Evento discute o passado e aponta os novos desafios do ensino remoto
Debatedores defenderam que o ensino durante a pandemia provoca uma reflexão sobre os processos de aprendizagem
Augusto Araújo
A Pró-reitoria de Graduação (Prograd) realizou ontem, 7/7, a transmissão ao vivo da palestra “3º Ciclo de estudos e reflexões: Encontro com reflexões IDEA”. O evento foi ministrado pela professora Leda Maria de Barros Guimarães, da Faculdade de Artes Visuais (FAV/UFG) e Denise Cristina Bueno, mestre em Educação e Políticas Públicas graduada pela UFG e trabalha com o tema: Educação e Tecnologia. A palestra foi mediada por Flávio Marques, coordenador do IDEA, Programa Institucional para o Desenvolvimento do Processo de Ensino e Aprendizagem (IDEA/Prograd).
A professora Leda Guimarães é uma das pioneiras na UFG desse método educacional, no qual atua desde 2006. Ela compartilhou sobre a sua experiência docente e defendeu as experimentações envolvidas no aprender. "Nossa experiência foi mudando ao longo dos anos e nos convidando a aprender com cada erro. A aprendizagem é construída a partir de cada pessoa envolvida no processo de aprendizagem", destacou. Ela defendeu ainda a necessidade de uma aposta em práticas, ações interdisciplinares e transdisciplinares para que possam ser desenvolvidos o ensino remoto com com maior qualidade, adequado às necessidades dos estudantes.
Já Denise Bueno contou também com uma experiência como aluna de EaD no curso de Artes Visuais. "No aprendizado à distância, o aluno é estimulado a uma autoaprendizagem, desenvolvendo sua criatividade e autonomia. O Ensino à Distância, sendo bem feito, pode fazer um movimento de transformação", defendeu. Ela também ressaltou como este processo de aprendizagem pode ser desgastante para os professores e difícil para os alunos também. “Nós temos alunos que não têm condições de ter essa assistência por falta de condições materiais. Há muita crítica em relação a isso, mas não podemos ficar parados esperando o que vai acontecer”, opinou.
A egressa da UFG ressaltou também a necessidade de se discutir a lógica por trás do que ela chamou de “fetichização” do EaD. Ela entende que, nesse contexto de pandemia, o ensino remoto é visto como uma “virtude”, porém “a gente nega o nosso passado e fazemos com que o nosso presente seja obsoleto e imediatista. Quando falam que um professor é resistente à tecnologia, é uma resistência ativa do que é um processo educativo, do que é o exercício do professor, o que ele faz com o conteúdo", defendeu.
Professora Leda Guimarães atua no curso de Artes Visuais na modalidade a distância desde 2006
Ao final, ambas as participantes defenderam a necessidade de um maior aperfeiçoamento e desenvolvimento de estratégias e ferramentas que devem ser melhor aplicadas para o aprimoramento do ensino remoto na UFG. A professora Leda Guimarães aponta a essencialidade do ''diálogo, a escuta e a formação do senso crítico" no ensino, independente do fato de ser presencial ou remoto. Denise Bueno complementa a fala de Leda ao destacar a necessidade de se reproduzir uma escola que transforma socialmente e desenvolve a criatividade dos estudantes.
O evento online foi realizado com um chat aberto, em que os espectadores podiam interagir através do chat, enviando perguntas para que fossem respondidas no final da discussão.
Egressa do curso de Artes Visuais da UFG defendeu que a prática docente seja repensada mais do que nunca no ensino remoto durante a pandemia
Fonte: Secom/UFG
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