamente eficazes”, aponta.

UFG Sustentável Conpeex
UFG Sustentável apresenta soluções em reaproveitamento de resíduos, como a compostagem

 

Junto ao estande do Projeto UFG Sustentável, o artista Reinaldo Alves foi convidado a expor algumas de suas criações, como quadros e esculturas produzidas com materiais do Cerrado. “Eu trabalho com reaproveitamento de sementes, cascas de árvores, e frutos secos que recolho em época de estiagem - tudo material orgânico”. O artesão tem 35 anos de carreira, e já vendeu peças de seu trabalho para clientes de outros países - como Austrália, Holanda e Estados Unidos.

“É possível viver da natureza sem degradar o meio ambiente”, aponta. Entre peças disponíveis para venda, o artista trouxe um boneco feito com casca de jatobá e fruto de jangada, vestindo uma pequena camiseta do Atlético Goianiense, time de futebol com sede em Goiânia. Dois violeiros barrigudos complementam a composição de personagens, cujos instrumentos são originários de cabaças e os chapéus são feitos de palha. “Eu vejo uma casca grossa ou um tronco retorcido e já penso no que vou criar”. E ainda existe espaço para peças que representam a superstição popular: ornamentos com flores, dentes de alho, pimentas vermelhas e sal grosso, "que afastam o mau olhado".

Das sementes que recolhe em propriedades para uso em seu trabalho, Reinaldo conta que doa 30% para a Agência Municipal de Meio Ambiente de Goiânia (Amma), que realiza o plantio de novas mudas. “É preciso consciência ecológica para que as espécies do Cerrado continuem sendo preservadas”, avalia.

Boneco atleticano
Reinaldo Alves apresenta seu boneco atleticano, feito com casca de jatobá e fruto de jangada
Quadro de artesanato Conpeex
Artista exibe quadro feito com folhas secas e sementes, diante de outras obras com produtos reaproveitados do Cerrado

 

O Programa Saúde do Trabalhador UFG + também marca presença no Conpeex, atendendo a todos os que passarem pelo local. A coordenadora do estande, Camilla Rodrigues, conta que estão sendo realizados atendimentos como aferição de pressão sanguínea, avaliações físicas com medidas corporais, além de testes de Hepatite, HIV, Sífilis e AIDS, cujos resultados saem em cerca de 40 minutos. “Durante as tardes, ainda oferecemos práticas de auriculoterapia (uma técnica terapêutica que utiliza pontos de acupuntura no pavilhão da orelha), e vamos realizar algumas atividades com ministração de vacinas - embora ainda estejamos planejando quais vamos oferecer, pretendemos seguir os padrões da Secretaria Municipal de Saúde em Goiânia (SMS)”.

Junto com a servidora do Instituto de Informática (IF/UFG) Tatiane Oliveira, a coordenadora foi responsável por ter criado um QR Code que facilita os atendimentos no local. Conforme a professora da Faculdade de Enfermagem (FEN/UFG) Lucimeire Fermino Lemos, que é vice-coordenadora do programa, “ele redireciona o usuário a uma página para que se cadastre como servidor da UFG ou membro da comunidade”.

Apenas na última quarta-feira, o estande atendeu 170 pessoas. Até a manhã de ontem (17), a coordenação do espaço já contabilizava cerca de 220 atendimentos desde o início do evento.

Saude do Trabalhador no Conpeex
Programa Saúde do Trabalhador UFG + oferece atendimento em auriculoterapia pela tarde

 

Para quem gosta de uma boa leitura, a Biblioteca Central da UFG está com um espaço para trocas de livros. “O movimento aqui tem sido grande, muitas pessoas chegam, encontram algo interessante e trocam por algum livro trazido de casa”, comemora a servidora Rosemarilany Guida. No acervo disponível, constam obras da literatura universal, como “O Fantasma de Canterville”, do irlandês Oscar Wilde, “A Cabana”, best-seller do canadense William Paul Young, além de publicações acadêmicas, religiosas, infantis, entre outras.

Troca de Livros Conpeex
Espaço para trocas de livros também vai funcionar no próximo sábado (19) durante a Edição Especial do Curta o Câmpus. Da esquerda à direita, servidoras Lillian Franczak, Ingrid Oliveira e Rosemarilany Guida

 

Já para os admiradores de fotografias, a sugestão do Conpeex é passear por uma exposição da professora Tatiana de Sousa Fiuza, docente do Instituto de Ciências Biológicas (ICB/UFG) que tirou algumas fotos no interior de Goiás durante o período chuvoso para registrar a beleza das águas e conscientizar sobre a preservação desse recurso.

