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Universidade Federal de Goiás
Selma Garrido

“Educação vai deixando de ser um direito para se tornar mercadoria”

Em 05/06/19 10:41. Atualizada em 05/06/19 10:46.

Selma Garrido Pimenta, professora da USP, discute o cenário da educação superior no Brasil

Augusto César Araújo

Selma Garrido

O teatro é uma escola para a vida. Talvez não por acaso, foi escolhido o Teatro da Escola de Música e Artes Cênicas (Emac) da UFG para a palestra ‘’Saberes pedagógicos e atividades docentes no ensino superior”, ministrada pela professora Selma Garrido Pimenta. A professora sênior da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP) contou um pouco a respeito do contexto da educação superior no Brasil e suas repercussões atuais, em que o ensino está sendo desprestigiado.

Um dos fatores apontados pela pesquisadora foi a ‘’mercantilização’’ da Educação, em que os estudantes são submetidos a uma aprendizagem rápida, “exigindo apenas o suficiente para se obter os créditos e diplomas”, salientou Selma. A pesquisadora usou o termo fast foodização da educação superior para se referir a esse formato de ensino.  

Apresentação culturalRenan Machado, estudante de música da UFG, vindo de São Luís do Maranhou fez uma apresentação com o violão. Cerca de 200 pessoas participaram do evento. 

A pedagoga também debateu tópicos que poderiam combater esse modelo pragmático de aprendizagem, através da transformação de pesquisas científicas em matéria de ensino, do domínio das diferentes formas de linguagem (corporal, gestual, tecnológica), da conexão das redes acadêmicas e da participação do aluno na produção do conhecimento. Segundo a professora, incorporar as novas tecnologias pode colaborar com a construção do conhecimento, mas “esse movimento de transformar a informação em conhecimento” não é de responsabilidade das tecnologias. “Somos nós quem temos que fazer”. Assim, seria possível “valorizar a educação mais rápido do que está sendo desvalorizada”.

Essa frase em questão remetia ao que disse Jaqueline Civardi, pró-reitora de Graduação do Prograd, que fez parte da mesa de abertura do evento, junto a Flávio Lopes, coordenador da Comissão para Desenvolvimento do Ensino Criativo, Colaborativo e Inovador (DECCI) e a diretora de ensino da PROGRAD, Moema Gomes Moraes. A pró-reitora destacou o momento político em que a educação sofre ataques e que “este é mais um dos momentos para tocarmos e pensarmos sobre o ensino”.

O reitor Edward Madureira chamou a atenção para a força das manifestações em defesa do ensino superior, em especial as que ocorreram no dia 30 de maio. Segundo ele, “a reação da Educação brasileira vai liderar, sem dúvida nenhuma, a mudança”.  

 

 

Fonte: Secom UFG

Categorias: Humanidades