Azeite de oliva diminui perda óssea em pacientes obesos e previne osteoporose
Aliado a dieta tradicional brasileira o azeite de oliva extra virgem é mais efetivo na diminuição e estabilização da perda óssea
O azeite de oliva extra virgem já é bem conhecido por seus benefícios para a saúde. Uma pesquisa realizada na Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Goiás e publicado em revista científica internacional (Nutrients) trouxe mais uma constatação sobre as vantagens do azeite de oliva extra virgem ao comprovar que seu uso aliado a uma dieta tradicional brasileira minimizou e/ou estabilizou perda de massa óssea em adultos obesos.
A obesidade é uma pandemia mundial, sendo que o tipo grave é a faixa de obesidade de maior crescimento nos últimos anos. Mesmo assim as pesquisas com esse público específico ainda são escassas. A perda de massa óssea que pode levar a osteopenia ou osteroporose é um problema comum em pessoas com mais de 50 anos e que atinge também pessoas com Índice de Massa Corporal (IMC) acima de 35 kg/m2. A osteopenia e osteoporose aumentam o risco de fraturas e também de incapacidade física causada por problemas osteoarticulares. Essas doenças também afetam idosos, sendo que a osteoporose acomete mais de 200 milhões de pessoas no mundo.
A pesquisa sobre o uso do azeite de oliva aliado a uma dieta tradicional brasileira foi coordenada pela professora Erika Aparecida Silveira com mestrandos e doutorandos do Programa de Pós-graduação em Ciências da Saúde da Faculdade de Medicina da UFG. As análises sobre o efeito na massa óssea foram desenvolvidas durante o doutorado da pesquisadora Camila Kellen de Souza Cardoso, professora da PUC Goiás. Foi realizado um estudo de intervenção nutricional controlado acompanhando 111 adultos obesos graves por três meses, encaminhados por meio do Ambulatório de Nutrição e Obesidade Grave do Hospital das Clínicas da UFG.
Os pacientes foram divididos em três grupos: um recebeu 52 ml de azeite de oliva extra virgem; o outro recebeu apenas a dieta tradicional brasileira e o terceiro grupo recebeu 52 ml/dia de azeite conjunto à dieta tradicional brasileira. Os que foram orientados a utilizar o azeite também foram orientados a utilizar dois sachês no almoço e dois no jantar, o que totalizou 52 ml/dia. Essa quantidade equivale a 3,5 colheres de sopa por dia. Após as intervenções percebeu-se que a densidade mineral óssea de coluna e quadril foram maiores no grupo que recebeu a dieta brasileira aliada com o azeite de oliva extra virgem. “Esse é um resultado expressivo para apenas 3 meses de intervenção nutricional”, afirma Erika Silveira. Ela também ressalta que o azeite traz outros benefícios para a saúde conforme outras pesquisas já realizadas pelo mesmo grupo de pesquisadores.
Dieta Tradicional Brasileira - A dieta utilizada na pesquisa é caracterizada pelo padrão alimentar brasileiro tradicional, definido pelo consumo de alimentos não processados em pelo menos quatro refeições/dia. As principais refeições, almoço e jantar, incluem o consumo de arroz, feijão, carne magra e legumes. Frutas da estação são também recomendadas. No café da manhã e/ou lanche da tarde, laticínios, café e quitandas caseiras devem ser consumidos. Essa dieta contém um suprimento adequado de vitaminas, minerais e fibras alimentares com baixo conteúdo de gorduras trans e hidrogenadas, o que mantém um padrão de alimentação saudável. Segundo as pesquisadoras, o uso dessa dieta é baseada na tentativa de resgatar a cultura alimentar saudável brasileira, comum no país antes do processo de transição nutricional. Ela se encaixa nos padrões alimentares saudáveis e sustentáveis propostos pela Organização Mundial da Saúde (OMS), como uma dieta acessível para a população em geral, não apenas no Brasil, mas também em outros países, com alimentos amplamente disponíveis em várias regiões do mundo.
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Fonte: Secom UFG