e a Pavane pour une Infante Défunte de Maurice Ravel
O compositor francês Maurice Ravel (1875 – 1937) era um homem de temperamento acanhado que não frequentava eventos sociais, preferindo sempre dedicar-se ao seu trabalho musical. No ano de 1901 que começa a mostrar seu virtuosismo ao piano, com a composição “Jeux d`Eau”.
Foi nesse período que compôs uma de suas peças mais conhecidas, a Pavane pour une Infante Défunte, originalmente composta para piano no ano de 1899, quando Ravel ainda era aluno, do também compositor francês, Gabriel Faurè (1845 – 1929).
Segundo Ravel, Pavane pour une Infante Défunte, trata-se de exercício de composição que tinha como inspiração um quadro do pintor espanhol. Alguns estudiosos acreditam que essa obra de Ravel foi inspirada na imagem da princesa Margarida, filha do Rei Felipe IV, presente no quadro “As Meninas” de Diego Rodríguez Velásquez (1599 – 1660).
Ravel tinha uma predileção por tradições espanholas, e a “Pavana” é uma tradicional dança cortesã europeia, em movimentos lentos que obteve grande popularidade entre os séculos XVI e XVII
Essa predileção e entusiasmo nistágico pelos costumes e sensibilidades espanhóis, Ravel compartilhou com muitos de seus contemporâneos, como Debussy (1862 – 1918) e Albéniz (1860 – 1909), e, se evidencia em algumas de suas outras obras, como a “Rapsodie Espagnole” e o afamado “Bolero”
A “Pavane pour une Infante Défunte” foi dedicada à princesa Edmond de Polignac, Winnaretta Singer, filha do criador das máquinas de costura Singer.
Pavana para uma princesa morta, segundo relatos do próprio autor, não evoca nenhum momento histórico, nenhuma morte trágica, cujo título foi escolhido unicamente pela repetição consecutiva de sons consonantais idênticos ou parecidos na língua francesa.
“Não se surpreenda, esse título não tem nada a ver com a composição. Eu simplesmente gostei do som dessas palavras e eu as coloquei lá, c’est tout “.
A obra foi publicada pela primeira vez em 1900, atraindo pouca atenção. Até que o pianista espanhol Ricardo Viñes (1875 – 1943) a executou em 5 de abril de 1902, na sala Pleyel, durante um concerto da Société Nationale, tornando-a muito popular.
Orquestrada em 1910, a estreia aconteceu nos Concertos Hasselmans, no dia 25 de dezembro de 1911 regido por Alfredo Casella (1883 – 1947).
Ravel nasceu em 7 de março de 1875 na cidade de Ciboure na França ingressando no Conservatório de Paris apenas aos 14 anos de idade. Durante anos Ravel se preparou para concorrer ao evento que consagrava novos talentos, o Grande Prêmio de Música de Roma.
O francês, considerado um dos favoritos à conquista em 1900, sofreu sua maior decepção ao ser derrotado, fato que marcou a personalidade do compositor, tornando-o, desde então uma pessoa arredia. Com todo sucesso de Pavane pour une Infante Défunte, Ravel passou a considerá-la “pobre em forma”.
Ravel compôs obras primas, sendo um dos grandes compositores da história da música, no entanto o fim de sua vida não foi fácil, devido a lesões no cérebro, faleceu em Paris em 28 de dezembro de 1937.
Ouviremos “Pavane pour une infante défunte” de Maurice Ravel com a Filarmônica de Londres com a regência do Maestro Esa-Pekka Solonen (1958). Em tempos de pandemia, essa gravação foi realizada, com transmissão ao vivo, em 29 de outubro de 2020 em uma Live no Royal Festival Hall.
Observe que a “Pavane” é uma dança lenta. Ravel indicava que a obra fosse interpretada “extremamente lenta”.
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