Imagens de satélites ficam cada vez mais acessíveis
Palestra “Mapeando o Brasil com Big Data e Inteligência Artificial” foi promovida pela Pró-Reitoria de Pesquisa e Inovação (PRPI)
Letícia Santos
Satélites artificiais e sensoriamento remoto da superfície terrestre foram temas discutidos na palestra “Mapeando o Brasil com Big Data e Inteligência Artificial”, que aconteceu na tarde da última sexta-feira (29/11), e foi organizada pela Pró-Reitoria de Pesquisa e Inovação (PRPI). Na ocasião, o professor e Pró-reitor de Pós-Graduação (PRPG), Laerte Guimarães Ferreira, explicou ao público presente sobre os avanços no monitoramento de imagens terrestres a partir de satélites.
Com o surgimento dos satélites artificiais, na década de 1970, inúmeras imagens puderam ser obtidas e destinadas para observações e estudos sobre a superfície terrestre. Segundo o professor Laerte, o sensoriamento remoto da terra é uma ferramenta relativamente nova e se inicia com o avanço dos números de satélites. “Se antes existiam apenas três ou quatro satélites no mundo, hoje em dia, perdemos essa conta”, afirmou.
O professor que possui um projeto de estudo no Laboratório de Processamento de Imagens e Geoprocessamento (Lapig), contou que ao chegar na UFG, há 25 anos, participou do processo de construção do primeiro laboratório de sensoriamento remoto na universidade. Segundo Laerte, no princípio, o trabalho de interpretação de imagens exigia mais tempo e dedicação. “Colocávamos as fotografias de formato analógico sob a mesa com um papel vegetal e íamos interpretando o que encontrávamos na imagem, como, elementos de relevo, vegetações naturais, pastagens, entre outros”, relembrou. Laerte também relembrou o quanto era difícil obter uma imagem de satélite. “Quando fiz o meu mestrado, as imagens dos satélites não eram fáceis de se ter. Uma imagem chegava a custar mil dólares”, afirmou.
Segundo Laerte, desde o ano de 2004, as imagens dos satélites podem ser obtidas de maneira gratuita, devido a dois motivos. “O Brasil lançou o seu próprio satélite em 2002 e ao decorrer dos anos, o serviço geológico americano percebeu que se você disponibiliza a imagem gratuita, muitas pessoas vão alcançar essas imagens e assim, se torna possível ganhar mais dinheiro vendendo serviços e softwares”. Se antes os satélites eram construídos apenas pelos governos dos países, com o tempo, a iniciativa privada inovou nesse mercado ao criar satélites diferenciados, que capturam resoluções de imagens de maior detalhes especiais. “Na década de 1990, empresas comerciais começaram a construir satélites, porque antes esse mercado era dominado pelos governos de cada país”.
Com a maior facilidade de obter imagens de satélites, Laerte afirmou que nos últimos quatro anos, o Lapig processou e analisou mais de 200 mil imagens da superfície terrestre. Ao apresentar especificamente um dos projetos desenvolvidos pelo Lapig, o professor afirmou que há cerca de 7 anos, o projeto de mapear pastagens do Brasil, utiliza do sensoriamento remoto, computação em nuvem, aprendizados de máquinas e trabalhos em campo para processar dados e assim, serem os pioneiros neste trabalho. “Fazemos análises territoriais e nos preocupamos em divulgar para a sociedade as nossas descobertas. Se vocês entrarem no portal do Lapig, poderão encontrar todos os dados que constatamos com os nossos mapas de pastagens”, afirmou. Laerte citou que o mapeamento de pastagem do Lapig também trabalha com volumes grandes de dados, termo conhecido como, Big Data.
Em sua fala, o professor também comentou sobre as profissões do futuro. Para ele, o futuro é interdisciplinar e as pessoas precisam ter curiosidade para obter conhecimento além da sua área de trabalho ou de estudo. “Tenho alunos de diversas áreas do conhecimento, como da matemática, geografia, ecologia e o que importa é se eles estão abertos para adquirir mais conhecimentos e resolver os problemas impostos”, finalizou.
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Fonte: Secom UFG
Categorias: Tecnologia