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Universidade Federal de Goiás
heitor

PANORAMA

Em 30/08/21 17:41. Atualizada em 30/08/21 17:42.

Ocidental Salvador dos Oprimidos

Heitor Duarte*

O infame dia do atentado as Torres Gêmeas foi um lamentável ocorrido, estopim de todos os problemas que a Guerra Fria causou no Oriente Médio. Desde o fim da Primeira Guerra Mundial várias sequelas marcaram a região, principalmente devido a influência inglesa na região da palestina e perseguição do partido alemão nazista contra os judeus, que buscaram se abrigar na já conturbada região.

Essa confusão deu lugar ao incidente terrorista que estigmatizou esse aspecto preconceituoso da mídia ocidental para com os povos do Oriente Médio como um todo. A chamada “Operação Agatha”, ocorrida em 1946, foi a expulsão a força dos árabes nativos da Palestina pela coalisão dos judeus, que sempre tiveram muito suporte financeiro, e ingleses, que lutavam para não perder o controle da região depois de serem fortemente enfraquecidos na guerra.

Depois que o estado de ganharem a guerra civil pela região, os judeus formaram o Estado de Israel, mas com isso formaram uma imagem distorcida do povo árabe. Assim com o passar dos anos, com a Guerra Fria sustentando o conflito nessa área conturbada juntamente a mídia ocidental defendendo os interesses dos EUA, gerando inúmeros estereótipos que levam a discriminação do diverso povo da região como um todo.

É muito fácil demonizar um povo para defender os interesses de uma potência, e foi exatamente isso que aconteceu e continua acontecendo ainda hoje. A queda do governo do Afeganistão para os rebeldes do Talibã foi consequência a longo prazo de uma política bruta de intervenção, sem fundamentos sólidos, resultante nessa grande comoção de inocentes sendo mortos ou se transformando em refugiados.

É de extrema importância que se acabe com esses clichês, que são formados e sustentados pela mídia ocidental. Com esse pontapé inicial é possível alcançar mais visibilidade para a causa, principalmente dos refugiados, que ainda sofrem constantemente essa discriminação e xenofobia. É difícil quebrar quase um século de estigmas, mas é uma dificuldade que precisa ser superada para que se possa enxergar os outros com mais alteridade e respeito, dando visibilidade às suas reclamações e entendendo que, mais importante que ser o “ocidental salvador dos oprimidos” é apoiá-los para que eles mesmo se mobilizem e defendam seus interesses.

Heitor Duarte é  aluno do curso de Jornalismo da Faculdade de Comunicação e Informação da Universidade Federal de Goiás e estagiário da Cátedra Sérgio Vieira de Mello

O Jornal UFG não endossa as opiniões dos artigos e colunas, de inteira responsabilidade de seus autores.

Fonte: Secom UFG

Categorias: colunistas