INTERNET EDUCA
Falta de tempo? FAÇA VIDEOAULA
Fernanda Cunha*
O Tempo
A vida é o dever que nós trouxemos para fazer em casa.
Quando se vê, já são seis horas!
Quando se vê, já é sexta-feira!
Quando se vê, já é natal…
Quando se vê, já terminou o ano…
Quando se vê perdemos o amor da nossa vida.
Quando se vê passaram 50 anos!
Agora é tarde demais para ser reprovado…
Se me fosse dado um dia, outra oportunidade, eu nem olhava o relógio.
Seguiria sempre em frente e iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas…
Seguraria o amor que está a minha frente e diria que eu o amo…
E tem mais: não deixe de fazer algo de que gosta devido à falta de tempo.
Não deixe de ter pessoas ao seu lado por puro medo de ser feliz.
A única falta que terá será a desse tempo que, infelizmente, nunca mais voltará.
Mário Quintana (1906 — 1994)
... Como seguir em frente e ir jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas? Este desafio nos é posto a cada instante ironicamente pelo tempo.
Enquanto a resposta não vem, cada vez mais, parece que as horas do relógio estão ficando menores, tornando cada vez mais comum as pessoas estarem brigando com as cascas douradas das horas, olhando a cada instante as horas, precisando de mais um dia, de mais uma oportunidade, sempre de olho no relógio...
Mas não adianta, a hora passa mesmo e igualmente para tod@s. Então, o que fazer?
Adoecer é que não podemos, nem ficar dando murro em ponta de faca, porque não vai adiantar... a hora continua no ritmo universal do tempo, passando, pulsando o pulso de nossas vidas...
Pelo pulso que pulsa vida, Mário Quintana expressa o valor da vida, de um tempo que não volta, mas que também pode não ser desperdiçado pela estética de nossas ações, que pode dar a modelagem à vida vívida, vivida.
A arte de Mário Quintana coloca diante do tempo da poesia, reflexão como dimensionamos o tempo em nossas vidas, em nosso cotidiano.
Ao parafrasear o tempo do relógio do poeta, ao imergir na performance pedagógica de muitas professoras e professores, que sobrecarregados, e por isto muitos adoecidos, permanecem na dura jornada de não terem tempo para [re]criar ações que podem, em seu tempo, colaborar para tempos mais leves, ainda que já se tenham passado 50 anos ou mais – ou menos, mesmo sendo agora tarde demais para ser reprovado, que “não deixe de ter pessoas ao seu lado por puro medo de ser feliz”, porque – em tempo - e podendo fazer o que gosta.
A práxis educativa é ação vinculada ao prazer de se lecionar, de se estar ali com alunas e alunos, mas quando a exaustão toma, a poesia se perde.
Como aliviar e poder trazer o tempo em sua plenitude de cascas douradas podendo com estas ludicizar a vida? Certamente muitas possibilidades inventivas poderão colaborar [re]significativamente para esta mudança de paradigma. Enalteço o quanto as videoaulas podem ajudar professoras e professores, em que estes não precisarão mais repetir tantas vezes, por tantas razões, dia após dia, semana após semana, mês após mês, ano após ano, a mesma fala, que de tantas vezes a mesma coisa ser repetida, pode acabar por enveredar ao mecanicismo, cujo mecanicismo pode romper a percepção crítica dada a exaustão instaurada neste processo...
Apenas uma videoaula já libertaria este educador, esta educadora deste ciclo complexo, exaustivo e que toma o seu tempo.
Mas, se tempo não se tem, então como arrumar tempo para a produção de videoaula?
Por exemplo, se gravar uma aula – seja no presencial ou pela internet, que está sendo ministrada ao vivo, ao término desta aula, imediatamente já se terá uma videoaula, podendo esta gravação ser utilizada para outras aulas. Com a utilização desta videoaula, a professora, o professor terão mais tempo para realizar outros afazeres. Neste contexto, imagine ir gravando as suas aulas ao vivo paulatinamente.
Que Mário Quintana evoque a reflexão do tempo em cada uma das professoras e professores, que a poesia toque o seu valor, cujo valor que em mim exclama, faço convite para você acessar o link e conferir o vídeo intitulado Falta de tempo? FAÇA VIDEOAULA:
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*Fernanda Cunha é professora da Escola de Música e Artes Cênicas (EMAC) da UFG.
O Jornal UFG não endossa as opiniões dos artigos e colunas, de inteira responsabilidade de seus autores.
Fonte: Secom UFG
Categorias: colunistas Emac