
FCS promove conversa sobre educação universitária para idosos
Temas como o envelhecimento ativo e o desenvolvimento pessoal independente da faixa etária foram abordados
Pedro Ribeiro*
“A idade cronológica é um fato, mas envelhecer é uma opção”, afirmou a convidada Maria Tomé dos Reis, de 64 anos, no evento “Envelhecimento ativo e educação universitária 60+”. Promovido pela Faculdade de Ciências Sociais (FCS), a live foi um encontro para promover as vozes de estudantes 60+ do projeto de extensão Letramento Digital 60+ da UFG e da Universidade Aberta à Terceira Idade-UNATI/PUC Goiás.
Segundo a Biblioteca Virtual em Saúde do Ministério da Saúde, o envelhecimento ativo consiste em uma potencialização das oportunidades de saúde, segurança e de qualidade de vida, na medida em que os indivíduos envelhecem. Esse conceito fomenta a participação efetiva em questões sociais, culturais, espirituais e não somente as atividades que envolvem o vigor físico.
De acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde de 2019, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a depressão afeta 13% da população entre 60 e 64 anos. As palestrantes do evento destacaram que existem questões culturais que envolvem os idosos, que favorecem a doença nessa faixa etária. Situações de solidão e o sentimento de abandono e até a falta de políticas públicas para atender e acolher essas pessoas são fatores que corroboram para elevar o índice.
Projetos de extensão como Letramento Digital 60+ e o UNATI podem ser ferramentas para melhorar a qualidade de vida desta população. Além de favorecerem a inclusão, os projetos também possibilitam trocas, vivências e conversas que ajudam, em muitos casos, a ressignificar e valorizar. A assistente social, Maria Angélica Mendes, de 71 anos, especialista em Gerontologia pela Faculdade Baiana de Medicina, aponta que é necessário uma ampliação de projetos como o da UNATI, que sejam acessíveis a todas as pessoas idosas sem limitações. “Espero que os velhos e velhas possam acessar todos esses equipamentos para ter uma vida plena, saudável e longeva.”

Durante a sua fala, Maria Angélica também reforçou a importância do conhecimento do Estatuto do Idoso para que as pessoas dessa faixa etária não fiquem submissas. O acesso ao estatuto permite ter conhecimento acerca do processo educacional das pessoas idosas, possibilitando o desenvolvimento pessoal independente da idade.
Também no que se refere à busca pelo conhecimento, a convidada Liliane Rodrigues, 64 anos, deu o seu exemplo ao contar um pouco sobre sua trajetória. Formada em Publicidade e Propaganda, a convidada iniciou mais uma graduação, agora no Jornalismo. Segundo a estudante, era um sonho que guardava consigo.
Liliane se descreve como ativista da velhice como potência de vida, e falou como enxergar o envelhecimento. “Envelhecer é um processo. O envelhecimento começa desde o momento em que nascemos e, ao mesmo tempo, a independência e a autonomia vão mudando ao longo que crescemos e envelhecemos.” afirmou a futura jornalista.
Diferentes perspectivas e histórias de vida, enriqueceram o debate que salientou a importância de trazer um olhar mais digno para pessoas de 60+. As convidadas presentes no encontro, encorajam a vitalidade e a vontade de continuar seguindo, ainda que a falta de políticas públicas e o preconceito institucional estejam presentes no cotidiano dos idosos.
Pedro Ribeiro é estagiário de Jornalismo sob supervisão de Carolina Melo e orientação de Silvana Coleta
Fonte: Secom UFG
Categorias: Humanidades FCS