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Universidade Federal de Goiás
Escola de Agronomia e Veterinária

História do Câmpus Samambaia: o início de um sonho que deu certo

Em 26/11/20 12:32. Atualizada em 26/11/20 12:39.

Instalada em uma antiga fazenda de 250 hectares, a Escola de Agronomia e Veterinária preparou o terreno para abrigar a cidade universitária

Luciana Santal

Em 14 de outubro de 1966, Humberto Castello Branco assinava a Lei nº 5.139, que criou a Escola de Agronomia e Veterinária (EAV) na Universidade Federal de Goiás (UFG). Mas esse ato assinado em Brasília pelo presidente não é o início dessa história. Data de 1945 a primeira tentativa de se ter uma escola voltada para atividades agropastoris, tão propícias num estado como Goiás e seus recursos hídricos, climáticos e tipográficos (cerrado). Joaquim Machado de Araújo, interventor federal em Goiás nesse período, elaborou estatuto, plano e programa para uma Escola Superior de Agricultura em Goiás, mas nenhum dos três saiu do papel. 

Escola de Agronomia e Veterinária

No mesmo ano, o Ministério da Agricultura recebeu do governo estadual a doação de uma área de 250 hectares: a Fazenda Samambaia. No local, havia sido construída a Escola Agrotécnica de Goiânia, com o objetivo de formar técnicos agrícolas de 2º grau. Por falta de recursos, a instituição deixou de funcionar. Mais de 15 anos depois, já em 1962, o reitor da UFG, Colemar Natal e Silva, ciente dessa situação, solicitou ao Ministério da Agricultura que transferisse a escola para a universidade. Em 24 de outubro, mesma data do aniversário de Goiânia, um decreto presidencial oficializou a transferência. 

Também em 1962, com o intuito de se pensar em duas escolas, uma de Agronomia e outra de Veterinária, foi criado um grupo de trabalho composto por agrônomos e veterinários. A ideia era utilizar as instalações da antiga Escola Agrotécnica de Goiânia para sediar os projetos. Os cursos foram autorizados a funcionar em 30 de janeiro de 1963, mas as escolas não. Os primeiros vestibulares não foram atrativos, pois as instalações eram precárias, faltava laboratórios e não havia professores e funcionários em número suficiente. Somava-se a isso a distância do centro da cidade: para chegar até lá, quando tinham sorte, os alunos subiam na carroceria de um caminhão; mas quando chovia, o atoleiro os obrigava a continuar o percurso a pé. 

Quem descreveu essa rotina para a Revista Afirmativa da UFG Nº 3 foi o aluno da 2ª turma da EAV e também ex-coordenador do curso de Agronomia, Ney Lima. Um colega seu, José Xavier de Almeida, Professor Emérito da UFG, conta que se deflagrou uma greve em 1964 para que houvesse um ônibus para transportar os alunos até a instituição. Nas palavras de José Xavier, o êxito da greve trouxe não só alegria, mas também condições de continuidade das atividades dos cursos. Foi só em 1966, como dito acima, que uma lei federal confirmou a criação não de duas escolas, como queria o grupo de trabalho, mas da Escola de Agronomia e Veterinária, formada pela incorporação dos dois cursos já existentes na UFG. 

Mas a unificação veio carregada de uma vontade de seguir com o projeto original, como afirmou o professor aposentado da Veterinária, Peter Fisher. Em 1981, membros da EAV, das instâncias superiores da UFG e o Conselho Federal de Educação aprovaram, por unanimidade, a criação das duas escolas. Contribuíram para essa decisão a melhoria na captação de recursos para as unidades e a necessidade de enquadrar os dois cursos em suas respectivas áreas de conhecimento: Agronomia – Ciências Exatas e Veterinária – Ciências Biológicas. Em 29 de dezembro, o Ministério da Educação legitimou a cisão.

Câmpus Samambaia – Enquanto a EAV seguia sozinha na antiga Fazenda Samambaia desde 1964, a UFG crescia na região do Setor Universitário, mas de forma dispersa, por vezes, improvisada, e em prédios inadequados. Uma comissão de arquitetos e engenheiros de Goiás avaliou, com base em projeções do crescimento da demanda de cursos superiores, que a UFG precisaria de mais espaço para crescer. Apesar de existir, no Plano Diretor da capital daquela época, a previsão de um setor universitário para as Universidades Católica e Federal, a região não oferecia condições para abrigar o câmpus. O principal encarregado do estudo e professor aposentado da Escola de Engenharia da UFG, Irineu Borges do Nascimento, explicou que as unidades da UFG que já funcionavam no local não se comunicavam entre si e, ao defender a criação do novo câmpus na Fazenda Samambaia, alegou que a obra iria garantir maior integração entre as escolas.

projeto arquitetônico década de 70
Projeto arquitetônico para o Câmpus Samambaia idealizado na década de 1970

 

Em visitas aos câmpus universitários de algumas cidades brasileiras, Irineu buscou inspiração para o seu projeto, que ficou muito próximo do que ele pode ver na Universidade de Brasília (UnB). As construções começaram em maio de 1971 e, no ano seguinte, já eram inauguradas as obras de estrutura dos sete primeiros blocos. Em 1973, as primeiras unidades foram instaladas no novo câmpus: o Instituto de Ciências Humanas e Letras (ICHL), pioneiro; Instituto de Matemática e Física (IMF); Instituto de Química e Geociências (IQG) e Instituto de Ciências Biológicas (ICB). Já a Reitoria, a Biblioteca e uma extensão do Restaurante Universitário foram para lá um pouco mais tarde, em 1977.

Confira matéria do Jornal UFG de 2009 produzida pela repórter Patrícia da Veiga sobre o Câmpus Samambaia.

Leia mais sobre a história do Câmpus Samambaia na Revista UFG Afirmativa nº 3

Fonte: Secom UFG

Categorias: UFG 60 anos destaque