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Universidade Federal de Goiás
Danilo Santana

Pesquisador desenvolve sistema de baixo custo para controle de refrigeração do HC

Em 11/02/21 15:48. Atualizada em 22/02/21 14:37.

Tecnologia é capaz de controlar e temperatura e umidade relativa de salas com equipamentos sensíveis à variação 

Talita Prudente

O complexo do Hospital das Clínicas de Goiás/EBSERH possui o total de 74 mil metros quadrados de edificações. A administração do hospital não é tarefa fácil e demanda soluções rápidas e inteligentes. Nesse contexto, o Chefe do Setor de Infraestrutura Física do HC, Danilo Augusto Santana de Souza, também pesquisador do Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção da Faculdade de Ciências e Tecnologia da UFG (FCT), elaborou uma plataforma de monitoramento online para facilitar o trabalho de manutenção em centrais de ar condicionado do hospital . 

Nomeado de HC-4.0, o sistema foi instalado primeiramente na sala do Tomógrafo I do HC-UFG/EBSERH, com intuito de controlar a temperatura e umidade relativa da sala. Danilo Santana explica que a automação do local previne a degradação do aparelho de tomografia computadorizada, equipamento de extrema necessidade no HC e que custa em torno de 1,5 a 2 milhões de reais. “Em situações de alta umidade relativa, o vapor d'água pode condensar sobre a placa eletrônica do equipamento gerando corrosão e possibilidade de curto-circuito. O HC-4.0 aplica ações de correção no ar ambiente sempre que o sistema tende a sair dos limites impostos por algum parâmetro de segurança, prolongando a vida útil do Tomógrafo”. 

O HC-4.0 é, basicamente, um microcontrolador conectado à internet, que também controla um quadro de comandos elétricos. A imagem acima mostra a tela do sistema, na qual é possível observar os limites para cada variável da plataforma (temperatura, umidade relativa…). Todas as áreas vermelhas, quando atingidas, geram um alerta via Telegram no celular dos colaboradores da equipe de manutenção.

refrigeração HC

 

Programação e Internet das Coisas

O sistema HC-4.0 é uma solução de automação e IoT (Internet das Coisas). Ele foi desenvolvido utilizando duas linguagens de programação: Arduino e PHP. O Arduino é responsável pelo controle do ar condicionado e por encaminhar os dados coletados para o banco de dados chamado MySQL. Esses dados são inseridos na plataforma através de um programa em PHP ( linguagem utilizada para interpretar os dados coletados).

O trabalho foi orientado pelo professor Diogo de Souza Rabelo e co-orientado pelo professor Fernando Nunes Belchior. Diogo Rabelo que a automação e IoT se complementam. “A tecnologia IoT é um  sistema de arquitetura aberta para interconectar objetos físicos, sugerindo que seja a internet. Ela funciona utilizando os mesmos elementos da automação industrial. O que muda é que os objetos que usamos, seja na fábrica, no hospital ou em casa, passam a ser originalmente criados e produzidos com capacidades de detectar falhas estruturais em tempo real (autoidentificação), de forma online”.

O professor conta que as expectativas de ganhos financeiros com a tecnologia do HC-4.0 são gigantescas, a ponto de a empresa americana Nest, fabricante de termostatos conectados à internet, ter sido comprada pela Google, por US$3,2 bilhões em 2014. 

Danilo Santana
Danilo Santana, pesquisador responsável pelo sistema

Ainda segundo Danilo Santana, o sistema para automação do HC ficou em torno de R$1.000,00, um custo-benefício maior se comparado à contratação de outras soluções  já existentes no mercado. Além do baixo valor de instalação, o pesquisador ressalta que o sistema é flexível. “ A plataforma foi  desenvolvida toda dentro de casa mesmo, com intuito de nos ajudar a melhorar nosso acompanhamento e controle da infraestrutura do HC. Porém, é algo comercializável e personalizável. Havendo uma central de ar condicionado conseguimos fazer adaptações para instalação em diferentes ambientes”.

O professor Diogo Rabelo destaca  que é vital e urgente que tanto líderes do governo, quanto da iniciativa privada, priorizem os investimentos nas novas tecnologias-chave, como foi o caso do projeto HC-4.0. “Países que não desenvolverem a capacidade de criação e aplicação das tecnologias do mundo físico relativas à Quarta Revolução Industrial certamente não terão um significativo papel político e econômico na nova economia mundial”. 

Fonte: PRPG UFG

Categorias: Tecnologia FCT HC