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Universidade Federal de Goiás

Depoimento do ex-reitor Orlando Amaral (2014 - 2018)

Em 10/12/20 10:17. Atualizada em 10/12/20 10:17.

Depoimento concedido à jornalista Carolina Melo, para a matéria Novo prédio do HC: uma história de persistência

 

Eu acompanho a execução da obra do novo prédio do HC/UFG desde 2006, como membro da equipe do Professor Edward, nas duas gestões que se estenderam de 2006 a 2014, na condição de Pró-reitor de Administração e Finanças. Antes disso já tinha conhecimento da obra, uma vez que ela foi iniciada em 2002, na gestão da ex-reitora Profa. Milca Severino, com recursos de 2,5 Mi de reais, do Fundo Nacional da Saúde (FNS/MS). A primeira providência que adotamos, já como Pró-reitor, foi o agendamento de reuniões com membros do TCU, em Goiânia e em Brasília, e a equipe técnica do CEGEF (hoje Seinfra), para a superação de questionamentos técnicos do TCU, quanto ao projeto e à sua execução. Superada esta etapa, o professor Edward autorizou o empenho de recursos da ordem de 1,7 Mi de reais, do orçamento da UFG, para a retomada da obra e a conclusão da área de estacionamentos no subsolo do prédio.

Concluída esta etapa, restava a questão crucial de como obter os recursos, de várias dezenas de milhões de reais para dar continuidade e concluir a obra. Obviamente seria impossível fazer isto com recursos do orçamento da UFG. Foi aí então que fez toda diferença a ousadia e a determinação do professor Edward de colocar como meta a conclusão da obra e de correr atrás destes recursos. Com sua visão, persistência e capacidade de convencimento, iniciou um diálogo junto aos parlamentares goianos e conseguiu, nos anos de 2007 e 2008, a alocação de emendas parlamentares no valor de aproximadamente 17 Mi de reais. Com estes recursos, acrescidos de 1,5 Mi do orçamento da UFG, foi possível licitar e contratar a execução da obra até o oitavo pavimento. Infelizmente, por questões técnicas e legais, a UFG viu-se obrigada a romper o contrato com a empresa contratada para a realização desta etapa da obra, acarretando assim uma nova paralização.

A obra foi retomada em 2013, com a licitação de uma nova empresa para a execução do restante da estrutura, do nono ao vigésimo pavimento. Para fazer frente a esta contratação a UFG conseguiu, em 2012, mais uma emenda parlamentar, de aproximadamente 10,7 Mi de reais, e um apoio da EBSERH/REHUF em 2014, no valor de 21,6 Mi de reais.

Em 2016, já na nossa gestão como Reitor da UFG, fomos contemplados com a alocação de uma emenda parlamentar da bancada goiana no valor de 100 Mi de reais. A alocação de uma emenda parlamentar deste porte foi uma grande vitória que só não foi maior que a própria liberação dos recursos da emenda pelo Governo Federal. Aqueles que já trabalharam com emendas sabem que existem duas barreiras a serem superadas, a primeira é ser destinatário da emenda e outra, muito mais complicada, que é ter a emenda liberada. Com estes recursos foi possível complementar os recursos necessários para a conclusão dos serviços constantes na licitação do nono ao vigésimo pavimentos, a contratação de uma nova empresa para a retomada dos serviços até o oitavo pavimento, a contratação de ar condicionado, entre outros.

A construção do novo prédio do Hospital das Clínicas da UFG é resultado do trabalho, do empenho e da ousadia de muitas pessoas. Os reitores da UFG, Profa. Milka, Prof. Edward e eu próprio, cujas gestões coincidiram com a execução da obra, merecem naturalmente um destaque, pela coragem e persistência na execução desta que é a maior obra física da UFG em todos os tempos. Mas não tenho dúvidas em afirmar o personagem mais importante e decisivo para a realização desta grande obra foi, em seu conjunto e passando por várias legislaturas, a bancada de parlamentares goianos. Eles acreditaram na UFG, defenderam os nossos pleitos e entenderam a importância e o impacto desta obra para a população goiana.

Muitas outras pessoas tiveram um papel importante na execução desta obra. Toda a equipe do CEGEF, liderada pelo arquiteto Marco Antônio e pelo Engenheiro Paulo Sérgio, a atual direção do Hospital das Clínicas, sob o comando do Prof. José Garcia, as direções anteriores do HC, os profissionais médicos que participaram da definição de aspectos técnicos específicos da obra e, principalmente, todos os trabalhadores que efetivamente, com a mão na massa, transformaram o sonho desta obra em realidade.

A UFG está finalizando a construção daquele que será o maior hospital universitário do conjunto das universidades federais. São 20 pavimentos com um área construída total 45.000 m2. São 8 pavimentos de internação geral, com 60 leitos em cada um, 1 pavimento para maternidade de alto risco, 1 pavimento exclusivo para pacientes transplantados, 1 para UTI de pacientes adultos, 2 pavimentos para os centros cirúrgicos, além de uma UTI pediátrica e uma central de processamento e armazenamento de materiais cirúrgicos. Cada pavimento possui uma estrutura para acomodação de residentes e salas para aulas, palestras e discussões de casos. Com esta estrutura será possível fornecer um atendimento de mais qualidade e mais humanizado à população, sobretudo aquela mais carente e mais desassistida. Será possível também fornecer melhores condições para o desenvolvimento do ensino, da pesquisa e da extensão.

A inauguração deste Hospital será, sem dúvidas, um marco na saúde pública do Estado de Goiás. O acréscimo de 600 leitos SUS no sistema de saúde pública do Estado de Goiás é um alento para os milhares de pacientes que hoje aguardam por uma consulta, um exame, uma internação ou por uma cirurgia. Mesmo antes de sua inauguração, dada a situação de emergência motivada pela pandemia, 2 de seus 20 pavimentos já estão sendo utilizado para internação e tratamento de pacientes portadores do Corona Vírus, em parceria com a Secretaria de Saúde do Município de Goiânia.

Ter participado como pró-reitor e depois como reitor do difícil e complexo processo de construção do novo Hospital das Clínicas da UFG, ao lado de vários outros atores igualmente importantes, é motivo de muito orgulho e satisfação. A UFG, graças à aliança construída com a Sociedade, pôde concluir esta portentosa obra e pode agora avançar ainda mais em seu processo de inserção social. Em síntese, muita emoção e orgulho de ser UFG!

Fonte: Secom-UFG