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Universidade Federal de Goiás
arqueologia

Evento de Arqueologia discute pesquisa em tempos de crise

Em 20/11/20 18:25. Atualizada em 25/11/20 10:10.

Formato online permitiu maior aproximação da comunidade de arqueólogos

Bárbara Ferreira

"Ironicamente, se o Centro-Oeste conectou as demais regiões do Brasil, desconectou-se de alguns temas de pesquisa que nos parecem ser o que há de mais interessante na arqueologia brasileira", assim começou sua fala Diego Mendes, arqueólogo, vice-diretor do MA e membro da gestão atual pela chapa Colaboração e Resistência da SAB, ao falar sobre a preocupação escassa da região com a comunidade indígena, problemas ambientais e políticos, que segundo ele são mais investigados em outras regiões do Brasil. Ele participou da abertura do evento "Colaboração e resistência em tempos de crises e incertezas" realizado no dia 17 de novembro. O evento é a quinta reunião da Sociedade de Arqueologia Brasileira (SAB) - Regional Centro-Oeste, e o Congresso de Arqueologia do Centro-Oeste, em sua primeira edição e foi organizado em parceria entre a Comissão Organizadora da SAB e o Museu Antropológico da Universidade Federal de Goiás (MA/UFG).

Diego também enfatiza que existem pesquisadores com trabalhos importantes que não são difundidos. No primeiro momento, ele apresentou os membros da chapa Colaboração e Resistência, Sergia Meire da Silva, Zafenathy de Paiva, Luciano Pereira da Silva e Francisco Chico. Em conjunto eles destacaram os principais objetivos do evento para os pesquisadores em tempos de crise política, econômica e científica.

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Já Manuel Ferreira Filho, diretor do Museu Antropológico da UFG disse que a conexão do Museu Antropológico com a comunidade acadêmica se dá pela história do Museu, que inclui os quatro campos da antropologia, em especial, a arqueologia, dessa forma, nesses 40 anos de funcionamento, muitos cursos auxiliaram na formação de arqueólogos. Por fim, o coordenador do programa de arqueologia da Universidade Federal do Piauí e presidente da SAB. ngelo Alves, falou sobre a importância de manter a proximidade e a conexão entre os arqueólogos do país, lamentando a perda de parte desse contato devido a pandemia. Por outro lado, reconhece que o novo modelo virtual trouxe facilidades para os estudantes, como a redução de gastos com locomoção e estadia durante a participação em eventos, ou seja, permitindo maior adesão de alunos de uma maior diversidade de regiões. Assim, o presidente da SAB finalizou reforçando que essa é a intenção do evento: integração. O professor garante que a SAB não é inalcançável e que eles entendem e têm a intenção de facilitar a entrada dos estudantes.

Na mesma noite ocorreu a primeira Conferência do evento, com palestra intitulada "Arqueologia de Esperança" ministrada pelo professor Dr. Michael Heckenberger. O título foi inspirado por "Pedagogia da Esperança", de Paulo Freire, admitiu o professor alegando que em ambos os temas, o passado é importante para entender o presente e o futuro. Para ilustrar seu ponto, Heckenberger faz uso de fotografias e mapas da floresta Amazônica no passado, comparando com sua situação presente de conservação. Isso porque o professor já participou de uma viagem pela arqueologia da Amazônia Central, seguindo o que chama de "rastros" de sociedades e comunidades originais e em alguns casos surpreendentes, terras que não sofreram nenhum tipo de alteração ou vivência humana. Explica, também, como áreas consideradas menos biodiversas são, por vezes, muito diversas arqueologicamente.

Fonte: Secom UFG

Categorias: Humanidades MA FCS