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Universidade Federal de Goiás
40+

UFG homenageia servidores com mais de 40 anos de trabalho na Universidade

Em 27/10/21 16:43. Atualizada em 28/10/21 13:53.

Conheça algumas histórias de servidores que contribuíram e ainda contribuem para a construção da universidade

Kharen Stecca

 

O que leva um servidor a trabalhar por mais de 40 anos em um mesmo local? Só na Universidade Federal de Goiás 140 servidores, entre técnico-administrativos e professores já ultrapassaram esse tempo de serviço. Tendo a possibilidade de se aposentar, ainda assim preferiram continuar na profissão. Como forma de reconhecimento desses anos de dedicação à instituição, a UFG realizou no dia 27 de outubro, véspera do dia do servidor público, uma homenagem a esses servidores que dedicaram e continuam se dedicando à instituição.

 

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Os eventos presenciais na UFG estão sendo realizados seguindo todos os protocolos de distanciamento, visando a segurança das equipes de trabalho e convidados (Fotos do evento: Carlos Siqueira)

 

Durante o evento em que os homenageados receberam um certificado, um crachá especial valorizando os mais de 40 anos na instituição e ainda uma medalha que será entregue aos servidores, o reitor da UFG, Edward Madureira lembrou que essas pessoas participaram de várias etapas da construção da universidade e que elas dão continuidade a essa instituição. Ele ressaltou que o evento ocorre na véspera do Dia do Servidor Público para lembrar da importância deles para a universidade e para a sociedade: "O país sem o servidor público jamais será o país que desejamos". Na oportunidade agradeceu também sua equipe que passou por toda sorte de dificuldades e ataques, além da pandemia que exigiu uma reinvenção de todo o trabalho. "Um novo horizonte se descortina e logo voltaremos a ter nossas atividades novamente. A UFG tem sido prudente em todo esse processo e continuará sendo", ressaltou.

 

Julio Lemos
Júlio Lemos abriu a cerimônia com apresentação que mostrou um repertório eclético de Carmina Burana (Carl Off) no violão até Brasileirinho de Waldir Azevedo, marcando a volta dos eventos e apresentações presenciais na UFG

 

O reitor também destacou o privilégio de ser servidor na UFG: "É muito bom acordar e vir para um lugar tão maravilhoso quanto à UFG. Aqui há contato com os jovens, com a esperança, com a ciência e com tudo o que há em uma universidade. Universidades são as instituições mais inovadoras do mundo", afirmou. Ele também lembrou com destaque dos servidores do Hospital das Clínicas da UFG e lembrou que a tragédia da pandemia da Covid-19 teria sido muito maior não fosse os trabalhadores do Sistema Único de Saúde (SUS). Para finalizar convocou a todos os servidores a continuar firmes em suas caminhadas: "Só precisamos fazer o que fizemos até hoje, continuarmos a trabalhar de forma desprendida e dedicada". Aos homenageados lembrou: "Pretendo seguir o caminho de vocês".

 

Elson Ferreira
Elson Ferreira já foi pró-reitor de assuntos da comunidade universitária e passou por diversas áreas de trabalho na UFG

 

A servidora Fátima dos Reis, uma das homenageadas lembrou que já passamos por períodos dificílimos na universidade, mas também com muitas conquistas. "A universidade é um local de democracia e onde o ensino impera. A dialética funciona na universidade. Eu sou servidora, mas aprendo todos os dias. Aqui nos tratamos de igual para igual e isso não é comum em todas as instituições. No entanto, isso é uma construção coletiva". Ela também ressaltou que cabe aos mais antigos convencer ao mais novos de que a luta vale a pena. O professor da Faculdade de Odontologia, Célio Umberto de Araújo, lembrou que a UFG tem sobrevivido em um ambiente desfavorável, mas a dedicação dos servidores constrói esse lugar. E afirmou que é preciso trabalhar sempre, desistir nunca. A vice-reitora Sandramara Matias Chaves agradeceu o reitor pela iniciativa da homenagem e a todos os homenageados pelo trabalho realizado. Também participaram do evento toda a equipe de pró-reitores, além de diversos gestores das unidades e órgãos e os representantes do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado de Goiás (SintIfesgo) e do Sindicato dos Docentes da UFG (Adufg).