As imagens foram tiradas entre dezembro de 2018 e abril desse ano nos municípios de Alto Paraíso, Cavalcante, São Jorge e Pirenópolis, e vêm acompanhadas por textos de poesia, escritos pela docente, além de José Filipi Brito Souza, Luiz Carlos Cunha e Maria de Sousa Landim.

“Esse é um projeto que estimula a preservação do Cerrado por meio da arte, com a exibição de fotos que mostram nascentes cristalinas, cachoeiras, corredeiras, rios, chuvas, e manifestações da água em nossa natureza - beleza que precisamos preservar”, conta. O estande é mantido pelo Museu de Geociências (Faculdade de Ciências e Tecnologia, FCT/UFG), que convidou Tatiana Fuiza à exposição no Conpeex. “O visitante pode observar que as fotos também mostram espécies de flora do Cerrado”, destacou. Para a identificação dessas espécies, o projeto contou com o apoio do professor de Botânica do ICB, Heleno Dias Ferreira.

Exposição sobre água no Conpeex
Exposição mostra fotografias tiradas em épocas de chuva, acompanhadas de poesia

 

A Faculdade de Artes Visuais (FAV/UFG) também marcou presença com um estande que exibe algumas criações realizadas por estudantes de cursos ministrados na unidade - Arquitetura e Urbanismo, Design Gráfico, Design de Moda, Design de Ambientes, e Artes Visuais, do qual Rafael Vaz é graduando na modalidade licenciatura. “Estamos expondo algumas aquarelas que representam espaços públicos em Goiânia, inclusive localizados no Câmpus Samambaia, além de manequins com peças desenvolvidas pelos estudantes de Moda”, conta.

O estande apresenta também alguns projetos de pesquisa e extensão desenvolvidos pela unidade. Rafael faz parte de um deles, que atua no Centro de Ensino e Pesquisa Aplicada à Educação (Cepae/UFG), e nas escolas estaduais Vasco da Gama (Vila Itatiaia) e Damiana da Cunha (Setor Centro Oeste), sendo que o estudante realiza suas atividades nessa última. “Estamos divididos em grupos, sendo que no Damiana da Cunha temos uma disciplina chamada ‘Protagonismo Juvenil’, pela qual estamos trabalhando Cinema e a representação da espacialidade - inclusive chegamos a realizar um curta de três minutos, que ainda não foi disponibilizado”, destaca.

Membro de um Projeto de Pesquisa e Extensão que busca propor práticas artísticas para se refletir sobre os conteúdos ministrados e os conhecimentos produzidos na educação básica, Rafael Vaz conta que existem planos para realizar outro filme, de maior duração, com a mesma turma que participou do primeiro trabalho - estudantes no 7º ano do ensino fundamental. “Queremos inclusive que ele seja exibido em alguma edição futura do Festival Goiânia Mostra Curtas”.

Rafael Vaz no Conpeex
Rafael Vaz apresenta estande mantido pela Faculdade de Artes Visuais (FAV/UFG)
Aquarelas no Conpeex
Aquarelas que representam espaços de Goiânia foram criadas por estudantes de Arquitetura e Urbanismo

 

E, se o estandes do Conpeex permitem uma breve volta ao mundo, abordando criatividades e saberes que agregam conhecimentos à comunidade, o Planetário Móvel da UFG mostra o universo. Mariane Fernandes é estudante de Geografia na modalidade licenciatura e integra a equipe responsável pela apresentação do espaço. “Estamos exibindo três sessões de filmes - uma sobre constelações, outra que aborda as galáxias, e uma terceira, que mostra como o universo era visto pelos antigos maias”.

A estrutura conta com uma cúpula superior, na qual são exibidas as imagens, enquanto os visitantes se deitam no chão para assistir. “Cada sessão tem lotação máxima de aproximadamente 35 pessoas adultas, enquanto podemos receber até 45 crianças por vez”. Mariane conta que, apenas no primeiro dia, o espaço recebeu cerca de 300 pessoas, enquanto pela manhã de quinta (17) foram contabilizadas 100 visitas.

Planetario no Conpeex
Unidade Móvel do Planetário da UFG recebeu 300 visitantes no primeiro dia do Conpeex

 

Os estandes no Centro de Cultura e Eventos Professor Ricardo Freua Bufáiçal no Câmpus Samambaia ficam abertos à visitação até essa sexta-feira (18), com funcionamento das 8h às 18h. O espaço para troca de livros da Biblioteca Central volta a funcionamento no sábado (19) durante a Edição Especial do Curta o Câmpus que compõe as datas do Conpeex.

Fonte: Secom/UFG

Categorias: Institucional