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Universidade Federal de Goiás
educação ou barbárie

Educação e barbárie foram discutidas em conferência

Em 03/09/21 17:33. Atualizada em 06/09/21 08:58.

O evento apresentou como a educação está sendo conduzida no contexto de pandemia

Janyelle da Mata

O momento delicado que o sistema educacional do Brasil enfrenta durante a pandemia da Covid-19 foi tema da conferência de abertura do III Encontro de Licenciaturas e Educação Básica (ELEB). Com o tema “Educação ou Barbárie? As relações entre educação e sociedade contemporânea”, o debate foi mediado pela professora Mirza Seabra Toschi da Universidade Federal de Goiás (UFG) e Universidade Estadual de Goiás (UEG), e teve a participação do Bernard Charlot, professor-visitante da Universidade Federal de Sergipe (UFS). O evento é uma realização da Pró-reitoria de graduação (Prograd) da UFG e foi transmitido pelo canal do Youtube UFG Oficial

A fala do professor Charlot se inicia com três pontos de partida principais. O primeiro é a negligência da figura do ser humano nos discursos sobre educação e que a prioridade é o estudo visando um emprego na fase adulta e critica a competição generalizada dentro dos ambientes educacionais, carregados de provas e notas. O segundo ponto é a inexistência da pedagogia contemporânea e expõe três desafios que a sociedade atual enfrenta, que são o técnico, o ecológico e o da barbárie (termo usado para práticas cruéis e desumanas).

E o terceiro ponto abordado é a barbárie, ele afirma que ela é contagiosa e aponta práticas bárbaras que estão ressurgindo, nacionalismo agressivo e fundamentalismo religioso agressivo, são exemplos. Ele nomeia também novas atitudes relacionadas a barbárie e a internet, como o assédio e as fake news e afirma que a única forma de combater esses atos é a educação. 

Ele também fala sobre a desvalorização de matérias como educação física e ecologia, e temas como o suicídio e anti discriminação para a supervalorição de matérias como línguas, exatas, estudos que levam ao mercado de trabalho e fortalecem o sistema capitalista. Ele critica a neurociência pela busca incansável da otimização do cérebro para memória e estudos, o professor afirma ser uma ciência interessante, entretanto abusiva.  

O professor Charlot aborda as tecnologias e expõe os pontos positivos, mas ao mesmo tempo, desaprova o método remoto, adotado após a pandemia da Covid-19, e explica que existem alunos que não conseguem acesso ao mundo virtual e que apesar de auxiliar a vida acadêmica, as tecnologias não solucionam a desigualdade social que existe no Brasil. E salienta que a internet não é base para uma pedagogia contemporânea (forma de ensino que respeita a individualidade e o espaço do aluno).

Futuro da aventura humana  

O professor Bernard Charlot esclarece caminhos que a humanidade pode seguir para a reparação dos danos ecológicos que a Terra enfrenta. Ele usa como exemplo o ativismo de Greta Thunberg, que para mobilizar sua comunidade sobre a preservação do meio-ambiente ela desistiu da escola e ele coloca pontua isso como uma forma de mostrar que o problema não pode ser solucionado no modelo educacional que grande parte das instituições de ensino seguem.  

O professor afirma que é necessária a mudança no olhar para com o ser humano e lembrar que, além de tudo, o homem é uma espécie e também um indivíduo. Ele retoma o pensamento anterior da concorrência e que a troca deve ser feita pela solidariedade. E ele aponta os caminhos para essa mudança e um deles é a troca do método pedagógico quando um estudante não compreende o que foi ensinado e não a repetição/recuperação como acontece no ensino convencional. Por fim, o professor Charlot e a professora Toschi debateram os caminhos a se seguir a partir do ponto que a educação brasileira se encontra.

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Categorias: Humanidades FE