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Universidade Federal de Goiás
cidadão digital

Estudantes têm importante papel na promoção da democracia

Em 09/11/20 15:40. Atualizada em 23/12/20 12:54.

Programa discute a disseminação de informações falsas e como os jovens devem combatê-las

Amanda Birck

“Qual é a minha capacidade de avaliar minhas próprias reações emocionais diante de tanto tempo, conteúdo e conexão?” A pergunta feita por Rodrigo Nejm, diretor de educação da SaferNet Brasil, integrou a discussão da live de tema “Cidadão Digital - O papel da juventude no combate à desinformação e defesa da democracia” realizada no dia 3 de novembro. O diretor, ao comentar sobre a exposição constante da população jovem ao alto fluxo de informações da internet, alerta também sobre a necessidade de dosar a conexão, de forma que não haja a chamada “intoxicação” das relações e da saúde mental do usuário.

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Na última rodada de perguntas, os convidados responderam dúvidas do público no chat ao-vivo da discussão

Com Rodrigo, participaram também os convidados Guilherme Alves, jornalista e coordenador de engajamento da SaferNet, Luísa Castilho, embaixadora do programa Cidadão Digital, Diego Ramalho, subcontrolador do Estado de Goiás e Maria Júlia, ex-participante do Politizar 2019. A mediação foi feita por Júlia Andrade, do Politizar Goiânia, e o evento foi transmitido pelo canal oficial de YouTube da UFG e do Politizar. Por meio de uma rotação de perguntas, os participantes apresentaram vivências e reflexões acerca da temática da influência das notícias falsas e da responsabilidade dos jovens quanto à política atual.

Segundo o jornalista Guilherme Alves, houve um aumento alarmante da popularização do termo “fake news”, utilizado para se referir às notícias de grande veiculação e de pouca veracidade, algo que não é recomendado quando é preciso abordá-las. “Fake news é um termo um pouco reducionista para falarmos desse fenômeno (...) pois nem sempre estamos falando de notícias, e nem sempre estamos falando de conteúdos que são necessariamente falsos, pois podemos falar de conteúdos que são verdadeiros, mas colocados de forma descontextualizada.”

Para Diego Ramalho, a desinformação é um risco à democracia. O convidado comentou sobre como a confiança é um dos pilares da democracia, e o ambiente da falta de veracidade de informações gera a desconfiança. Ramalho refletiu também sobre como uma democracia forte só é possível quando vinda de um eleitor bem informado, ressaltando que a informação afeta a liberdade de escolha do cidadão. “A desinformação afeta nossos direitos. Quando falo sobre direitos, falo sobre direito à saúde, à educação e à moradia (...) quando alguém gera a desinformação, automaticamente, essa notícia tira o direito do cidadão de ter uma saúde de qualidade ou uma educação de qualidade”.

Em relação à responsabilidade dos jovens quanto ao protagonismo político e a manutenção da democracia, Ramalho apresenta o projeto “Estudantes de Atitude”, que consiste em incentivar a comunidade escolar quanto à promoção da cidadania, a participação social, a educação fiscal e a criação de valores éticos por meio de jogos e gincanas com bonificação. A ex-participante do Politizar, Maria Júlia, elogiou a iniciativa e falou sobre a mudança de pensamento de um estudante ao entender seu ambiente escolar. “Ser um cidadão digital e estar conectado com essas pessoas é importante para nutrirmos as poucas lideranças, esse protagonismo juvenil que temos e que muitas vezes é abafado por falta de incentivo”.

Cidadão Digital

O Cidadão Digital é um programa da SaferNet Brasil em parceria com o Facebook que visa promover a cidadania digital para adolescentes de 13 a 17 anos em território nacional, por meio de atividades e materiais. Com 14 embaixadores distribuídos pelo país, Luísa Castilho integra o time representando o estado de Goiás. Castilho explica sobre como a iniciativa é dividida em eixos temáticos, como segurança digital, prevenção e enfrentamento de violências online, relacionamentos saudáveis na rede e o auto-cuidado e a saúde emocional virtual.

Segundo Luísa, o projeto combate a desinformação por meio da educação e do despertar da consciência crítica dos adolescentes. “É preciso entender que nem tudo que vemos na internet é verdade. Por mais que seja uma notícia que nos salta aos olhos, precisamos ser críticos e duvidar do que lemos, principalmente agora, em um cenário político”. Atualmente, o Cidadão Digital já alcançou milhares de jovens, com mais de 200 atividades por 16 estados diferentes, atingindo professores, estudantes e pais envolvidos com a iniciativa.

Fonte: Secom UFG

Categorias: Humanidades FCS