Augusto César e Rafaela Ferreira

A Universidade Federal de Goiás (UFG) realizou na terça-feira (6/4) a palestra "Soluções em tecnologias da informação e comunicação (TICs) para apoio à pesquisa", pelo canal do YouTube UFG Oficial. O palestrante convidado foi o professor do Instituto de Informática da UFG (INF/UFG), Hugo Nascimento. Em sua apresentação, Hugo Nascimento discutiu os recursos computacionais gratuitos para apoio à pesquisa científica, desde serviços on-line oferecidos pela UFG e por outras instituições, até o uso de programas de computador para tarefas como compartilhamento de arquivos, análise de dados e apresentação de trabalhos.

Apesar de muitas das ferramentas mostradas durante o evento serem gratuitas, diversas outras são programas licenciados pela Universidade que foram adquiridos com o propósito de auxiliar na vida acadêmica. O período de isolamento social, devido à pandemia da pandemia de covid-19, revelou cada vez mais a necessidade desses recursos. “Há alguns outros recursos que vocês possam ter começado a usar agora no momento da pandemia, exatamente pela necessidade do encontro remoto”, apontou o professor.

Ferramentas

Hugo explica que escolheu os recursos com base em critérios de finalidade, como comunicação, segurança e armazenamento de dados; gerenciamento de projetos; coleta, tratamento e análise de dados; pesquisa bibliográfica; escrita científica e apresentação do trabalho. Dentre os serviços ofertados pela UFG, estão os acervos físicos e digitais da Biblioteca Central, o Laboratório Multiusuário de Computação de Alto Desempenho (LaMCAD) e o Centro Integrado de Aprendizagem em Rede (Ciar/UFG), que oferece o Moodle Institucional.

“O Moodle é utilizado não apenas para aulas, mas também para acesso a conteúdos, tutoriais, pesquisas, apoio a eventos da Universidade”, explicou Hugo Nascimento. O professor também citou o sistema de coleta de dados Research Electronic Data Capture (RedCap), fornecido pela PRPI, e diversos recursos fornecidos pelo Centro de Recursos Computacionais, vinculado à Secretaria de Tecnologia e Informação da UFG (Cercomp/SeTI) - dentre eles, o GSuite e o Sistema Integrado de Gestão de Atividades Acadêmicas (Sigaa).

A utilização dos dados foi uma pauta importante apresentada pelo professor. Ele informou que, mesmo a plataforma sendo gratuita, de alguma forma as pessoas pagam por ela, e seria por meio  dos dados. Hugo ressaltou a importância de ler sobre o que se está aceitando, em determinada ferramenta. “Às vezes, você está utilizando um serviço que é gratuito entre aspas, porque você paga com seus dados. Eles são minerados e utilizados para outras finalidades. Então essa questão de controle de dados é muito séria e por essa 'gratuidade' a gente termina aceitando sem ler os termos”, relatou o docente.

Segurança

O pesquisador destacou a questão da segurança virtual e a importância de se manter a atenção à proteção de seus dados. “Muita gente não se preocupa com a senha, mas estamos numa época em que é muito fácil acessar sua informação. Basta um e-mail vulnerável dentro de um grupo, que tem acesso a uma pasta com vários recursos, para que alguém indevidamente tenha acesso a todo o material que está lá.”

O docente também aponta esse cuidado com um esforço coletivo, já que, uma vez que os dados pessoais são atacados, e a pessoa usa a mesma senha no trabalho, as instituições e empresas também ficam em risco. Desta forma, Hugo dá algumas dicas para esse controle, sendo a primeira a leitura da Cartilha de Segurança na Internet do Centro de Estudos, Respostas e Tratamento de Incidentes de Segurança no Brasil (Cert.br). 

Além disso, a troca de senhas em determinados períodos pode ser uma alternativa para garantir uma maior proteção. “Trocar as senhas com certa regularidade, a cada seis meses ou um ano, ou sempre que você identificar que houve uma vulnerabilidade no serviço”, disse o professor. Recursos de software livres, como o KeepassXC, e o uso do FireFox Monitor são alternativas gratuitas para guardar os diversos códigos criados e monitoramento de vazamento de dados.

Além dos recursos institucionais da UFG, Hugo também abordou serviços oferecidos pela Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP) e recursos ofertados pelas contas da Google, como o Drive, Docs e Keep, que podem ser utilizados de forma colaborativa para desenvolver um estudo ou pesquisa. 

O evento foi mais um encontro da série de lives realizadas pela Pró-Reitoria de Pesquisa e Inovação da UFG (PRPI) com apoio da Fundação de Desenvolvimento de Tecnópolis (Funtec), intitulado “Programa Diálogos em Pesquisa e Inovação”. O projeto tem como objetivo principal a difusão da cultura da pesquisa, ciência, tecnologia e inovação, além de uma capacitação técnica e educacional da comunidade acadêmica. A palestra contou com uma intérprete de Libras, garantindo assim uma maior acessibilidade para os diversos públicos. A apresentação está salva no YouTube UFG Oficial junto com a coletânea de vídeos do Programa de Diálogos em Pesquisa e Inovação da PRPI.