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Universidade Federal de Goiás
Domos

UFG salvaguarda rochas que contam história da maior extinção do planeta

Em 14/07/21 12:36. Atualizada em 14/07/21 12:39.

Domo de Araguainha é a maior estrutura de impacto por meteorito da América do Sul

Em junho, professores e estudantes do curso de Geologia da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Federal de Goiás (FCT/UFG) realizaram uma salvaguarda de amostras de rochas que contam a história da maior extinção em massa já existente em nosso planeta. O local da busca fica na divisa entre Goiás e Mato Grosso e se trata da maior estrutura de impacto por meteorito da América do Sul, o Domo de Araguainha.

O Domo de Araguainha possui um diâmetro de 40 km, aproximadamente, 40% da cratera está sobre o estado de Goiás, sendo cortada pelo rio Araguaia, que divide os dois estados. O impacto do meteorito que formou o Domo de Araguainha aconteceu no período Triássico, há aproximadamente 245 milhões de anos e afetou a sequência sedimentar da Bacia do Paraná, bem como seu embasamento cristalino, deformando e formando novas rochas chamadas de “rochas de impacto”. 

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Rochas dobradas pelo impacto no Domo de Araguainha (Foto: Joana Sanchez)

 

As estruturas de impacto por meteorito estão diretamente associadas aos eventos de extinção em massa do planeta. A docente do curso de Geologia da FCT/UFG, Joana Sanchez, explica que pela idade do impacto, a estrutura do Domo de Araguainha está relacionada ao mesmo período da maior extinção que teve na Terra, o Permiano-Triássico. “Buscar essas rochas que só existem lá é de extrema importância para conservar e preservar essa história”, conta Sanchez.

Com as implosões para a construção de uma nova estrada que liga os municípios de Ponte Branca e Araguainha, ambas no Mato Grosso, os afloramentos de brechas - rochas formadas com o impacto do meteorito - ficaram expostos, o que permitiu o trabalho de campo para reconhecimento de rochas e buscas de amostras que irão para o Museu de Geologia da FCT/UFG. Algumas amostras também estão sendo doadas para estudos posteriores, como a Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) e aos museus de todo o mundo, como o IGME (Instituto Geológico e Mineiro de Espanha).

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Afloramento de brechas recém-aberto pela construção de uma nova estrada (Foto: Joana Sanchez)

 

O trabalho de campo realizado pela UFG com o objetivo de conservar os afloramentos que podem auxiliar na futura criação de um Geoparque: Astroblema de Araguainha/Ponte Branca, reconhecendo a importância de crateras de meteoritos para a educação, geoturismo e a pesquisa científica. Dentre os pontos propostos como geossítios, foram apresentados os diferentes tipos de brechas de impacto e os sítios de interesse paleontológico e arqueológico, além dos pontos relacionados à paisagem, com atrativos interessantes, como corredeiras ao longo do rio Araguaia, desenvolvidas em rochas sedimentares deformadas pelo impacto, cachoeiras e cavernas de arenito.

Fonte: Ascom FCT/UFG

Categorias: Ciências Naturais FCT