Carolina Melo

Foi por acaso que a família do operário Daniel de Oliveira, 38 anos, resolveu ir ao Mutirama e, lá, deparou-se com uma feira de ciências diferente. O passeio no parque se tornou imersão no mundo da Ciência e seus conhecimentos sobre digestão humana, funcionamento das células do corpo humano, plantas alimentícias não convencionais (panc) e higiene das mãos. “Abrir a mente” foi a importância dada pela família, que circulou em todos os estandes do Ciência em Todo Lugar, organizado pela Universidade Federal de Goiás (UFG) e pela prefeitura de Goiânia no último sábado (31/08). Quem participou do evento pôde conhecer a ação de laboratórios e cursos da Universidade, ter acesso aos serviços de promoção à saúde e participar de exposições fotográficas. 

Para a atividade, a professora do Instituto de Ciências Biológicas (ICB) da UFG, Mara Rúbia Marques, levou a 4ª Histomostra, que expôs as fotografias de estruturas histológicas microscópicas, realizadas pelos alunos da disciplina de Histologia, por meio de celulares. “Percebemos que o celular dentro da sala de aula, ao invés de atrapalhar, estava ajudando a disciplina e começamos a estimular os alunos a tirar fotos das estruturas

representativas e belas”, relata a professora como tudo começou. “A partir das imagens, incentivamos os alunos a elaborarem descrições poéticas sobre as estruturas, para contribuir com o aprendizado e estimular o olhar das pessoas leigas que participam do mostra”, conta.

De acordo com a professora Mara Rúbia, a aproximação com a comunidade de fato ocorre por meio das imagens expostas. “A nossa satisfação é ver o encantamento das pessoas que, inclusive, elaboram outras leituras para além daquelas realizadas pelos alunos da disciplina. O diálogo ocorre por intermédio das imagens. É mais surpreendente do que imaginávamos”, afirmou.

E é essa aproximação da comunidade com a produção científica e com os serviços oferecidos pela Universidade o principal objetivo do Ciência em Todos os Lugares. Assim como explica a pró-reitora de Extensão e Cultura, professora Lucilene Maria de Sousa, a cada edição, o evento leva para a sociedade a produção científica e acadêmica da UFG. “As pessoas vivenciam a ciência que está no dia a dia, inserida do cotidiano”, disse. De acordo com a professora, a terceira edição se consolida com a participação do Instituto Federal goiano (IF goiano).

Experimentos e serviços

Acadêmicos do curso de Engenharia de Alimentos, coordenados pela professora Adriana Régia Marques de Souza, elaboraram uma vivência experimental para a participação de crianças e adolescentes. Criaram um doce e um suco para os participantes desvendarem o sabor e se surpreenderem com a interferência da memória sensorial. “A ideia é, por meio da interação, mostrar aos participantes o perfil do curso, que visa o desenvolvimento de novos produtos”, explicou a professora. 

Entre os serviços disponíveis, os participantes tiveram acesso ao teste rápido de HIV, Sífilis, Hepatite B e C, realizado por estudantes da Faculdade de Enfermagem, teste de tipagem sanguínea, efetuado pelo Laboratório de Genética Molecular e Citogenética do ICB I, além de informações sobre saúde bucal para crianças, disponibilizadas pelos acadêmicos da Faculdade de Odontologia.

Durante a atividade, o estudante do ensino médio, Conrado Ghedini, de 15 anos, descobriu que tinha a mesma tipagem sanguínea do pai. Indeciso sobre qual curso superior irá fazer, o estudante destacou a importância do Ciência em Todos os Lugares para se sentir mais próximo da Universidade. “Aqui tive a oportunidade de conhecer, aprender e ter experiências antes de entrar na universidade”, afirmou.

Reitor Edward Madureira e vice-reitora Sandramara Matias Chaves prestigiaram o evento (Foto: professora Liana Jayme)