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Fátima dos Reis, conhecida de toda a comunidade pela participação como representante do SintIfesgo, foi uma das servidoras que falou em nome dos homenageados 

 

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A Vice-reitora da UFG, Sandramara Matias Chaves encerrou a cerimônia agradecendo a todos os homenageados pelo trabalho na UFG

 

O Jornal UFG conversou com alguns dos homenageados para conhecer como foi chegar aos 40 anos de trabalho na universidade. O que os motiva? Como é trabalhar na UFG? Porque aposentar não é ainda intenção? Conheça algumas histórias dessas pessoas que construíram o passado e ainda continuam construindo o futuro da universidade. 

 

“Não vi o tempo passar”

 

Lee Chen Chen

As motivações são inúmeras, mas ao conversar com alguns deles é claro que permanece uma relação simbiótica com a universidade. A professora Lee Chen Chen do Instituto de Ciências Biológicas é uma dessas servidoras: “Amo a UFG. Foi meu primeiro e único emprego. Ele me fascina pois tenho a oportunidade de interação com os jovens, os desafios da pesquisa. A UFG é como parte da minha família. Fico mais na UFG do que na minha casa”, conta a professora. Questionada sobre como se sente após tantos anos na instituição, ela é enfática: “Eu não vi o tempo passar. Não me cansei ainda. Eu trabalho com alegria. Hoje ainda tenho vários alunos do mestrado e doutorado.  Se um dia cansar, eu paro, mas não tenho essa intenção no momento”. Entre as boas lembranças que guarda desses anos de dedicação está o reconhecimento e amizade de diversos estudantes que foram seus alunos e que hoje vários desses estão fora do país, ou mesmo atuando como professores na própria UFG. 

A professora atua na UFG desde 1978. Ela é nascida na China e é brasileira naturalizada e está no Brasil desde os 13 anos de idade, veio a Goiânia para conhecer a UFG a convite do professor Dr.  José Valter Cotegipe Pelico que já atuava no Instituto de Física da UFG e na época estava lecionando uma disciplina no curso Mestrado em Biociências Nucleares na UERJ onde Lee era aluna. O prof. Pélico atuava em pesquisas com Radiobiologia e tinha uma cooperação com o professor Dr. Alberto José Centeno que é fundador do Instituto de Ciências Biológicas (ICB) da UFG.  Assim a professora acabou ficando no laboratório coordenado pelo prof. Centeno que é lotado no ICB. Na época não tinha ainda muitas pessoas fazendo pesquisa nem havia Programa de pós-graduação no ICB.  Assim, ela passou vários anos pesquisando com efeitos da radiação UV em células bacterianas e posteriormente assumiu a coordenação do laboratório trabalhando com várias outras linhas de pesquisa, especialmente os Efeitos  Genotóxicos e Antigenotóxicos de Plantas Medicinais Utilizadas pela População .  Entre os momentos que ela guarda com carinho, ela destaca a defesa de seu Memorial como professora titular em 2016, após tantos anos na UFG: “A sensação foi de que tudo que fiz, compensou”. 

 

“Era meu sonho trabalhar naquele hospital”

 

 

divina HC

Divina de Oliveira Marques, atualmente Chefe do Setor de Vigilância e Saúde e Segurança do Paciente do Hospital das Clínicas da UFG, não chegou na UFG por acaso. Ela é servidora efetiva do HC desde 1980. “Sempre tive vontade de trabalhar lá. Minha mãe era servidora do HC e desde criança ela nos levava lá. Era meu sonho trabalhar naquele hospital”, conta.

Ela trabalhou como bolsista em 1978 e depois com um contrato especial em 1979 e só depois passou a ser servidora efetiva na UFG como laboratorista. Ela então passou por um processo de ascensão funcional para técnica de laboratório, cargo que ocupou por 10 anos. Nesse período ela se graduou em Enfermagem, fez novo concurso e foi efetivada no cargo. Ela fez também Mestrado e Doutorado na UFG. “O HC me ensinou muito. Aprendi muito lidando com vidas, com o sofrimento das pessoas. O HC foi um sonho e consegui trabalhar onde sempre sonhei e, por isso, sou a pessoa que sou hoje.” 

