UFG inaugura câmpus solar em Goiânia
Além de propiciar a redução no consumo de energia elétrica a usina fotovoltaica vai permitir o desenvolvimento de pesquisas científicas
Por Versanna Carvalho
A era da micro e minigeração distribuída de energia chegou à Universidade Federal de Goiás (UFG), que passa a gerar parte da sua própria energia elétrica a partir de uma usina solar fotovoltaica, convertendo o Câmpus Samambaia e o Câmpus Colemar Natal e Silva, da Regional Goiânia, em câmpus solares. Além dos aspectos ligados à economia no consumo e redução dos gastos com a tarifa de energia, a iniciativa realizada em parceria com a Enel Distribuição Goiás, vai propiciar o desenvolvimento de pesquisas científicas experimentais.
A inauguração oficial da usina ocorreu na quinta-feira (6/6), no Centro de Cultura e Eventos Professor Ricardo Freua Bufáiçal, no Câmpus Samambaia, como parte da programação da II Semana do Meio Ambiente da UFG, cujo tema em 2019 é “Sustentabilidade, a UFG se importa! E você?”. Foram instaladas placas fotovoltaicas em quatro prédios da Instituição: Biblioteca Central Professor Alpheu da Veiga Jardim, Centro de Eventos UFG, Escola de Música e Artes Cênicas (Emac) e Centro de Aulas da Escola de Engenharia.
O secretário de Infraestrutura da UFG, Marco Antônio de Oliveira, explica que toda a comunidade universitária será beneficiada com a inovação. “Nós temos não só a geração de energia, mas também a substituição de 25 mil lâmpadas comuns por luzes de diodo emissor de luz o equivalente ao termo em inglês Light Emitting Diode (LED). O que proporciona além de economia, a melhoria da qualidade dos ambientes e contribui para a redução dos custos com manutenção dos sistemas de iluminação existentes na Universidade”, explica.
Aneel
Em 2016, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) lançou o aviso de Chamada de Projeto Prioritário de Eficiência Energética intitulado “Eficiência Energética e Minigeração em Instituições Públicas de Educação Superior”. Segundo o coordenador de Projeto de Sustentabilidade da Enel, Adriano Faria, ao todo 70 projetos foram avaliados e 11 foram aprovados: 4 da Enel e 2 de Goiás. “Ficamos felizes por saber que a nossa proposta havia sido aceita e logo veio do desafio da Enel, que decidiu que nós, em Goiás, fôssemos o carro-chefe desse programa no Brasil”, relembra.
A distribuidora investiu R$ 7,6 milhões no projeto de eficiência energética, que conta com 2.440 placas solares em uma área de 4.730 m². O sistema proporcionará uma economia de energia de 2.575,91 MWh/ano, o suficiente para abastecer aproximadamente 1.450 clientes residenciais com consumo médio mensal de 150 KWh durante um ano.
A usina solar fotovoltaica será monitorada remotamente pela empresa, uma vez que esteja integralmente em operação. Quando o consumo de energia na universidade for menor do que a capacidade gerada pela usina solar, o excedente será disponibilizado para a Enel, gerando crédito pela energia injetada e abatimento no valor da conta.
Cortes
As indústrias, órgãos públicos e os consumidores residenciais brasileiros lidam diariamente com o desafio de conseguir um consumo mais racional da energia elétrica. Com a universidade pública não é diferente. Principalmente porque o pagamento deste serviço, que é imprescindível, entra no rol das despesas discricionárias ou não obrigatórias, como as de custeio (como de água, limpeza, segurança dentre outros). Ao se levar em conta o atual contexto no qual se encontram as instituições federais de ensino superior (Ifes) sob risco de cortes orçamentários, a parceria ocorre no momento oportuno.
De acordo com o reitor da UFG, Edward Madureira, a unidade de produção de energia fotovoltaica da Instituição tem capacidade para produzir até 900 quilowatts pico (kWp) de energia, o equivalente a aproximadamente 10% do consumo da Universidade. Em uma conta mensal de aproximadamente R$ 1,2 milhão a economia será de cerca de R$ 120 mil. “Ainda assim, com o bloqueio da ordem de 30%, esse dinheiro que poderá ser poupado não chegará na conta da UFG. Ele vai apenas nos ajudar a sobreviver mais alguns dias caso os cortes não sejam revertidos”, analisa.
Fonte: Secom / UFG
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