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Universidade Federal de Goiás
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Palestra discute arquitetura e refúgio de imigrantes ao redor do mundo

Em 22/07/22 17:37. Atualizada em 22/07/22 17:41.

Objetivo é conscientizar profissionais da área a pensar em uma atuação humanizada e consciente

Yanca Cristina*

Nos últimos anos, o debate a respeito da imigração forçada e do acolhimento de imigrantes refugiados tem sido intensificado. Por isso, foi realizado nesta sexta-feira, dia 22 de julho, às 10h, no canal oficial da UFG, a palestra “Arquitetura e Refúgio: Crises humanitárias, soluções e desafios”, para discutir construções arquitetônicas na perspectiva do fluxo migratório, no que se refere a situação de transitoriedade, integração urbana, políticas de acolhimento e moradia. O evento teve mediação da arquiteta e urbanista, Suzete Bessa.

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“Esses imigrantes precisam se sentir como parte da nossa sociedade, e não como pessoas que estão fora dela”, foi a fala defendida pela Secretária de Relações Internacionais e Coordenadora de Relações Institucionais, Laís Thomaz. A professora deu início a discussão, como representante da Cátedra Sérgio Vieira de Mello, uma das unidades responsáveis pela realização da live, que promove a educação, pesquisa e extensão acadêmica voltada à população em condição de refúgio na universidade.

De acordo com os dados levantados pelo último relatório do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR, atualmente, pelo menos 100 milhões de pessoas ao redor do mundo foram obrigadas a deixarem suas casas, somando quase 27,1 milhões de refugiados. Essa estatística é acentuada em decorrência de guerras, problemas socioeconômicos, disputas territoriais, conflitos étnico-raciais, desastres ambientais e recentemente pela pandemia da COVID-19. 

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O palestrante Fabiano Sartori, é arquiteto e urbanista (PUCC), com especialização em Reabilitação Ambiental Sustentável Arquitetônica, Urbanística (UnB) e em Gestão e Perícia Ambiental (Promove). Ele reforça a importância de direcionar a pauta do deslocamento forçado para o curso de arquitetura, pois é uma área que possui margem para avançar e desenvolver grandes projetos sociais pela causa. Segundo o urbanista, quanto mais essa bandeira é levantada dentro da academia, mais profissionais são instigados a pensar e agir em prol da transformação.

“A maioria das pessoas que estão sendo forçadas a se deslocar não cruzam a fronteira, elas estão se deslocando dentro do seu território de origem, e são várias as razões para isso: o desafio de cruzar uma fronteira, as questões culturais, linguísticas e religiosas”, pontua Sartori. O arquiteto reforça ainda que dentro de alguns campos de refugiados, as crianças são maioria absoluta da população. Sua fala é comprovada a partir da pesquisa desenvolvida pela ACNUR, a qual relatou o nascimento de cerca de 400 mil pessoas por ano, entre 2018 e 2021.

Em relação à estrutura, o abrigo de emergência é sempre a primeira medida a ser oferecida, como ferramenta de proteção. Desse modo, Sartori destaca o papel fundamental da arquitetura em amparar esses indivíduos o mais rápido possível. Posteriormente, soluções duradouras são articuladas, as quais asseguram a integração local (plena), a repatriação voluntária (segura e assistida) e o reassentamento (integração). Além disso, as medidas de longo prazo se estendem até a reunificação familiar e a assistência financeira.

No Brasil, os principais tipos de abrigamento são denominados como campos planejados, ocupações espontâneas e centros de trânsito. Por outro lado, os serviços administrados contemplam a doação de itens de emergência para higiene pessoal, água e saneamento, alimentação, saúde básica e aconselhamento, por fim, registro e assistência jurídica. “É interessante pensar em como as soluções são eficazes em um primeiro momento, mas a partir do momento em que são utilizadas continuamente, elas vão perdendo a qualidade e novos desafios vão aparecendo”, disse o palestrante.

No final da palestra, a Mestre e Doutora em Geografia Urbana e Assessora de relações institucionais do CAU/GO, Maria Ester de Souza, informa sobre a parceria formada entre o Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Goiás e a UFG, por intermédio da Cátedra Sérgio Vieira de Mello, que resultou no lançamento do Concurso Nacional de Arquitetura Humanitária. O evento ocorrerá na segunda quinzena de agosto, e além de premiar o primeiro, segundo e terceiro lugar, irá contratar o projeto vencedor para encaminhar a execução. Mais informações sobre a premiação serão divulgadas no site: https://www.caugo.gov.br/

*Yanca Cristina é estagiária de Jornalismo sob supervisão de Kharen Stecca e orientação de Silvana Coleta

Fonte: Secom UFG

Categorias: Humanidades FEFD FAV