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Universidade Federal de Goiás
Ar

Você conhece a qualidade do ar que respira?

Em 09/09/21 10:08. Atualizada em 09/09/21 10:35.

Questão lançada pelo Instituto de Química (IQ) em evento debateu sobre os componentes atmosféricos e a qualidade do ar

Cinthia Emidio

“Você conhece o ar que respira?”. A pergunta foi lançada como tema do webinário que ocorreu na última segunda-feira (6/9). O evento discutiu sobre os principais poluentes atmosféricos, gases que compõem a atmosfera e potenciais estratégias para seu monitoramento.  Organizado pelo Instituto de Química (IQ) da Universidade Federal de Goiás (UFG), o encontro recebeu o  professor da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), João Petruci, e contou com a apresentação da professora do IQ, Vanessa Pasqualotto. 

Convidados

O professor Petruci lembrou que a Terra é um sistema vivo que se autorregula. Nesse sentido, mesmo que muitos compostos que compõem a atmosfera terrestre estejam em equilíbrio, existem reações químicas que continuam a ocorrer, mas que há um balanço. Segundo ele, alterações nos ciclos biogeoquímicos podem acarretar danos, por exemplo, no Ciclo do Nitrogênio. Uma mudança que resulte no excesso de nitrato na água consumida pode gerar intoxicação por crianças e adultos sensíveis ao nitrato.

João Petruci discorreu sobre os processos de emissão e deposição atmosféricos, ou seja, “o que vai para a atmosfera e o que é retirado da atmosfera”. O dióxido de carbono (CO2) foi utilizado para explicar os fenômenos supracitados. O CO2 é emitido através da combustão e da respiração, ao passo que é retirado da atmosfera através da fotossíntese e dos oceanos que, por conta da solubilidade do dióxido de carbono em água, possibilitam a formação de carbonato. 

Ainda sobre o dióxido de carbono, o professor João Petruci destacou a participação da Amazônia e de sua vegetação na regulação do ar. Conforme disse, as características das árvores, altas e a robustez de suas folhas, têm um papel importante na remoção do CO2. Entretanto, como apresentado durante a palestra, por meio de um artigo de 2021 da revista Nature, a Amazônia passou de retirante do dióxido de carbono para emissor. 

“A poluição do ar é um assassino silencioso”, alertou o professor Petruci. Segundo um dado apresentado pelo professor a partir de uma pesquisa realizada pela Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca 8 milhões de mortes prematuras ocorrem a cada ano no mundo causadas por efeitos relacionados à poluição. Como explicou o professor, entre as doenças estão: derrame, asma e bronquite.

Segundo o professor João Petruci, cerca de 91% da população mundial vive em locais que excedem a concentração máxima de poluentes na atmosfera terrestre estabelecida pela OMS. No Brasil, esses limites são definidos pelo Programa Nacional de Controle de Qualidade do Ar. Entretanto, segundo Petruci, “apenas 8 estados possuem pelo menos uma estação de controle de qualidade do ar”. Assim, com apenas 1,6% das cidades medindo a concentração dos poluentes atmosféricos no ar, a maioria das cidades e, consequentemente sua população, permanecem sem conhecimento da composição do ar que respiram.

Cinthia Emidio é estagiária de Jornalismo sob supervisão de Carolina Melo e orientação de Silvana Coleta

 

Fonte: Secom-UFG

Categorias: Ciências Naturais IQ