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Universidade Federal de Goiás
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IFG e UFG debatem estudo e trabalho no ensino remoto

Em 19/09/20 17:17. Atualizada em 19/09/20 17:24.

No terceiro encontro do projeto, foram discutidas as dificuldades enfrentadas no modelo EaD

Amanda Birck

Em sequência à série do projeto “Matutando: diálogos formativos” do Instituto Federal de Goiás (IFG) em parceria com a Universidade Federal de Goiás, ocorreu nesta sexta-feira (18/9) o terceiro encontro a respeito da educação em diferentes abordagens. Com participação do professor do IFG e titular da Secretaria Municipal de Educação Sebastião Cláudio Barbosa e mediação da professora Adda Echalar, foi discutido em formato de entrevista o tema “Estudantes e trabalho remoto: autonomia em questão”. O debate foi transmitido ao vivo no canal 15.1 da TV UFG e no YouTube do IFG.

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O debate teve a presença de um intérprete de Libras, Pedro Nunes

A discussão iniciou com o questionamento dos impactos da situação de pandemia vivida pelos estudantes, mais especificamente, aqueles que trabalham e acompanham as aulas por modo remoto. Em resposta, Sebastião Barbosa refletiu sobre a questão da predominância de reclamações do sistema vir por parte de uma maioria vítima da desigualdade socioeconômica, diferentemente da minoria que se sente confortável por possuir os meios necessários.

Em relação às condições de estudo e também familiares dos afetados pela falta de meios, Barbosa comenta sobre as possíveis dificuldades enfrentadas no momento. “Vivemos em um sistema capitalista perverso, conscientizador privado das riquezas produzidas socialmente. Os depoimentos são assim: eu não tenho computador, nem internet banda larga em minha casa, eu só tenho internet no celular (...) e sobre aqueles que trabalham, o que mais reclamam sobre são as tarefas de casa. Falta tempo.”

Participação Institucional

Para o professor, existe ainda uma questão sensível a respeito do papel das instituições educacionais na vida dos estudantes e na realidade do ensino não presencial. Segundo ele, há a necessidade de superar uma desigualdade estrutural, que reflete diretamente no discurso do que deve ser oferecido pelos educadores. Superar tal desigualdade, pontua Barbosa, exige uma revolução que distribua renda antes de qualquer outra coisa.

Apesar das dificuldades reveladas pelo convidado, foram também detalhadas as medidas tomadas pelo IFG para auxiliar seus estudantes em situação mais grave. “O IFG, nessa experiência em que eu vivo, tem tentado atender algumas dessas carências: ele tem feito doações e empréstimos de computador, criou uma espécie de bolsa para que o aluno tenha acesso à internet.” Mesmo com as tentativas de auxílio, a demanda permanece imensa e para além da capacidade de atendimento, aponta o professor.

Interação

Ao final da discussão, Sebastião Barbosa reitera o quão fundamental é construir e instigar o conhecimento teórico aos estudantes. “Quando os coletivos docentes conseguem manter estruturas de decisão e de construção pedagógicas democráticas, o resultado interfere positivamente na formação para autonomia e participação.” O convidado comenta, porém, sobre como as ações são fruto de pequenos grupos e organizações, e não de instituições lucrativas maiores. Para ele, tal engajamento deve partir de uma decisão interna de coletivos fortes que podem se manter e, além de tudo, enfrentar.

O programa “Matutando: diálogos formativos” ocorre toda sexta-feira, às 17h30, por transmissão on-line e em rede aberta. Todos os debates permanecem gravados no canal do YouTube. O contato com a equipe organizadora pode ser realizado por meio do e-mail matutandodialogosformativos@gmail.com.

 

 

Fonte: Secom UFG

Categorias: Humanidades