“Quando chegar o momento da despedida, será muito doloroso. Esse lugar faz parte da minha vida e só tenho agradecimentos. Às vezes olho as rampas do hospital e enxergo a menina cheia de sonhos, andando naqueles corredores. Hoje me vejo doutora, me sinto respeitada. É toda uma história. Hoje sou eu que falo com crianças e conto a minha história. Fico feliz de inspirar outras pessoa”, explica Divina.

Divina também participou do sonho de construção do novo hospital. Ela que está há 30 anos como parte da Direção do HC-UFG, sonhou junto aquele hospital. “Sou da pedra fundamental. Passei por vários momentos em que nos perguntamos se realizaríamos aquele sonho. Vi aquele buraco da fundação encher de água várias vezes e nos perguntávamos se sairíamos daquela fase. Vi várias pessoas que sonharam com o novo prédio e não puderam ver esse hospital funcionando. Eu pude trabalhar no novo prédio e me sinto muito feliz por isso”, afirma a servidora.

 

“A UFG se integra totalmente a minha vida”

 

Márcia FAV

Marcia Veiga Bretones Garibaldi é atualmente Administradora e Coordenadora Administrativa da Faculdade de Artes Visuais da UFG. Ela ingressou em 1977 aprovada em concurso público realizado pelo então Departamento Administrativo do Serviço Público em um cargo administrativo. Ela foi designada para a UFG desde o início: “Fiquei muito feliz ao ser designada para a UFG, pois é uma instituição muito respeitada e que leva conhecimento e crescimento às pessoas.” Ela trabalhou por um curto período no Instituto de Matemática e Física e, em seguida, no Gabinete da Reitoria, onde foi secretária do Reitor José Cruciano de Araújo, que ela guarda boas lembranças: “Pessoa maravilhosa e excelente gestor”, conta. E então trabalhou no Instituto de Artes, até a separação que criou a Faculdade de Artes Visuais (FAV) e Escola de Música e Artes Cênicas (EMAC), estando até hoje na FAV.

“A UFG se integra totalmente à minha vida, é parte dela, pois aqui eu trabalho com muito amor, muita dedicação, procurando dar sempre o melhor de mim em tudo o que faço.

Continuo trabalhando porque ainda tenho muita vontade de colaborar com a administração da FAV,  colaborar com o crescimento da Unidade e pelo prazer de conviver com as pessoas que ali trabalham, tanto os docentes quanto os servidores. Com o passar do tempo, passamos a desenvolver uma relação de afeto, amizade e confiança com todos, tanto da FAV quanto colegas que trabalham na administração da Universidade, deixando o trabalho mais leve, mais prazeroso. Então não me dá vontade de optar pela aposentadoria”, relata Marcia. 

Ela conta diversas histórias de seus anos na UFG: “ser servidora da UFG já me trouxe muitas histórias, muitas alegrias como a de vivenciar a mudança da FAV para seu prédio novo, uma conquista maravilhosa; participar de uma pós-graduação criada só para servidores, na Faculdade de Educação; de participar de Congressos em Universidades Federais de outros estados; e de promover muitas festinhas de aniversário na FAV, para os colegas queridos. Eu amo fazer parte desta Universidade!”

 

“Posso te garantir que foi uma sorte maravilhosa”

Ilma

Ilma Ribeiro de Oliveira é hoje Secretária Administrativa no Centro de Seleção da UFG e entrou na universidade em 1981, como assistente em administração, assim como Márcia. “Nunca me imaginei trabalhando numa universidade, posso te garantir que foi uma sorte maravilhosa”, conta. E sendo sorte, ela não deixou de aproveitar as oportunidades que trabalhar na UFG lhe trouxeram: “A UFG se integra na minha vida me dando oportunidades de outros conhecimentos, novas atuações, novos convívios em diversos níveis”, explica. Ela pretende continuar trabalhando ainda por um bom tempo: “Gosto muito do trabalho, não sinto nenhum transtorno por isso e me sinto muito feliz onde estou”, afirma.

 

Veja a lista com todos os homenageados do evento

 

Confira as fotos do evento no dia 27 de outubro

 

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Ao todo 140 homenageados receberam o certificado e um crachá especial

Fonte: Secom UFG

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