“Inserção da extensão no currículo muda a cara das universidades”
Professora Olgamir Amancia Ferreira, presidente do Forproex, participou de evento na UFG
Isabela Serra
A Universidade Federal de Goiás (UFG) realizou na semana passada (06/04) a live "A extensão e cultura nas universidades e o papel das revistas de extensão para sua promoção". Parte do projeto “Revista UFG é extensão e cultura”, o evento contou com a participação da presidenta do Fórum de Pró-Reitores de Extensão das Instituições Públicas de Educação Superior Brasileiras (Forproex) e decana de extensão da Unb, Olgamir Amancio Ferreira. Na avaliação da professora, a curricularização da extensão tem o potencial de gerar mais produções, socializações e novos espaços de extensão no espaço acadêmico.
Transmitido pelo canal da UFG no Youtube e com a mediação da professora da Faculdade de Educação e coordenadora do projeto, Daniela Lima, a live teve início com a professora e pró-reitora de Extensão e Cultura, Lucilene Maria de Sousa, apresentando a Revista UFG. “A nossa revista de extensão existe desde 1997, são 24 anos de revista. Ela é de circulação nacional e internacional e a missão, assim como as demais, é provocar reflexões que envolvam a extensão universitária, com a proposta de disseminação desse conhecimento, sempre articulando os processos de ensino e pesquisa”. Ainda segundo a pró-reitora de Extensão e Cultura, a Revista UFG é exclusivamente online e multidisciplinar. No periódico, que tem um fluxo contínuo de postagens, há publicações de artigos, resenhas, relatos de experiências e ensaios visuais.
Professora Lucilene Maria de Souza também fez referência às mudanças da revista ocorridas recentemente, como um design mais moderno e parcerias com centros de referências, a diversificação do conselho editorial científico e o grande avanço que foi a indexação da Revista UFG aos sumários das revistas brasileiras, no Google Scholar e outros. “Eu posso falar com muito orgulho do crescimento desse importante periódico científico pelo trabalho em equipe somado à experiência da professora Daniela”, disse.
Na sequência, o evento se direcionou às perguntas e respostas com a participação da professora Olgamir Amancia, que iniciou sua fala ressaltando sobre a importância do reconhecimento que as Universidades devem dar às revistas e que, apesar de existirem 61 periódicos deste tipo, ainda é pouco se comparado ao número de instituições. Olgamir ressaltou ainda a importância da comunicação para a extensão universitária. “O comunicar, o dialogar, é algo próprio da nossa natureza e a medida que a gente vai intensificando os processos de comunicação, a gente vai se humanizando. Para a extensão universitária, a comunicação é fundamental. Não estamos falando apenas da divulgação científica, mas da comunicação no sentido de colocar em movimento toda uma produção acadêmica, resultado de um trabalho para dentro e para fora da universidade”, explicou a professora.
Desafios da Extensão
A professora Lucilene indagou a presidente do Forproex sobre os critérios que colocam as revistas de extensão no mesmo âmbito do que as revistas de várias outras propostas, se esse seria o caminho certo para difundir a extensão.Como resposta, a professora Olgamir Amancia lembrou das características próprias da extensão, e que deve ser levada em conta a complexidade da extensão universitária. Segundo a professora, há a necessidade de fazer com que todos entendam a extensão universitária naquilo que ela, de fato é, em toda a sua complexidade. Ela define isso como um grande desafio, mas que, na prática, tem que haver uma adequação, para não ocorrer uma desestimulação por parte da comunidade acadêmica para com as extensões. “Temos que caminhar nessas duas raias ao mesmo tempo, a gente deve se incorporar aos valores e parâmetros que estão postos para as revistas, mas não nos engessarmos, ou enquadrarmos, ou tentarmos pegar a extensão e encaixotar naquele modelito, porque a extensão não cabe, porque ela tem muita riqueza no processo”, afirmou a professora.
Ao abrir para perguntas de fora, foi questionado se a curricularização da extensão iria fazer com que as produções aumentassem e consequentemente ajudariam no aumento também da comunicação das extensões em universidades que não possuem uma revista. Olgamir Amancia respondeu que a inserção da extensão no currículo muda radicalmente a cara das universidades. Quando isso acontecer, segundo a professora, a extensão fará parte da vida dos alunos e de muitos professores, que vão começar a entender efetivamente que o que está sendo produzido é para transformar a realidade. Além de obrigar mais produções, socializações e consequentemente fazer surgir mais espaços para esta produção. “Se o que nós fazemos é ciência, se o que nós fazemos é a formação acadêmica de qualidade, isso tem que estar no currículo e isso tem que ter registro. Sem dúvidas, fará com que se publique mais e as instituições que não têm revistas, vão ser obrigadas a ter e as que têm, terão uma demanda muito maior”, afirmou Olgamir.
Para encerrar, a professora Olgamir ressaltou a importância de se compreender que a educação de qualidade não se faz fora do espectro da extensão universitária. “O nosso desafio é garantir, de fato, que as pessoas conheçam a extensão universitária, porque ao conhecê-la, não tem como não abraçá-la e assumi-la como uma dimensão da formação acadêmica.”
Projeto
O projeto "Revista UFG é extensão e cultura" irá realizar, a cada três semanas nas terças-feiras, lives no canal oficial da UFG. Serão sempre no mesmo horário, às 16h e tem como objetivo trazer uma reflexão acerca da extensão universitária como produtora de conhecimento científico e da disseminação deste conteúdo através da publicação na Revista UFG. O próximo encontro será no dia 27 de abril. Vale lembrar que todas as lives ficam disponíveis para serem vistas a qualquer instante no canal do YouTube da UFG.
Fonte: Secom-UFG
Categorias: Institucional Proec