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Universidade Federal de Goiás
tatiana

Todos podem contribuir para internacionalizar a universidade

Em 18/03/22 16:29. Atualizada em 18/03/22 17:31.

Professora aborda relação da propriedade intelectual e internacionalização em lives

 

João Pedro Santos Ferreira*

tatiana

Qual a relação entre produção intelectual acadêmica e a internacionalização e globalização das universidades? Esta pergunta norteia uma série de lives proposta pela professora Tatiana Duque Martins Ertner, docente do Instituto de Química da UFG (IQ/UFG). A primeira palestra, intitulada “Propriedade intelectual e internacionalização universitária tem a ver?”, já se encontra disponível no canal oficial da UFG no YouTube, por onde serão transmitidas as próximas palestras, todas as terças.

“Tenho um interesse bastante grande em compreender os aspectos da propriedade industrial aplicada ao nosso setor, ao setor da química, da produção científica”, diz Tatiana, que ressalta que o objetivo dessa relação é abrir portas entre as universidades e as indústrias. A professora diz ter encontrado uma oportunidade de explorar essa relação por meio das produções acadêmicas universitárias. “O nosso produto acadêmico, o produto intelectual acadêmico, é e deve ser aproveitado como uma força motriz para a internacionalização da universidade”, afirma.

Tatiana acredita que a internacionalização das universidades não é só importante para as instituições em si, mas também para o desenvolvimento econômico e tecnológico do país. “Isso acarreta em diversos outros desenvolvimentos, que são importantíssimos para a gente, e que a gente já passou da hora de valorizar o quanto deve. O problema que a gente tem encontrado é que a propriedade industrial ou intelectual, no nosso país, ainda não é muito bem inserida na nossa cultura, como é em países desenvolvidos. Na verdade, uma das métricas para se dizer o quanto um país desenvolvido se difere economicamente, socialmente e culturalmente de um país em desenvolvimento é a sua produção intelectual que foi protegida”, explica.

A professora ressalta que não é a produção intelectual em si que colabora para a internacionalização das universidades, mas sim a forma em que elas são protegidas. “Todos os povos são imbuídos de criatividade dentro das suas culturas, mas a forma de proteger é o que vai fazer com que aqueles produtos intelectuais resultem em retorno financeiro, que vai fomentar outros produtos intelectuais que vão fazer girar uma roda de inovação que só traz benefícios para os países, e no nosso caso, para as universidades”, afirma.

Tatiana traz como exemplo dessa relação algo similar que aconteceu nos Estados Unidos, por ser um país que, inclusive, incentiva as crianças a entenderem os sistemas de proteção do produto intelectual. “É um país que participou de muitos processos bélicos, de guerra, e tudo isso sempre leva a algumas modificações das formas de relação dentro do país, de produção e de consumo dos produtos. Então, desde o século XIX, as universidades tiveram esse papel nos EUA, que foi o de fomentar ou de participar da criação de produtos que fossem capazes de gerar retorno financeiro para que o país, como um todo, conseguisse levar a cabo as suas disputas”, explica. “Esses vários episódios importantes [2a Guerra Mundial, Guerra Fria] acabaram sempre levando um novo impulso para as universidades, pois elas eram exigidas, por sua capacidade criativa, de participar economicamente”, acrescenta.

A professora ainda diz que, no Brasil, existem regulamentações que tentam impulsionar cada vez mais a parceria entre o setor industrial e as universidades e a produção científica de boa qualidade passível de comercialização dentro do ambiente acadêmico. “Um exemplo excelente que a gente tem é o do Marco Legal da Inovação, que foi regulamentado há pouco tempo. Nesse Marco, o que ele traz de mais importante para a nossa universidade é dizer exatamente como têm que funcionar os NITs [Núcleos de Inovação Tecnológica], dando pra eles toda a autonomia de funcionar, de negociar uma propriedade intelectual produzida nas universidades”, exemplifica.

Tatiana finaliza a palestra elogiando o plano estratégico da UFG, mas reforçando a necessidade de apoio de toda a comunidade acadêmica. “A gente, o docente, o estudante, o servidor, cada um de nós, o indivíduo é capaz de criar coisas e ampliar o portfólio da universidade, contribuindo assim para que a universidade faça seu trabalho, e consiga alcançar a sua meta no final de 2025, que é estar internacionalizada”, conclui.

João Pedro Santos Ferreira é estagiário da Secretaria de Comunicação da UFG com orientação da jornalista Kharen Stecca e da professora Silvana Coleta

Categorias: Institucional IQ