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Universidade Federal de Goiás
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Pico da covid-19 em Goiás pode ocorrer a partir da 2ª quinzena de julho

Em 27/05/20 15:08. Atualizada em 01/07/20 14:32.

Levantamento da UFG projeta demanda por leitos e número de óbitos a partir de três cenários 

O grupo de modelagem da expansão espaço-temporal da covid-19 em Goiás, da Universidade Federal de Goiás (UFG), divulgou a terceira nota técnica com a atualização da progressão da doença entre 22 de maio e 31 de julho de 2020. De acordo com o levantamento, o pico das demandas hospitalares - leito clínico e leito de Unidade de  Terapia Intensiva (UTI) - e no número de óbitos poderá ocorrer na segunda quinzena de julho, se o índice de isolamento social continuar abaixo dos 40% no Estado. 

Na avaliação dos pesquisadores, o distanciamento social contribuiu para redução da velocidade de transmissão do vírus SARS-CoV-2 no Estado no mês de abril de 2020, mas a partir da última semana de abril o número reprodutivo efetivo (Re) passou a apresentar uma tendência de aumento progressivo. Isso ocorreu porque, após atingir um alto índice de isolamento social em meados de abril, observou-se uma tendência de redução gradual do isolamento social ao longo do tempo, na maior parte dos municípios do Estado.

gráficos modelagem 27 de maio

Essa tendência, que já podia ser observada nas análises e definição de cenários das duas primeiras notas técnicas, tornou-se ainda mais acentuada. O que confirma que as estimativas publicadas na nota técnica 1 e na nota técnica 2, conseguiram predizer com bastante precisão a evolução do número de eventos e demanda por leitos no estado de Goiás e município de Goiânia.

"Pela dinâmica do modelo de simulação estima-se que, até 22 de maio de 2020, um total de 136.203 pessoas já podem ter sido infectadas pelo SAR-CoV-2 em Goiás, o que significa por volta de 1,94% da população do Estado (estimada em 7.017.505 pessoas)", constata o estudo.

gráficos modelagem 27 de maio

Cenários

A pesquisa, divulgada em 26 de maio, apresenta três possibilidades de cenários azul, verde e vermelho, que relacionam o percentual de distanciamento social com a probabilidade do aumento da hospitalização em leitos clínicos, de UTI e também os óbitos por covid-19. O cenário azul, poderá ocorrer se o índice de isolamento social em cada município goiano voltar ficar entre 50-55%, como foi observado entre os dias 22-29 de março deste ano.

O verde está projetado se o isolamento for de 38,29% na média estadual, da mesma forma que ocorreu entre 16 e 22 de maio. O terceiro cenário, vermelho, baseia-se na projeção de variação do isolamento social em cada município, conforme foi observado entre os dias 9 e 22 de maio, com a média estadual ficando abaixo de 37,91%.

"A evolução da transmissão da doença segundo os cenários verde e vermelho resultará em uma demanda de leitos que o sistema de saúde atualmente não é capaz de ofertar. Ainda, poderá resultar em um número acumulado de ao redor de 4.000 mortes por covid-19 no estado", destaca a nota técnica.

gráficos modelagem 27 de maio

Projeção

De acordo com a pesquisa, na conjuntura azul, estima-se até final de junho um número acumulado entre 2.183-2.963 pacientes internados em leito hospitalar, que aumentará para entre 3.365-4.418 até o final de julho. A projeção de pacientes internados em leitos de UTI é de um número acumulado entre 604 e 818 até final de junho, que aumentará para entre 956-1.257 até o final de julho. Espera-se em Goiás um total acumulado de óbitos por covid-19 entre 387-530 no final de junho, e entre 634-839 no final de julho.

gráficos modelagem 27 de maio

A projeção para o cenário verde é de um número acumulado entre 5.884-7.777 pacientes internados em leito hospitalar até final de junho, que aumentará para entre 21.047- 23.803 até o final de julho. Estima-se até final de junho um número acumulado entre 1.466-1.961 pacientes internados em UTI, que aumentará para entre 5.579-6.439 até o final de julho. Sob o cenário verde, espera-se em Goiás um total acumulado de óbitos por covid-19 entre 836-1.130 no final de junho, e entre 3.443-4.054 no final de julho.

Já no cenário vermelho, a estimativa é um número acumulado entre 7.919 - 10.561 pacientes internados em leito hospitalar até final de junho, que aumentará para entre 31.842 - 34.019 até o final de julho. O número acumulado de pacientes internados em UTI até final de junho está estimado entre 1.915 - 2.584, que aumentará para entre 8.586 - 9.327 até o final de julho. Nesse cenário, é esperado também um salto no total acumulado de óbitos por covid-19 entre 1.052-1.438 no final de junho, e entre 5.360-5.938 no final julho. 

Simulações

As simulações desse estudo foram realizadas na Cluster do Laboratório de Ecologia Teórica & Síntese do Departamento de Ecologia do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Goiás (ICB/UFG), financiada por diversos projetos do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e atualmente mantida pelo Programa Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Ecologia, Evolução e Conservação da Biodiversidade (INCT EECBio). O INCT EECBio é apoiado pelo CNPq e Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg).

Sobre a modelagem da expansão espaço-temporal da covid-19 em Goiás

(26/05/20) Veja aqui a nota técnica 3

(15/05/20) Veja aqui a nota técnica 2

(02/05/20) Veja aqui a nota técnica 1

Confira o site do grupo: modelagem da expansão espaço-temporal da covid-19 em Goiás

Outras matérias sobre o estudo no Jornal UFG

(04/05/20) Diminuição do isolamento social pode  aumentar necessidade de leitos em Goiás até fim de junho

(18/05/20) Estudo da UFG mostra redução no isolamento social por parte da população

Fonte: Secom UFG

Categorias: Coronavírus ICB IPTSP destaque Saúde