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Universidade Federal de Goiás
metaverso

O metaverso já é uma realidade?

Em 14/04/22 18:31. Atualizada em 14/04/22 18:34.

Palestra da UFG teve como objetivo explicar sobre o metaverso, suas aplicações e as diversas camadas que o tema possui

Isabela Cintra

O Metaverso é um termo que vem ganhando destaque atualmente. O conceito começou a ganhar grande espaço e força na mídia e no mundo com a pandemia de Covid-19, em que a sociedade teve que se comunicar inteiramente através da internet, além de reaprender a fazer tarefas cotidianas via esse espaço digital. Mas e se a sociedade pudesse ter uma extensão de suas vidas em um espaço digital em que é possível fazer compras, trabalhar, assistir shows, frequentar aulas, construir prédios e casas e diversas outras atividades? Isso já acontece e é uma realidade por conta do metaverso.

Por ser um tópico atual, foi esse o assunto da palestra promovida pela Pró-Reitoria de Pesquisa e Inovação da UFG (PRPI/UFG) nesta quarta-feira, dia 13 de abril. O debate contou com a presença do professor Pedro Henrique Gonçalves, coordenador geral da Rede IPElab/UFG com mediação do professor Rodrigo Bombonati, diretor adjunto do Parque Tecnológico Samambaia.

metaverso
Professor Pedro Henrique Gonçalves mostrando o ambiente virtual, semelhante ao um metaverso, em que ministrou aulas durante a pandemia

De acordo com o professor Pedro Henrique Gonçalves, o termo metaverso se originou nos anos 1980 onde foi utilizado pela primeira vez no livro “Snow Crash” do autor Neal Stephenson. No livro, o metaverso traz a ideia da possibilidade de acesso a uma realidade paralela. Com o advento da internet, em meados de 1994, foi criado um primeiro ambiente virtual, o AlphaWorld, em que o objetivo foi trazer um ambiente imersivo, conectando o mundo inteiro.

Nesse primeiro momento, é a partir da ideia de imersão em outra realidade que o conceito de metaverso é construído. Ao longo do tempo, o conceito foi mudando e se adaptando com as novas tecnologias e infraestruturas computacionais. O professor explica que um dos significados do metaverso é acreditar que é uma visão da sociedade futura, mas ele também pontua que o metaverso não é mais o futuro porque já está acontecendo.

Os grandes impulsionadores para que isso pudesse acontecer foram a criação e evolução de jogos, que possibilitaram o desenvolvimento tecnológico de processamento computacional, como também a gamificação - que é o uso de técnicas de jogos em situações do cotidiano para incentivar e facilitar o aprendizado - e o advento da internet.

“O metaverso é para todos”

Durante a palestra, o professor enfatizou a questão da descentralização do metaverso. Descentralizar é um dos principais objetivos e pontos desse novo universo. Para chegar nesse ponto, o palestrante explicou sobre a evolução da internet, que, atualmente, é dividida em fases, a Web 1.0, Web 2.0 e Web 3.0. Na Web 2.0, as grandes empresas e conglomerados têm o poder de centralizar os bancos de dados de usuários, mas com a Web 3.0 o propósito é descentralizar, ou seja, “parar de ceder dados para as grandes corporações e controlar a informação que é nossa. Então, a Web 3.0 vem com essa alteração gigantesca do paradigma do controle e da governança centralizada.”, ressalta o professor.

Atualmente, as grandes empresas como Facebook, Google, Instagram etc são conectadas e controlam as informações dos usuários. Porém, de acordo com o professor, é com a Web 3.0 e o metaverso que essa lógica é mudada, porque o metaverso não pode pertencer a ninguém. Dentro do metaverso, os usuários são livres para escolher o que querem expor de informações e dados.

As camadas e características do metaverso

O professor Pedro Henrique Gonçalves também explicou sobre as sete camadas do metaverso que abrangem desde como o usuário vai acessar essa realidade até as experiências sociais proporcionadas por ele. As três primeiras camadas dizem respeito, respectivamente, à necessidade de ter acesso à internet com processamento em nuvem e poder gráfico, à maneira como o usuário vai acessar (via celular, via computador etc) e a descentralização.

A quarta camada envolve a questão da computação espacial, em que é necessário pensar quem vai projetar o ambiente virtual. Em seguida, é preciso ter criadores de economia, que vão criar um mercado e a partir disso, lojas e empresas vão se inserir no metaverso para criar a sétima camada que se refere às experiências sociais que o usuário vai poder ter.

De forma geral, o metaverso é um mundo sem limites, que não é desligado, imersivo, descentralizado, com um sistema de economia próprio e que permite experiências novas.

 As aplicações do metaverso  

O professor deu alguns exemplos de como o metaverso funciona e pode funcionar. Os usuários podem participar de eventos e palestras que emulam cidades, em que podem visitar e caminhar pelos espaços como se estivessem presencialmente no local além de participarem de shows.

No campo da educação, é possível utilizar o metaverso para inserir os estudantes em cenários históricos, como também simular salas de aula. Na área da saúde, os profissionais podem utilizar a realidade aumentada para treinar procedimentos. O metaverso também está sendo utilizado no ramo da arquitetura, engenharia e construção.

Para conferir a palestra na íntegra, clique aqui.

 

Categorias: Institucional PRPI