Baile UFG 2019 tem atmosfera de celebração e resistência
Depois de ano marcado por cortes e ataques às federais, uma pausa para a festa
Versanna Carvalho
O ano foi muito difícil, mas sem dúvida alguma há muito para celebrar. Essa é a percepção do reitor da Universidade Federal de Goiás (UFG), Edward Madureira, sobre a realização do Baile UFG 2019, no sábado (14/12). A festa foi realizada no Centro de Cultura e Eventos Prof. Ricardo Freua Bufáiçal e contou com a presença de mais de mil pessoas.
Idealizada em 2010 como parte das comemorações pelos 50 anos da UFG, o baile foi incorporado ao calendário da Instituição e está na sétima edição. A expectativa é celebrar os 60 anos da UFG também com um baile. A festa oficial de aniversário da Universidade foi também palco para o lançamento do selo UFG 60 Anos, que figurará no portal, redes sociais da UFG e onde houver o uso da marca da Instituição.
Na avaliação do reitor, a UFG atravessa uma crise financeira sem precedentes na história, "mostrando força e vigor" e que por isto há mais motivos para comemorar do que para lamentar. Segundo Edward, a gravidade da situação e o chamamento feito à comunidade resultou em uma mobilização maior do que a observada em anos anteriores.
"O que vemos é uma comunidade que em todos os níveis (estudantes, professores e técnicos) está muito mais mobilizada. E essa movimentação é para fora, para o diálogo com a sociedade que é quem pode, sem dúvida nenhuma, nos tirar dessa situação. Multiplicaram-se as ações de extensão, eventos na rua e nos mais diferentes espaços. As pessoas se movimentaram muito mais", diz o reitor.
Além da própria luta e capacidade de resistir, o reitor ressalta que a Universidade se destacou com diversas pesquisas de relevância científica e social, "fruto do trabalho de anos, de investimentos nesta área e da maturidade do pesquisador da UFG. A tendência é de que os resultados se multipliquem. É claro que sem o devido financiamento isso possa vir a ser comprometido", observa Edward Madureira.
Confraternização
A professora da Faculdade de Ciências Sociais (FCS), Luciana de Oliveira Dias, costuma ir aos bailes da UFG. A antropóloga conta que o final de ano costuma ser tumultuado e com sobrecarga de trabalho, mas que mesmo assim acha importante reservar um tempo para a socialização, a troca de abraços e o sorriso.
"O baile imprime um pouco de otimismo nessa realidade toda e estamos precisando de um pouco de otimismo. Em momentos muito difíceis como os que estamos vivendo, inclusive politicamente, uma das formas de sobreviver bem é mantendo o otimismo", afirma a docente. "O pessimismo é para tempos muito melhores do que esses que estamos vivendo", conclui Luciana.
O baile também é visto pela alta gestão da UFG como uma ferramenta importante de aproximação e confraternização entre as pessoas. "É em ocasiões assim que juntamos forças para enfrentar os desafios de 2020, que não serão fáceis. O orçamento mais uma vez é restritivo e vai exigir muito de nós. No entanto, depois do movimento que a UFG fez neste ano, não tenho dúvida de que está preparada para qualquer desafio que se apresente", anima-se o reitor.
O engenheiro agrônomo e técnico-administrativo da Escola de Agronomia (EA), Luciano Silva, tem o mesmo entendimento e considera o baile um dos melhores eventos da Instituição, justamente pelo aspecto da confraternização de diferentes áreas. "Esse foi um ano atípico para nós, mas com o esforço do reitor e a boa vontade dos integrantes da Universidade a festa acabou acontecendo", elogia o servidor.
DCE
Representantes do Diretório Central do Estudantes da UFG (DCE-UFG) marcaram presença na festividade. A coordenadora-geral da entidade, Letícia Lemes Scalabrini, que pela primeira vez participa do evento, disse ter gostado da festa e elogiou a decoração do espaço. Segundo a coordenadora, o momento é importante, pois marca os 59 anos da UFG e também pela oportunidade de rever pessoas que fazem parte da Instituição de uma forma mais descontraída. "É o momento para se comemorar e também saudar a universidade pública brasileira e a Universidade Federal de Goiás", afirma.
Ao fazer retrospectiva do ano, Letícia constata que foi um ano difícil, com muitos ataques à UFG, e o DCE atuou de mais na mobilização dos estudantes, chamando para a defesa da Universidade ao mesmo tempo em que alertava sobre a importância de defender a Instituição. "De certa forma, conseguimos barrar os cortes que vinham acontecendo. Para o próximo ano a tendência é de piora e o enfrentamento com o governo federal vai ser maior. Sabemos que o DCE vai ter ainda mais trabalho pela frente, principalmente em defesa da Universidade", assegura a estudante.
Decoração
Um grupo de seis estudantes do curso de Direção de Arte na Escola de Música e Artes Cênicas (Emac) teve uma participação especial no baile. Liderados pelo professor Francisco Guilherme de Oliveira, eles foram os responsáveis pela decoração do evento com o tema Cerrado. O esforço da equipe, que contou com cerca de outros 20 colaboradores foi importante para a redução dos custos para a realização da festa em um ano marcado pelo contingenciamento e escassez de recursos.
Depois de semanas de trabalho intenso, a discente Tayle Mariage Jubé Marinho e seus colegas foi ao baile para conferir os últimos detalhes da decoração e aproveitar o evento. "Gostamos muito do resultado final. Ficou ainda melhor do que esperávamos. A iluminação também ajudou bastante. Foi um processo mágico", avalia.
Tayle, que está no seu primeiro ano na Universidade, nunca tinha ido a alguma edição do Baile UFG, e estava se sentindo um pouco deslocada. "É uma experiência que achei que nunca iria ter, principalmente no primeiro ano, que é participar de um projeto tão grande quanto este".
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Fonte: Secom UFG
Categorias: Institucional