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Universidade Federal de Goiás
palestra

Revistas eletrônicas são aliadas na divulgação de pesquisas científicas

Em 13/11/19 15:35. Atualizada em 13/11/19 16:23.

Palestra foi ministrada pelo professor Benedito Barraviera, da Universidade Estadual Paulista (UNESP)

Letícia Santos

A Universidade Federal de Goiás (UFG), realizou no dia 12 de novembro a cerimônia de abertura do V Encontro de Editores Científicos. A primeira palestra do evento foi realizada pelo professor de Medicina, Benedito Barraviera, da Universidade Estadual Paulista (UNESP) com o tema  “O futuro das revistas científicas com foco na Ciência Aberta”. Em sua fala, o professor discorreu sobre o histórico das publicações científicas. Ele conta que no ano de 1665 foi editada a primeira revista impressa no mundo, e até 20 anos atrás, a sociedade vivia a época das revistas impressas, no presente as revistas eletrônicas se popularizam com o avanço da internet. “Estamos vivendo no período em que se criam coisas novas a cada instante e esse é o principal desafio do momento”, afirmou. Benedito recordou que o principal problema que as revistas eletrônicas enfrentaram em seu início, na década de 1990, era a sua validade como revistas também científicas.

O pesquisador afirmou que em 28 anos de existência de revistas eletrônicas no país, houve muitas transformações nos trabalhos científicos. “Deixaram de existir capa, fascículo, paginação, suplemento e surgiram o Portable Document Format ou PDF (Formato Portátil de Documento), Fluxo contínuo de publicação, e os identificadores de documentos em redes de computadores, como o DOI number, PMID E PMCID”. Outra questão pontuada pelo professor, foram os erros de citações que sugiram a partir da popularização das revistas eletrônicas. “Atualmente, o maior problema que existe são os erros de citações que interferem na contabilização de números, nas métricas. Quando uma pesquisa é citada de maneira errada, os programas não identificam o trabalho certo e isso atrapalha na exatidão dos números de contagem”, destacou.

revistas
Benedito Barraviera também é Editor-chefe do "The Journal of Venomous Animals and Toxins including Tropical Diseases"

 

Os mega-journals, revistas científicas que publicam um grande número de pesquisas na internet, vem se popularizando nos últimos anos. De acordo com o professor, essas revistas são uma grande novidade no mercado e chegam a faturar muito dinheiro. “Os mega-journals funcionam em acesso aberto na internet e conseguem se manter financeiramente com o dinheiro que os autores pagam para submeter os seus artigos”.

Algumas dessas revistas também contam com um baixo índice de rejeição na publicação de trabalhos. “Revistas conhecidas chegam a publicar 55% dos artigos que recebem”, afirmou. O elevado valor para submeter pesquisas nessa nova plataforma de divulgação científica também chama a atenção. Segundo Benedito, alguns autores chegam a pagar mais de 1.600 dólares, para publicar os seus artigos nos mega-journals.

Para o professor, com o avanço das revistas eletrônicas, os títulos dos periódicos estão cada vez mais desprestigiados. “Todos procuram artigos por meio de palavras-chave na base de dados e não mais por títulos ou pela própria revista”. A maior internacionalização da ciência produzida no Brasil também é possível após o advento das novas tecnologias e dos mega-journals. Pessoas de diferentes lugares do mundo podem ter acesso às pesquisas produzidas no Brasil. “Para que mais pesquisas brasileiras possam alcançar a internacionalização, se faz necessário adequar o idioma em que elas vão ser escritas e divulgadas. O fundamental é que o autor escreva no idioma que seja o foco da sua revista”, finalizou o professor.

Mesa de abertura

O V Encontro de Editores Científicos, que desde 2017 é realizado anualmente, teve como objetivo, neste ano, contribuir com o crescimento e a atualização dos editores e suas equipes no processo de comunicação científica e apresentar os novos métodos de mediação da produção acadêmica.

Antes da palestra do professor da Unesp, a diretora do Sistema de Bibliotecas da UFG, Maria de Souza, deu início ao evento agradecendo ao público presente pela participação. Representando o reitor da UFG, a Pró-Reitora de Extensão e Cultura, Lucilene Maria de Sousa, defendeu a importância das instituições públicas, em especial, no âmbito das pesquisas. Para ela, os cortes financeiros afetam diretamente as pesquisas realizadas na universidade. “Os cortes têm um impacto muito negativo na formação científica, no que se diz respeito ao ensino e a extensão”, afirmou. Mesmo diante do atual cenário das universidades públicas no país, de acordo com a professora, existem 32 revistas científicas na UFG, entre elas a revista da Pró-Reitoria de Extensão e Cultura, que divulga a realização de projetos de extensão e sua importância para a sociedade.

Em sua fala, o Pró-Reitor Adjunto de Graduação, Israel Trindade, destacou e parabenizou os serviços desenvolvidos pelo Sistema de Bibliotecas (Sibi) da UFG. Segundo o professor, o ensino que é proporcionado aos estudantes, se deve a qualidade dos serviços desempenhados pela biblioteca. “Todos os acervos são dignos de reconhecimento, além do trabalho desenvolvido por toda equipe da biblioteca”, afirmou. A mesa de abertura também contou com o professor de História, Léo Carrer Nogueira, da Universidade Estadual de Goiás (UEG), que discorreu sobre as difíceis condições financeiras da UEG e agradeceu o convite para participar da abertura do evento.

mesa
O V Encontro de Editores Científicos foi realizado pelo Sistemas de Bibliotecas da UFG, Biblioteca Central, Pró-Reitoria de Pós-Graduação (PRPG) e Pró-Reitoria de Pesquisa e Inovação (PRPI)

Fonte: Secom UFG

Categorias: Humanidades