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Universidade Federal de Goiás
Nozes e sementes

Fortificação ajuda a reduzir 82% a deficiência de vitamina E em crianças

Em 25/06/20 09:13. Atualizada em 29/06/20 11:52.

Pesquisa da UFG, que avaliou a fortificação vitamínica e de minerais, foi publicada na revista Nutrients

Carolina Melo

Encontrada especialmente em óleos vegetais, nozes e sementes, a vitamina E não é muito consumida nos primeiros anos de vida. Pensando nisso, pesquisa da Faculdade de Nutrição (Fanut) da UFG avaliou o impacto da fortificação de micronutrientes em pó e identificou a redução de 82% da deficiência da vitamina em crianças de seis a 15 meses de idade. Também constatou que as crianças tiveram melhor crescimento linear e apresentaram uma menor frequência de casos de tosse e chiado. O estudo foi publicado na revista científica Nutrients.

Lina Monteiro de Castro Lobo
Autora do estudo, Lina Monteiro, teve artigo publicado na Nutrients

Foram avaliadas 224 crianças de Unidades Básicas de Saúde (UBS) de Goiânia, sendo 117 crianças no grupo controle (com idades de 11 a 15 meses) e 107 no grupo intervenção (com idades de seis a nove meses). As crianças do grupo de intervenção consumiram, durante o período de dois a três meses, sachês contendo uma formulação de 15 micronutrientes, entre eles, a vitamina E, e foram acompanhadas durante quatro a seis meses, sendo avaliadas seis meses após o início da intervenção.

De acordo com o estudo, a formulação com micronutrientes em pó promoveu o aumento na concentração de vitamina E e a redução de 82% da sua deficiência nas crianças avaliadas, em comparação com as do grupo de controle. As crianças também apresentaram maiores índices de comprimento por idade e menor frequência de casos de tosse e chiado. “A importância da fortificação caseira na prevenção de deficiência de vitamina E e auxílio no crescimento da criança foram evidenciados pelos resultados deste estudo”, afirma Lina Monteiro de Castro Lobo, autora da pesquisa, orientada pela professora da Fanut e colaboradora do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde, Maria Claret Costa Monteiro Hadler.

Parte do Estudo Nacional de Fortificação da Alimentação Complementar (Enfac), que envolveu quatro cidades brasileiras - Goiânia (GO), Rio Branco (AC), Olinda (PE) e Porto Alegre(RS) -, a pesquisa foi financiada pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), em conjunto com o Ministério da Saúde.

Deficiência nutricional

As baixas concentrações de vitamina E podem ocasionar danos à saúde tornando as crianças mais suscetíveis aos quadros infecciosos e à baixa estatura, explica o estudo. A partir dos dados do Estudo Nacional de Fortificação da Alimentação Complementar, citados pela pesquisa, foram encontrados 61,5% de insuficiência de vitamina E em crianças brasileiras de 6 a 14 meses. Já em Goiânia o índice foi de 82%.

Assim como discutido pela pesquisa, os fatores que geram a alta prevalência de deficiência da vitamina estão relacionados à disponibilidade de alimentos, ou seja, à acessibilidade e ao custo de alimentos fonte do nutriente. No Centro-Oeste, mais especificamente em Goiás, até então não havia estudos sobre e efetividade da fortificação caseira da vitamina E. Segundo as pesquisadoras, o estudo “fornece importantes resultados que podem favorecer políticas públicas de Saúde, visando a redução da deficiência nutricional na infância”.

Fonte: Secom

Categorias: Saúde