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Universidade Federal de Goiás
mulheres na computação

Projeto ADAs incentiva mulheres nos cursos de Informática

Em 19/04/21 14:17. Atualizada em 07/06/21 13:59.

Diversas estudantes já foram acolhidas pelo projeto que existe desde 2017

Kharen Stecca

Projeto Adas
Evento de acolhimento do Projeto Adas ocorrido antes da pandemia (Foto: Arquivo pessoal)

Preocupadas com a recepção e adaptação das meninas nos cursos de Exatas, um grupo de professoras do Instituto de Informática da Universidade Federal de Goiás (INF) criou em 2017 o Projeto de extensão ADAs com o intuito de proporcionar um ambiente mais acolhedor às alunas, no qual elas se sintam apoiadas e seguras em um local predominantemente masculino e promover o empoderamento feminino no âmbito das áreas da Computação. 

Segundo a coordenadora do projeto, Elisângela Silva Dias, desde a criação do projeto, 29 alunas participaram de maneira oficial, mas mais de 50 já passaram pelo projeto. “Antes da pandemia, fazíamos encontros de acolhimento das alunas, palestras, rodas de conversa e, anualmente, o Workshop ADAs”, explicou. Com a pandemia, porém, foi necessário pensar em maneiras remotas de continuar o projeto: “fizemos várias lives, alguns encontros virtuais e o Workshop ADAs do ano passado foi on-line.” 

Juliana
Juliana Resplande Sant´Anna Gomes é do oitavo período de Ciência da Computação

Juliana Resplande Sant´Anna Gomes é do oitavo período de Ciência da Computação e uma das beneficiadas pelo projeto: "O contato com o Projeto ADAs me possibilitou extrapolar a rotina da mecânica da faculdade. Organizar eventos, divulgar projetos e falar com outras mulheres engajadas me mostrou como somos além de meninas de computadores. Tive um contato mais íntimo com as professoras, que nos ajudaram tanto em momentos de dificuldades pessoais, na faculdade e até em problemas de programação para algumas amigas." 

Joyce Beatriz Ferreira da Costa Silva faz quarto período de Engenharia de Software e conta que a informática sempre foi algo que a encantou, mas mesmo assim teve dificuldades: ”Sempre achei muito interessante as possibilidades da TI, a parte lógica,  matemática e como todo aquele conjunto de passos do algoritmo está presente em todo lugar, no entanto, quando entrei para o curso, apesar de todo interesse, ainda não sabia programar, foi um processo difícil, mas uma fase de aprendizado. Ainda na época de caloura, lembro que estava aguardando o horário da aula, quando uma moça nos contou sobre o Projeto ADAs.” 

Joyce Beatriz
Joyce Beatriz Ferreira da Costa Silva faz quarto período
de Engenharia de Software

Para ela o projeto tem grande importância em sua trajetória, porque busca empoderar e mostrar representatividade: “Temos apoio das orientadoras que coordenam o projeto, atividades (eventos, workshops..) além disso, aprendemos sobre as mulheres na computação e suas várias contribuições. É fundamental ter o incentivo para que mais meninas/mulheres possam ingressar nessa área, que possam ver que o espaço da TI também é para elas, é para nós”, ressalta Joyce.

Adas Lovelace - O nome escolhido para o projeto não é por acaso: é uma homenagem à Ada Lovelace, considerada a primeira programadora da história, responsável pela criação do primeiro algoritmo a ser processado por uma máquina para o cálculo de funções matemáticas. Lembrar desses nomes é um dos objetivos do projeto, dando representatividade às mulheres num mercado ainda muito masculino. E como conta Joyce: “há mulheres incríveis que impactaram e impactam a área da ciência, tecnologia, matemática e engenharia. É importante ter esse espaço. Há muitos preconceitos de gênero, sendo que as mulheres têm suas habilidades e competências e não precisam provar isso a todo momento. Espero que um dia possamos ser 50% dos estudantes desses cursos.”

O projeto é parceiro do Programa Meninas Digitais da Sociedade Brasileira de Computação (SBC). Segundo a professora Elisângela Silva Dias, a intenção é trazer cada vez mais mulheres para o curso: “Estamos trabalhando em um projeto de mentoria em parceria com a empresa Soluti”, afirma a professora.

Talita
Talita Atahalpa é egressa do curso de Ciência da Computação

Talita Atahalpa é egressa do curso de Ciência da Computação e realizou uma pesquisa, como projeto final de curso, com meninas e mulheres do ensino médio que participaram do Espaço das Profissões, com questões curtas que avaliaram o grau de interesse dessas candidatas em ingressar em um dos cursos de computação da UFG. “Achei um grande sucesso coletar mais de cem formulários” ressalta Talita. 

A pesquisa também ouviu estudantes do INF: “pude conhecer um pouco mais das dores e como a mulher é percebida dentro dos cursos de computação da UFG, foram relatos tocantes mas acredito que só de expor ajudou muito a dar voz às mulheres e não só isso, uniu ainda mais as alunas. Publiquei dois artigos sobre o trabalho, um deles internacionalmente”, ressalta Talita.

Professoras envolvidas -  Além da professora Elisângela, que coordena o projeto, participam da iniciativa as professoras do INF, Cristiane Bastos Rocha Ferreira, Deborah Silva Alves Fernandes, Diane Castonguay, Luciana de Oliveira Berretta, Renata Dutra Braga e a TAE Raimunda Delfino dos Santos Aguiar.

Confira matéria da Rádio Universitária sobre o projeto.

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