Evento da Magnífica Mundi exibe arte e cultura latino-americana
Seminário termina com performances artísticas e espetáculos circenses
Amanda Birck
O Coletivo Magnífica Mundi da UFG encerrou, nesta quarta-feira (30/09), o II Seminário Internacional América Latina e suas Narrativas Insurgentes, que compõe o I Ciclo Internacional de Direitos Humanos - do isolamento à insurgência. A atividade de conclusão, da temática “Virando a mesa: Expressões Culturais Insurgentes”, reuniu apresentações de arte, música e cultura, com artistas nacionais e internacionais. O evento foi mediado pelo ator, diretor e dramaturgo Nilton Rodrigues, e foi transmitido pelo canal do YouTube da Magnífica Mundi.
A tarde de de espetáculos foi iniciada com a apresentação da dupla circense Mariela Peraza e Léo Papasito, da Cia Cabeluda da Venezuela. Logo após, o mediador Nilton Rodrigues convidou os espectadores a conferirem o painel finalizado ao vivo do artista solidário Sem Terra Chico Pintor, feito em conjunto com as crianças da Comunidade São Marcos Evangelista, de Caldas Novas..
O evento prosseguiu com a performance do músico e artesão colombiano Victor Sarmiento, que refletiu sobre a situação dos artistas de seu país em relação à pandemia. Segundo ele, a realidade é difícil em todos os sentidos, além do econômico e do social. Sarmiento acredita, porém, que o momento seja de construção pessoal. “Apesar disso, tem sido também um momento de encontro, comigo mesmo e com a música, partindo da realidade e do contexto atual.”
Em continuidade ao cronograma, o encerramento teve a presença de Leonida Akiri, anciã bororo e curadora do museu de Meruri, do Povo Boe do Mato Grosso, a artista circense Isaura Urdaneta, da Venezuela, a exposição de fotografia de Yaimì Ravelo, de Cuba, e a apresentação musical dos goianos Chico Aafa e Felipe Veloz. O evento foi finalizado com a performance da educadora Aia Oro Iara e da violeira Paula de Paula, um freestyle dos Brô Mc’s da Reserva Jaguapiru Kelvin, Bruno, Clemersom e Charlie, e uma apresentação de dança circense de Alex Daniel e Sinead Daniela, do Grupo Carpa Cielo da Venezuela.
Arte e acalento
Para Fernanda Cruz, participante do projeto, a atividade encontrou também a função de protesto, além da apresentação da arte em formatos variados. “É uma alegria, reacende na gente algo que está precisando muito, nós estamos mais agregados, a nossa força de conjunto, de perspectiva, de saber que a arte sempre foi esse lugar de ancoragem, nosso lugar de palavra e de protesto, de dizermos o que é necessário dizer, e nos alentar a alma.”
Gloria Patricia, tradutora do evento, comenta sobre a denúncia através da arte das problemáticas sociais divididas, refletindo sobre como a violência não está presente apenas no Brasil, mas também na Colômbia.
Victor Sarmiento reflete também a respeito do fator de acusação da arte. Para o músico, não há forma melhor de denunciar a violação dos direitos humanos se não pelas artes, como um meio de transformação social. “Por situações tão profundas e tão obscuras que está passando nosso país, em um momento como esse, é talvez um privilégio poder manifestar nossa voz desse modo, pois somos como uma pedra no sapato daqueles que não desejam que a mensagem seja transmitida.”
O Ciclo Internacional de Direitos Humanos terá continuidade por meio da mostra cinematográfica “Abya Yala - I Mostra Cinematográfica Direitos Humanos na América Latina e Caribe”, que ocorrerá no início do próximo ano, com exibições de curtas, debates e contará com a participação de cineastas, cineclubes populares e movimentos sociais do continente.
Confira o vídeo do evento:
Fonte: Secom UFG
Categorias: Arte e Cultura Fic